XXVII. SEGUNDOS FATAIS

4 0 0
                                    

Sophia ainda está inconsciente, mas já não tem por onde escapar. Quando acorda, vê que está privada da saída, amarrada a uma cadeira para ser interrogada. Ainda tenta traçar a fita das mãos raspando entre os pedaços de madeira mais descascados, mas sem sucesso. A equipa observa as tentativas de longe e quando vou que não dá mais, ela parou exausta. Nesse momento, eles intervém:

- Ora então, vamos lá à nossa sessão de perguntas - refere Mike.
- Podem fazer o que quiserem, porque eu não vou responder a nada.
- Veremos. Vamos fazer aqui neste computador, uma pesquisa rápida.
- Não tenho nada a esconder.
- Claro, então há mal se eu verificar os registos telefónicos?
- (...)
- Uhhh, ligações diárias para o departamento de armas nucleares. Como sempre uma santa... - ironiza Mike.
- Vocês ainda não perceberam que não vão conseguir que eu abra a boca para nada?
- Não, parece que não... Diz-me agora, onde está o Kitt, ou nem sabes o que te faço! - ameaça Sarah.
- Não vou falar.

Não está mesmo nada fácil para a equipa, mas eles não desistem. Billy tem uma ideia e sussurra ao ouvido do Eliot.

- Boa ideia Billy - sussurra Eliot.
- Olivia? - diz Eliot. Ou melhor, Sophia, diz-me uma coisa, tu não gostavas assim tanto do Raúl não é?
- O que é que estás a querer dizer com essa m*rda?
- Não estou a querer dizer nada, tu sabes que ele queria dominar à força tudo e todos não sabes? Ele não ia fazer nada de bem... Eu já tive um irmão, que infelizmente foi morto por uma agência rival. Ele estava debilitado e sofreu muito às mãos deles, mas eu tentei ser maior e mais forte e não deixei que a dor que aquilo me proporcionou me fizesse ser uma pessoa pior. No fundo, sei que não queres isto, ainda vais a tempo de mudar.
- Eu amava-o tanto - desaba ela. Eu só quero vingança, vocês não deviam ter feito aquilo.
- Mas tu não és assim, nós sabemos que não queres sequer ir para a frente com o projeto, só o estás a fazer porque era o que ele queria.
- Eu tenho que o fazer, tenho que honrar a memória dele.
- Não precisas de honrar a memória dele dessa forma, és melhor que isso, eu acredito.
- Ah pelo amor de Deus - intervém Sarah. Ou tu vais falar ou eu arranco-te os dentes com uma tesoura.
- Sarah? - condena Eliot. Tem calma contigo.
- Calma? Essa mulher já me tentou matar e agora nunca mais diz nada do que nós precisamos, e tu ainda queres que eu tenha calma? Não vês que ela está a querer continuar o projeto do Raúl e quer matar-nos a todos, eu não sei o que é que tu estás a pensar, mas isso não é bom Eliot.
- Querem saber onde está o Kitt?
- Sim, onde está ele? - diz Mike.
- Ele está numa cabana, perto de uma floresta a 2 kilómetros de minha casa.
- Eu espero que isso seja mesmo verdade...
- Acredita que é Mike. Só não quero que mais pessoas sofram, vocês têm razão... Ele não merece.
- Eu vou conferir.
- Eu vou contigo - diz Sarah.

Os dois entram num carro da agência e fazem-se à estrada. Um silêncio descomunal acompanha-os em todo o percurso, sem se ouvir uma única palavra entre os dois. Já não se falam há alguns dias, só mesmo o básico durante o trabalho. Sarah quebra aquele silêncio para gerar assunto:

- O tempo não está nada mau!
- Não, não está.
- Espero que fique assim a semana toda, para ir passear à beira mar, como tanto gosto.
- Fazes bem - responde Mike com um desprezo imenso.
- Vais ficar assim comigo para sempre?
- Sarah, eu sempre senti que algo se passava entre ti e o Eliot, e tive a confirmação disso, sendo que tínhamos uma ligação forte, como é que queres que eu me sinta?
- Mike, eu e ele não temos mesmo nada. Quem eu amo és tu!
- Não foi isso que parecia nas imagens que eu vi.
- Queres que diga a verdade? A verdade é que o Eliot me beijou e eu continuei, porque deixei fluir, mas em segundos vieste-me à cabeça, e parei de imediato.
- Isso é verdade? - pergunta ele com mais felicidade.
- Sim Mike, eu nunca deixei de te amar, só que, aquelas confusões e ciúmes obcessivos com ele estavam a pôr-me louca e eu precisava de descansar um pouco a minha cabeça.
- Desculpa! Eu sou muito mau para ti, não te mereço.
- Cala-te! - diz Sarah agarrando no rosto de Mike e beijando-o fortemente.

Knight Rider - O regresso das indústrias Knight Vol. 1 (Marcel Sz.)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora