Capítulo 10

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D7

Tava na maior paz, na laje de casa, quando começou a invasão, me fazendo logo dar um pulo e ir atrás do meu armamento.

Entrei em casa e já fui pegar minhas armas, colete e os caralho.

Depois fui pulando nas lajes, até conseguir chegar na boca 2, que era bem no meio da favela.

D7: Chefe deve tá bolado lá em cima, rapaziada. - Falei entrando na boca, e vendo os manos todos na correria.

PG: Mané, tô até vendo se conseguirem chegar na boca principal, vai ser maior k.o pro nosso lado em. - Suspirou, enquanto pegava o máximo de drogas que conseguia.

Dedé: Não vão conseguir não, porra, os cara são tudo lerdo, morre de saber onde tá escondida a maioria dos bagulho mas nunca faz esforço de chegar até lá. - Disse olhando pra nós. - Os cara não estão se importando muito com essa parada de pegar droga e arma não, caralho, eles só querem a cabeça do chefe, e ele sabe disso já, por isso não bota a cara nas invasões.

PG: Ele não bota a cara pq sabe que tem nós de escolta, dando nossa vida pela favela, mas se não tivesse nenhum de nós, ele iria botar a cara rapidin, mané, ou então meter o pé de vez! - Disse e eu já vi que o mano tava no ódio. - Tô revoltado com uns bagulho que tá acontecendo, e isso já faz maior tempão, tô esperando só brotar uma oportunidade e eu vou vazar da favela pô. Parece até que os cara não enxerga os bagulho errado que tá rolando na favela, nem cobra nem nada mais, tá maluco, dá pra mim não.

D7: Iih pô, melhor tu ficar calado, pq tu tá ligado que o chefe fica sabendo dessas parada tudo, sei nem como, mas fica, e outra, os cara não cobra as coisa errada que rola na favela, mas quando um de nós fala qualquer parada, já vem cheio de neurose, querendo meter o loko pra cima da gente. - Falei olhando pra eles. - Melhor evitar problema.

Te falar mano, nunca gostei dessa parada de ficar falando do chefe, pq o cara sabe ser injusto, e não iria pensar nem duas vezes pra matar qualquer um de nós, que damos nossa vida por essa favela, e também pela vida dele.

E outra que tá tendo uma invasão, nem é hora de ficar lembrando dessas parada não, agora é hora de ir trocar com os cana, e tentar sair vivo dessa merda toda.

▪▪▪▪

No final da invasão, os canas recuaram como de costume, e eu fui direto pro postinho, para fazerem o curativo no local onde tomei um tiro de raspão.

Pra mim já é até normal essas parada de tomar tiro de raspão, direto nessas invasões, acontece isso comigo e com mais uma pá de manos.

Eu tava deitando naquelas camas que tem nós postinhos, enquanto a enfermeira limpava o local do ferimento, com soro, pra depois fazer o curativo e pá.

Tava lá numa boa, mas logo ouvi os gritos da Lavínia, vindo do corredor daquele postinho.

Lavínia: D7, pelo amor de Deus, tu tá bem? - Perguntou em um tom de vós desesperado, enquanto entrava no quarto que eu estava.

D7: Relaxa pô, tô bem. - Falei olhando pra ela.

Lavínia: Eu tava na casa da Ísis, quando o PG foi me dizer que tu tinha tomado um tiro de raspão, fiquei logo desesperada, mané. - Disse se aproximando de mim.

D7: Se acostuma pô, essa não é nem a primeira e provavelmente também não será a última. - Falei olhando pra ela. - Tu não pode se desesperar quando acontecer essas parada comigo não, Lavínia.

Lavínia: Tá de k.o, né? Pelo amor, D7, tem nem como não me desesperar. - Suspirou passando a mão na testa. - E ó, fica esperto pq tu não vai trabalhar até isso aí melhorar. - Disse apontando pro meu braço, onde a enfermeira já estava fazendo o curativo.

D7: Para Lavínia, foi só de raspão, essa parada dói mas nem tanto. -   Falei olhando pra ela, que revirou os olhos enquanto suspirava.

Lavínia: Não importa, Danilo, não importa se foi só de raspão! Tu não vai trabalhar enquanto isso não melhorar totalmente, imagina se pega uma infecção? Tá maluco mesmo!

Lavínia ficou no maior drama, até a hora que fomos embora do postinho, tava querendo me ajudar a andar e tudo, sendo que o tiro foi no braço, tem nada haver com andar.

Eu ficava só rindo dela, que as vezes me batia por isso, mas sempre pedia desculpa por estar me batendo, mesmo eu estando machucado.

Lavínia: Olha, Danilo, eu não levo jeito nenhum pra ficar trocando curativo e os caralho. - Disse fazendo careta. - E tu sabe que vai precisar, né!? - Balancei a cabeça concordando.

D7: Mas relaxa pô, eu mesmo faço, de qualquer jeito, dá em nada! - Falei dando de ombros.

Lavínia: De jeito nenhum! Tá doido é? - Cruzou os braços, olhando pra mim. - A Ísis manja nessas parada, vou falar pra ela vim fazer todos os dias, aí tu paga ela.

Além do Prazer Where stories live. Discover now