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Já haviam se passado um mês, eu não tinha nenhum notícia de Hacker, a não ser as poucas coisas que Mads me contava, minha vida só piorava e meu pai ficava mais rígido.  - Mary. - Chamei seu nome ao avistá-la, ela veio até o portão de minha casa, pois eu não podia sair.  - Minha querida, como você está? Seu pai está em casa?  - Estou bem. - Menti. - Não, ele não está. Como está Angel? - Eu sentia falta da minha pequena. - E os garotos não vieram mais aqui?  - Angel está linda, como sempre. Vi ela ontem, Kio disse que ela sente sua falta, ela começa à chorar e diz ''mamã''. - Comecei à chorar. - E eu mal consigo falar com o meu filho, os garotos disseram que ele anda resolvendo umas coisas e não para em casa.  - Ele desistiu de mim.  - Não fala assim, querida.  - É a verdade.  - Vincent te ama, eu sei que ele ainda vai lutar para tê-la.  - Preciso ver Angel, tem como você trazer ela aqui? Meu pai vai voltar tarde.  - Sim, eu vou lá buscar ela e trago ela aqui sim. - Maria sorriu. - Ela vai ficar muito feliz.  - E você está bem?  - Sim, estou ótima. Alias, estou voltando para o Canadá amanhã à tarde.  - O que?  - Sim, querida. Não quero ficar morando na frente da casa de um monstro.  - Te entendo. - Minha voz saiu fraca. - Pelo menos você mora na frente, eu moro na mesma casa.  - Você ainda vai ser muito feliz, pode apostar. É hoje sua formatura, não?  - Sim. - Falei sem ânimo. - Você vai?  - Vou tentar.  - Por favor, vá. - Implorei.  - Veremos. Agora vou lá buscar Angel para você, daqui à pouco eu estarei aqui. - Ela disse e entrou em seu carro, sentei-me em um banco que havia ali e fiquei esperando cerca de trinta minutos, logo avistei o carro de Mary novamente, ela saiu do carro e abriu a porta traseira, tirou Angel da cadeirinha e quando eu a vi, abri um sorriso largo e verdadeiro, alias, fazia tempo que eu não sorria desse jeito.  - MEU AMOR. - Chamei sua atenção e Angel me olhou, em seguida ela abriu um sorriso de felicidade e começou á querer vir no meu colo, mas eu estava trancada, não podia pega-la. - Você está linda e parece ter crescido um pouco. - Tentei beijá-la entre as grades e obtive sucesso.  - Mamã... - Ela começou a chorar porque não podia ir no meu colo.  - Não chora, minha linda. Não chora. - Botei meus braços entre as grades e comecei a acariciar seus cabelos.


- Você vai ver, logo a mamãe vai te pegar e te abraçar forte. - Foi estranho me ouvir dizendo aquilo, Angel não havia saído de mim, mas mesmo assim, eu era sua mãe, ela me adotou como mãe. - Te amo, pequena.  - Ela realmente gosta de você. - Maria disse. - Mas enfim... Esses dias eu estava olhando, você não acha o nariz de Angel igual ao meu? - Ela perguntou e eu ri.  - Sim, claro. - Falei. - Linda igual a vó. - Elogiei.  - O que está acontecendo aqui? - Um carro estacionou atrás do carro de Maria e vi meu pai, revirei os olhos.  - Deixa comigo, querida. - Maria disse.  - Mary... - Tentei pará-la.  - Você não tem vergonha, Jacob? Olha o que você está fazendo com sua filha, está a deixando em uma prisão e a privando de aproveitar sua juventude, você não é um pai, é um monstro.  - Um dia ela vai me agradecer. - Ele desceu do carro. - De tê-la livrado daquele marginal que é seu filho. - Ele abriu o portão.  - NÃO FALE ASSIM DO MEU FILHO. - Maria gritou e logo acertou um tapa em cheio no rosto de meu pai, fazendo eu dar uma risada, aproveitei que o portão estava aberto e tirei Angel do colo de Maria a pegando para mim, Mary estava tão irada que nem viu quando eu fiz isso, continuou fuzilando meu pai com os olhos. Ele se mantinha intacto, com sua mão direita no rosto não acreditando no que havia acontecido. - Vinnie tem todos os seus defeitos, mas pode ter certeza, ele ama a sua filha e eu estou rezando para que tudo isso que você está fazendo não adiante de nada, que eles casem e sejam muito felizes.  - Não fale uma merda dessas. - Meu pai foi para cima de Maria.  - Se você encostar nela, eu não vou nem ligar para a polícia, mas eu vou dar um jeito de falar com Hacker e aquele marginal, mau caráter vai te deixar virado em nada, não sei porque ele não fez isso naquele restaurante. - O ameacei e meu pai hesitou um pouco.  - Larga essa criança e entra. - Ele disse firme. - AGORA. - Ele gritou e eu preferi fazer o que ele mandou, pois não queria submeter Angel á esses tipos de situações.  - Te amo, minha pequena. - A beijei, ela se enganchou no meu pescoço e não queria mais largar e por um momento, minha mente voou longe, seu perfume infantil, estava misturado com o perfume de Hacker, ele entregou ela a Mary. - Hacker estava em casa, não estava? Ele sabe que você a trouxe. - Maria assentiu com lágrimas nos olhos. - Mary, posso te pedir um favor?  - Entra, Destiny. Eu estou perdendo a paciência vou te colocar para dentro a força.  - Claro, meu anjo. - Ela veio até mim e segurou meu rosto com ternura.  - Quando eu me livrar disso, posso ter você como mãe? - Ela ficou sem reação por um tempo, mas logo abriu um sorriso.  - Óbvio, meu amor. - Ela me abraçou com Angel ainda enganchada no meu pescoço. - Eu adoraria ser sua mãe. E pode ter certeza, esse monstro... - Ela olhou para o meu pai. - Vai se arrepender de tudo.  - Vamos, Destiny. - Ele disse me puxando, Mary pegou Angel rapidamente do meu colo e começou à chorar ao ver aquelas cenas e saber que não poderia fazer nada, nem chamar a polícia. Em seguida, meu pai me jogou para dentro de casa, caí com tudo no sofá. - Hoje é a droga da sua formatura, você sabe o que isso significa? 

𝑷𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒊𝒗𝒆- 𝑽𝑰𝑵𝑵𝑰𝑬 𝑯𝑨𝑪𝑲𝑬𝑹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora