Way Down We Go | Drarry

09

Na verdade, é um alívio quando todos vão embora.

Harry está tão acostumado a viver sozinho - reconhecidamente com as visitas de Malfoy - que, de repente, ter mais sete corpos falantes em movimento em sua casa geralmente silenciosa é um pouco opressor.

Malfoy faz um barulho de alívio com o qual Harry pode simpatizar totalmente quando a porta se fecha atrás de sua saída.

"Como você está se sentindo?" Harry pergunta.

Malfoy faz outro tipo de barulho, que diz que Harry é um idiota. É um som familiar.

"Acho que foi uma pergunta estúpida."

"Sim."

Malfoy fecha os olhos e Harry se aproxima alguns centímetros, usando a ponta do seu Converse para tirar alguns pedaços maiores de vidro do caminho.

"Você pode..." Harry faz uma pausa. Ele considera a palidez do rosto de Malfoy. As veias azul-púrpura visíveis através do pergaminho de sua pele. O fato de ele parecer próximo da morte não diminui a qualidade estranhamente bonita e etérea de suas feições pontiagudas.

Se você gostasse desse tipo de coisa.

"Você sabia?" Harry pergunta. "Sobre todas as coisas que estão erradas com você?"

"As alergias alimentares foram uma surpresa", diz Malfoy.

Harry nota um pedaço de pêssego grudado no cabelo de Malfoy e o puxa antes que lhe ocorra que talvez não devesse.

Malfoy abre os olhos.

Largo.

Cinza.

Harry espalha a fruta no concreto perto do joelho, com o rosto quente. "Você tem, er. Um pouco de torta no cabelo. Se você quiser, eu posso..."

"Certo."

"Tudo bem."

Harry se aproxima e Malfoy fecha os olhos novamente.

"Fui diagnosticado no St. Mungus", diz ele. "Um mês depois da minha sentença, quando fiquei sintomático. Eles me liberaram sem um plano de tratamento e me disseram que eu teria que consultar médicos trouxas dali em diante, já que eu não era mais, estritamente falando, um bruxo. Parte da punição, talvez – lidar com práticas médicas trouxas. Ou talvez eles simplesmente não quisessem ter um Malfoy como paciente. Era necessária segurança extra, então. Logo depois da guerra."

"Mas isso não é justo", diz Harry, e Malfoy ri, talvez, antes de se transformar em tosse.

"Não é ," Harry insiste. "Você ainda é um bruxo. Basicamente, um aborto por alguns anos. E então você voltará ao normal."

"Você não pode ser tão ingênuo," Malfoy diz. Ele parece exausto, em vez de irritado. "Não vou viver mais um ano, muito menos mais quatro. Estarei morto muito antes de minha sentença estar completa. O que é exatamente o que o conselho queria."

Harry não diz nada.

Ele não pode.

Porque embora Hermione já tenha dito a mesma coisa a ele, ele... ele está com tanta raiva que tem medo de se transformar, apesar do fato de que a lua cheia está a mais de uma semana de distância.

Malfoy revira os olhos. "Presumo, pela expressão estúpida em seu rosto, que você realmente não sabia que estava endossando minha sentença de morte quando falou no julgamento?"

"Não", diz Harry.

A palavra soa lamentavelmente inadequada.

"Quando os abordei sobre falar em seu nome, queria que você conseguisse uma sentença mais leve. Achei que perder magia por alguns anos seria um tapa na cara comparado a Azkaban."