Capítulo 44

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D7

Semana passou voando, e hoje em pleno sábado, três horas da tarde e o sol tava mó quente, eu tava suando, de pé no plantão. Tava com mó vontade de ir pra casa logo, me ajeitar pra ir direto pro baile mais tarde.

Já fazia quase dois meses que eu tinha ido, tava sentindo falta e alguns manos já estavam enchendo meu saco pra eu poder ir.

Nunca gostei de ficar indo todo fim de semana não, então eu fico uns meses sem frequentar, pra toda vez que eu for, ter a mesma sensação de como se fosse a primeira vez.

Léo: Aê, tu tá suave com a Lavínia esses dias? - Perguntou me olhando de lado, e eu balancei a cabeça em sinal de positivo.

D7: Eu tô suave com ela, mas ela não tá suave comigo. - Ele deu risada. - Já procurei a mesma, tentei trocar uma ideia maneira, mas quem disse que ela quis? - Fiz gestos, e depois ajeitei o fuzil.

Léo: Ela tá mal nesses dias pô, fica calada no canto dela, as vezes começa chorar do nada, porra, tô preocupado pra carai com aquela mulher. - Suspirou, passando a mão na testa e eu olhei pra ele na mesma hora. 

D7: Caraca, eu não sabia disso que tava rolando não. - Falei olhando pra ele. - Tu tem pelomenos ideia do pq disso? Será que tá acontecendo alguma parada com ela e pá?

Léo: Sei não, cara, eu pergunto e ela só me fala que é tpm, um momento de fragilidade e pá, entende né? - Confirmei. - Mas acho daora tu ir trocar uma ideia com ela, mina é tua irmã, carai, os dois sabem se entender e tudo mais.

D7: Vou tentar trocar uma ideia com ela, nem que eu precise esperar ela lá na porta do mercado, já que na casa dela a mesma nem abre a porta pra mim. - Suspirei, passando a mão na testa.

Léo: Oque rolou em? Do nada isso?

D7: Umas paradas, coisa nossa mesmo, tá ligado? - Ele confirmou, dando de ombros.

Continuamos no plantão durante mais umas duas horas, e quando deu a hora de fazer a troca, os outros dois manos chegaram pra ficar no nosso lugar e o Léo pegou rumo pra casa dele, já eu fui pro mercado pra ver se encontrava a Lavínia por lá.

D7: Boa tarde, tia Carla. - Balancei a cabeça pra ela, assim que cheguei no mercado, e ela me respondeu sorrindo. - A Lavínia tá por aqui? - Perguntei olhando dentro do mercado, a procura da minha irmã, mas nem achei ela.

Carla: Hoje é sábado, D7, elas só trabalham até meio dia no sábado. - Disse rindo, e eu suspirei alto, e sorri sem graça.

D7: Valeu então, tia. - Balancei a cabeça, e fui me afastando do mercado.

Segui o caminho até na casa da Lavínia, e assim que cheguei na rua dela, de longe já vi a casa da mesma toda fechada.

Quando eu cheguei lá, nem quis chamar não, só bati na porta pq sabia que se a Lavínia ouvisse minha voz, nem iria abrir. É cara, essa semana eu tentei muito.

Assim que ela abriu e viu que era eu, a mesma já fechou a cara e cruzou os braços.

Qualquer uma que visse ela, iria perceber que a menina realmente não tá bem, olhos vermelhos de tanto chorar. Isso tá nítido.

D7: Oque tá acontecendo contigo, pequena? - Abracei ela com força, e a mesma escorou no meu peito, começando chorar.

Guiei ela pra dentro e fiquei abraçado com a mesma, mas sem entender o motivo do choro.

D7: Oque tá acontecendo, Lavínia? - Perguntei tirando o cabelo dela do rosto da mesma.

Lavínia: Eu não sei, só sei que não tô bem! - Disse com a voz fraca. - Não me sinto bem, de forma alguma... - Me abraçou com mais força. - Eu sei que fiquei sem falar contigo todos esses dias, só te peço pra me desculpar por isso, e cara, fica do meu lado, irmão. - Olhou pra mim. - Você é minha calmaria, sempre foi e sabe bem disso! Então, só fica comigo. - Pediu chorando, e eu beijei a cabeça dela.

Ver a Lavínia daquele jeito não deu outra, cancelei logo os planos de ir para o baile, preferia mil vezes ficar em casa cuidando dela. Minha irmã, carai.

D7: Eu vou ficar contigo, e mais tarde nós troca uma ideia, beleza? Sobre tudo que rolou nesses últimos dias.

Lavínia: Beleza, pode ser. - Sorriu fraco, olhando pra mim e depois foi me puxando até o sofá.

Me sentei e ela se deitou, colocando a cabeça no meu colo, e eu fiquei fazendo carinho nela, até a mesma dormir.

▪▪▪▪

Acordei com a Lavínia me cutucando, olhei pra ela sem entender muita coisa, e percebi que eu tava sentado no sofá.

D7: Tá melhor? - Perguntei me lembrando do que tinha rolado antes da gente dormir.

Lavínia: Bem melhor. - Suspirou aliviada, e eu me ajeitei no sofá, vendo ela fazer a mesma coisa.

D7: Então bora conversar sobre a parada. - Asism que falei já vi ela fazer bico, e comecei rir, mas depois de alguns segundos fiquei sério novamente. - Primeiro de tudo, pq tu ficou com raiva de mim e da Ísis, sem nem ouvir oque a gente tinha pra te dizer? - Perguntei depois de alguns minutos em silêncio.

Lavínia: Tava bem claro pra mim, eu fiquei sabendo e quando vi, só confirmei tudo. - Deu de ombros.

D7: Poderia ter escutado oque á gente tinha pra te dizer. - Falei olhando pra ela, que fez bico e negou com a cabeça. - Só pra deixar claro, foi eu que ofereci dinheiro pra Ísis e tals, e outra coisa, ela até queria te contar e eu não permiti. - Falei normalmente, e vi a Lavínia me olhar com a sua pior cara, na mesma hora.

Lavínia: Não permitiu pq, porra? - Disse em um tom de voz mais alto que o normal. 

D7: Eu não queria explanar o bagulho, queria deixar no sigilo pô, coisa só de nós dois.

Lavínia: Foram burros, parece que tinha gente sabendo desde o começo. - Deu de ombros novamente. - Mas agora eu já nem ligo mais, na real, tanto faz pra mim. - Fez bico. - Só não quero papo com a Ísis, nem tão cedo.

D7: Tá doidona? - Olhei pra ela. - Se vai ficar numa boa comigo, pq não vai ficar com ela também?

Lavínia: Primeiro, você é o meu irmão e eu sei que se não voltasse a falar contigo logo, você iria surtar e iria me deixar em paz nunca. Mas a Ísis não, ela só tenta falar comigo as vezes, mas nem rendo, e ela não é muito de insistir. Não foi eu que escondi as paradas dela, então não vai ser eu que vou correr atrás, quero mais é distância!

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