Way Down We Go | Drarry

15

Harry começou a passar um tempo angustiante observando Draco Malfoy dormir.

Nas últimas semanas, através de terapia e pesquisa e testes de hipóteses e argumentos e maquiagens estranhas após discussões e muitas bruxas e bruxos invadindo sua casa, Harry tem observado Draco Malfoy dormir.

Não apenas à noite, quando Draco inevitavelmente dorme antes de Harry, mas também de manhã cedo; à tarde, quando Draco cochila depois de chegar do trabalho; ou tarde da noite, quando ele adormece no sofá em meio à conversa tranquila e surpreendentemente amigável de Grifinórios e Sonserinos e de um, eternamente encantado, Corvinal.

A princípio ele tentou racionalizar notando a proximidade da lua cheia: ele estava apenas sendo excessivamente cauteloso devido a circunstâncias fora de seu controle. Como o próprio Draco apontou, o lado lobo de Harry decidiu que Draco precisa de proteção. Mas então a lua cheia veio e se foi e ele ainda estava...

Então ele tentou argumentar que Draco estava doente, afinal, e era melhor ficar de olho nele caso sua saúde piorasse de qualquer maneira. Exceto que ele está ficando cada vez mais saudável e não há quase nada de perigoso em dormir.

Deveria ser estranho, é isso.

Ele definitivamente deveria se sentir estranho com isso.

Ele não sabe.

Os outros notaram. Pansy e Blaise trocam muitos olhares sorridentes sempre que Harry ajusta uma almofada do sofá sob a cabeça de Draco ou o cobre com uma colcha ou diz a todos para baixarem a voz porque Draco adormeceu e precisa descansar.

Luna sorri muito para ele - para eles? - e começou a deixar livros sobre linguagens do amor e como promover relacionamentos na adversidade quando ela os visita.

Ginny revira muito os olhos e Hermione parece contemplativa e Ron...

Bem. Ron o conhece melhor do que todos, e é provavelmente por isso que ele chamou Harry de lado uma noite e disse, no estilo típico de Ron: "Por favor, me diga que você não está transando com Malfoy".

"O que? Não."

"Quero dizer, você pode me dizer. Se for, eu me acostumarei com isso. Eventualmente. Provavelmente. Mas você tem que me contar para que eu não descubra acidentalmente, sabe? Porque isso seria traumático. O fato de você não ter uma porta no quarto é..."

"Rony," Harry interrompeu. "Eu não estou..." ele baixou a voz, voltando sua atenção para a sala de estar, onde Blaise estava esperando, com clara impaciência, perto da porta; Pansy e Hermione estavam com as cabeças juntas, um pergaminho entre elas.

Harry limpou a garganta. "Eu não estou transando com o Malfoy," ele sussurrou novamente. Firmemente.

"Não tenho certeza se isso é melhor."

"O que você está falando?"

"Bem, você está adorando ele de uma forma assustadora se não estiver."

"Ele está doente. E se recuperando. E tentando ser uma pessoa melhor. E. Bem, na verdade temos muito em comum. E ele é inteligente e engraçado e cheira tão bem."

Harry não pretendia dizer a última parte.

"Muita informação," Ron murmurou.

"Não posso evitar", ele suspirou. "Eu não estou transando com ele. Mas eu tenho – pode haver, uh. Sentimentos."

"Mas é Malfoy," Ron insistiu, confuso. "Eu sei que ele..." Ron acena com a mão, parecendo angustiado, "...e você sempre foi um pouco..." outro aceno, "sobre ele. Mas é Malfoy. Nós odiamos Malfoy."