Capítulo 24

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Lavínia

Saí da casa do meu irmão e fui descendo a favela, até que finalmente cheguei na casa da Luana.

Chamei por ela que alguns minutos depois veio abrir a porta, com um pano de pratos em mãos.

Lavínia: Fala meu amor, como cê tá? - Sorri, dando um beijo no rosto dela.

Luana: Oi Lavínia. - Sorriu fraco. - Eu tô bem, muito bem. - Deu espaço pra mim entrar e assim eu fiz. - Tô precisando conversar sério contigo. - Suspirou alto, enquanto eu passava por ela.

Lavínia: Pode dizer. - Me sentei no sofá, e ela se sentou no outro.

Luana: Olha Lavínia, eu realmente não queria chegar a esse ponto, porém, será necessário e melhor para nós duas. - Suspirou novamente. - Ultimamente a gente tem passado muito tempo longe uma da outra, e parece que não é mais como era no início do nosso relacionamento. Eu estive pensando bastante no assunto, e decidi que o melhor por agora é dar um tempo, eu quero um tempo de nós duas, sabe? - Disse olhando pra mim. - Prometo que será só um tempo, depois que eu sentir que tudo já está melhor, a gente volta.

Lavínia: E tu acha que eu sou obrigada a te esperar? Luana, se você quer terminar, ok! Mas comigo não tem essa de ficar indo e vindo não, se quer ficar fique, mas se quer ir, que seja para sempre! - Falei me levantando.

Luana: Não precisa ser assim. - Se levantou. - E eu só tô fazendo isso pq vai ser melhor.

Lavínia: Se tu acha que é o melhor, tá tudo bem! Mas quando tu me procurar se eu não estiver mais disponível pra ti, não adianta nem achar ruim e querer surtar, tá!? - Falei olhando nos olhos dela, e depois fui andando na direção da porta, logo abrindo a mesma.

Luana: Lavínia, eu só te pedi um tempo, cara, não precisa disso tudo.

Lavínia: E você vai ter o tempo. - Dei de ombros, abrindo a porta. - Eu prefiro ir embora pra evitar discutir contigo, boa sorte na sua jornada sem mim.

Luana: Ok, vai lá. - Sorriu falsa, e eu fui saindo da casa dela.

Comecei subir aquela favela devagar, sentindo meu coração bater forte, e minha respiração bastante acelerada.

Eu ainda não consigo acreditar que terminamos, assim do nada.

Juro pra vocês que eu amo ela de coração mesmo, e que ela foi uma das melhores pessoas que já apareceram na minha vida. Mas apesar de todo o amor que sinto por ela, e de tudo que passamos juntas, eu não vou ficar esperando por ela o tempo todo, agora simplesmente vou seguir minha vida. 

Eu não sei os motivos que fizeram ela tomar essa decisão, e sinceramente não consigo pensar em nenhum motivo.

▪▪▪▪

Entrei no bar e de longe já vi o Bigode perto do balcão, com uma latinha de cerveja em mãos.

Assim que ele me viu já abriu maior sorriso, e me chamou fazendo gestos com a mão.

Lavínia: Vamo jogar? - Perguntei olhando pra ele, que negou dando um beijo no meu rosto. - Ah, qual foi? Eu vim pra jogar pô.

Bigode: Relaxa, mais tarde a gente joga pô. - Disse olhando pra mim. - Seu olho tá vermelho pô, tava fumando ou chorando em? - Passou os dedos no meu queixo.

Lavínia: Os dois, fumei pra me acalmar. - Sorri fraco, desviando meu olhar do dele. - Tava foda.

Bigode: Quê que aconteceu contigo? - Puxou meu braço e fomos até o canto da parede, nos sentando em algumas cadeiras por ali.

Lavínia: Hoje eu já não tava bem, tá ligado? Mas até que tinha conseguido me acalmar e pá, só que agora a noite eu fui lá na Luana e a gente terminou, eu cheguei em casa e fiquei pensando em várias parada pô, nem aguentei me controlar, só com o cigarro mesmo. - Falei olhando pra ele.

Bigode: Iih, esse bagulho de término aí é foda. - Suspirou, pegando uma das minhas mãos. - Mas tu pode relaxar, nem fica pensando nos problemas não, vamo tomar uma cervejinha e pá, tá ligada? Tu vai ficar bem rapidão. - Eu ri, sentindo ele apertar minha mão e depois soltar a mesma. - Vou pegar uma cerveja pra tu e já volto. - Se levantou e saiu indo em direção ao balcão do bar.

Fiquei esperando por ele que com alguns minutos já tava de volta.

Bigode: Tá gelada em, sei que tu gosta assim. - Riu, me entregando a cerveja e se sentou do meu lado novamente.

Abri a latinha e comecei beber, apesar de estar sem ânimo pra isso, eu sabia que seria uma ótima forma pra me distrair. Ótima e única forma na verdade!

Fiquei bebendo quase a noite toda com o Bigode, e quando deu três e meia da madruga, eu resolvi ir pra casa.

Lavínia: Preciso ir, Bigode. - Fiz bico, olhando pra ele. - Me deixa em casa? Tá tarde já.

Bigode: Claro que vou te deixar em casa, nunca que eu deixaria tu subir sozinha essa hora da madruga. - Se levantou e eu ri. - Se quiser me esperar lá no carro, eu vou só pagar aqui e já vou também. - Disse olhando pra mim, e eu concordei saindo do bar.

Eu não tava nada sóbria, então foi uma dificuldade do caralho de saber qual dos três carros que estavam na rua, era o dele.

Bigode: É esse aqui, gata. - Disse saindo do bar, enquanto ria.

Andei até o carro preto e assim que o Bigode destrancou, eu já fui entrando.

Lavínia: Cê tá chique! - Falei quando ele entrou no carro. - Esse carro seu é lindo pra caralho, consigo nem imaginar o preço. - Ele riu, ligando o carro e depois saindo.

Bigode: Peguei uma grana boa esses dias pô, aproveitei pra comprar esse carro aqui, eu tava precisando e fazia maior tempão já.

Lavínia: Meu sonho um carro desse, e olha que eu nem sei dirigir. - Rimos.

Bigode: Até eu te ensino, porra, teria o maior prazer, serin.

Lavínia: Eu sei disso, tu é foda! - Sorri, colocando a mão no ombro dele.

Bigode: Pronto pô, chegamos. - Parou o carro em frente a minha casa.

Lavínia: Valeu, sei nem como te agradecer. - Sorri, sentindo ele colocar a mão por cima da minha.

Fiquei olhando pra ele durante alguns minutos, e o mesmo não desviou o olhar do meu em momento nenhum.

Me aproximei dele para dar um abraço de despedida e como forma de agradecimento, e senti ele me puxar pra mais perto, logo colando nossas bocas.

Eu nem quis evitar o beijo, só fiz o mesmo ficar mais intenso, enfiando minha língua na boca dele.

Se é pra superar um término, que seja ao lado de outra pessoa!

Além do Prazer Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang