Em Hogwarts

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Gabrielle até hoje não se recorda direito de como foi que chegou no castelo de Hogwarts. Se lembrava de falar com Dumbledore ainda na caverna e de o professor Snape jogar a capa preta que usava sobre os ombros dela. O resto se transformou em uma sucessão de imagens sem nexo. Ela só conseguia pensar em como Dumbledore faria para controlar as coisas. Sabia que todos confiavam nele e que ele era um dos bruxos mais sábios dos dias de hoje, mas ele parecia tão avoado, como ele controlaria as águas da Fonte da Terra? Como reverteria a poção que Narcisa Malfoy iniciou e que se completou com sua morte? E se Voldemort voltasse mesmo? Como ele poderia ser impedido?
Quando percebeu, já estava subindo uma escadaria muito grande com o corrimão dourado. Alguns quadros se mexeram quando ela passou, mas a maioria deles se encontrava vazia, o que indicava que seus ocupantes estavam dormindo. O Professor Snape a levou por um corredor comprido e parou em frente a uma estatua de um Gárgula. Disse alguma coisa que ela não se recordava e a gárgula de pedra pareceu ganhar vida. Saltou para o lado e eles, após passar por uma parede que se abriu, subiram por uma escada em espiral parando em frente a uma porta grande larga de madeira escura.
Estavam no escritório do professor Dumbledore. Pelo menos foi o que ela lembrava de ter ouvido o professor Snape dizer. Ele pediu que ela esperasse um pouco que o professor iria querer falar com ela. Que logo depois ela poderia ir para a enfermaria. Ela se recordava de ter agradecido e sentado em uma cadeira. Não tinha noção de quanto tempo ficou ali, pareceu ser poucos minutos mas ela bem que poderia ter ficado sentada três horas seguidas sem se dar conta. Foi despertada pela voz calma do professor Dumbledore.
-Srta. Delacour, por favor me acompanhe. Vou te levar a enfermaria, no caminho você poderá me contar com bem calma e detalhes tudo o que aconteceu nessa noite inacreditável.
-o0o-
Gabrielle parou em frente a porta da enfermaria. O professor Dumbledore havia deixado-a ali e se dirigiu ao salão principal onde "certas providencia precisariam ser tomadas", foi o que ele havia dito. Falou também que havia enviado corujas urgentes a todos na Toca, que as duas crianças haviam sido alimentadas e estavam dormindo o sono dos inocentes no dormitório da Grifinória, seja lá o que isso fosse. Garantiu que já havia avisado aos pais delas e, por fim pediu que ela entrasse na enfermaria e procurasse madame Pomfrey. Foi o que ela fez, abriu a porta e entrou.
-Sr. Weasley francamente! Uma voz severa de mulher foi ouvida.
-Madame pomfrey, isso... realmente não é necessário eu...
-Como posso cuidar de suas queimaduras, aplicar a poção certa, se você se recusa a tirar a roupa? –Madame
Pomfrey segurava no cós da calça de rony puxando-o para baixo. Rony por sua vez, com uma cara de pânico, aplica toda a sua força para faze-lo continuar em seu lugar.
-Eu não tenho queimaduras no... lá em baixo!
-Como vou saber? O feitiço que lançaram em você é muito forte, as queimaduras aparecer no corpo todo, e quando eu digo no corpo todo eu quero dizer também no...
-Eu te asseguro que não tenho queimaduras lá em baixo!
-Sr. Weasley, se não largar essa calça neste minuto eu vou ser obrigada a tomar uma medida mais drástica! -Madame, a senhora tem que entender que...
-Nudus! –Madame Pomfrey puxou a varinha do bolso do avental que usava e apontou para Rony. -Ahhhh!!!!!!!

Gabrielle deu dois passos para trás segurando o riso. Tornou a fechar a porta da enfermaria e encostou-se na parede do lado de fora. Era melhor dar um tempo para eles se entenderem, depois ela entraria.
-o0o-
Ela entrou uns dez minutos depois e madame Pomfrey a pegou pela mão fazendo-a sentar-se em uma das macas. Perguntou por Rony e a enfermeira avisou que ele havia acabado de pegar no sono, que era melhor deixa-lo descansar um pouquinho. Madame Pomfrey examinou Gabrielle se detendo demoradamente no machucado que a garota tinha na testa e nas marcas que as correntes haviam deixado nos seus braços. Depois do minucioso exame ela puxou a varinha apontou para a garota.
O corte da testa foi totalmente curado, a mancha roxa que havia começado a aparecer no ombro também foi removida. Alguns aranhões que ela teve no joelho foram cicatrizados mais antes ela teve que tomar uma poção que tinha um gosto parecido com maracujá misturado com alface, que, segundo a enfermeira, promoveria o fortalecimento dos ossos caso algum deles tenha se enfraquecido. As marcas das correntes foram tratadas com um feitiço diferente, e madame Pomfrey avisou que demoraria uma dia para elas desaparecerem completamente. Gabrielle agradeceu, e recusou a sugestão da outra de deitar para repousar. Não conseguiria ficar quieta no momento. E como Rony estava dormindo ela resolveu que iria procurar o diretor do colégio para saber mais sobre o que havia acontecido na fonte.
Saiu e quando ia seguir o corredor na direção que Dumbledore havia tomado ouviu um chamado às suas costa. -Gabrielle? Gabrielle Delacour?
Ela se voltou. Um homem vinha caminhando com passos largos e rápidos pelo corredor. Era loiro e bonito. Cabelos
impecavelmente cortados, usava uma calça elegante azul marinho, uma camisa de lã preta de gola alta e um sobretudo também preto.
-Você é Gabrielle Delacour? –Perguntou ele novamente quando se aproximou mais.
-Sou sim.
-Draco Malfoy. –Falou ele estendendo a mão para ela.
Gabrielle apertou a mão que ele lhe estendia e o loiro segurou a sua mão entre as dele olhando-a nos olhos. Ela
percebeu que apesar da aparência firme e determinada ele estava tremendo.
-Tenho uma divida com você. –Falou ele por fim. - Qualquer coisa que precisar, onde for, quando for, é só me
chamar. Tem um protetor em mim a partir de agora. –Ele a encarou com olhos azuis límpidos e sorriu.
Ela assentiu sem saber bem o que dizer. Foi quando viu uma moça bonita se aproximando junto com Dumbledore.
Era um pouco mais baixa que Gabrielle, com os cabelos castanhos e cheios cortados na altura dos ombros em leves camadas. Tinha os olhos vermelhos mas um bonito sorriso nos lábios. Correu até Gabrielle e a abraçou como se fosse velhas amigas.
-Muito obrigado Gabrielle! –Ela falou com a voz embargada. – Eu não sei o que faria se tivesse acontecido alguma coisa com eles.... Muito obrigada, do fundo do meu coração! Eu...
A moça desatou a chorar novamente e Draco Malfoy a segurou pelos ombros. Ela abraçou o marido enterrando o rosto em seu peito e ele deu um beijo nos cabelos dela. Algum tempo depois foi que Gabrielle soube que aquela era Hermione Malfoy.
Dumbledore vendo que Hermione estava muito nervosa levou ela e Draco até o quarto onde as crianças estavam dormindo. Antes de sair ele aconselhou Gabrielle a comer alguma coisa. Logo após ele falar isso, um elfo doméstico particularmente engraçado porque usava um par de meias descasadas por cima das pernas da calça de flanela na cor beterraba, saiu de algum lugar que ela não viu e praticamente a arrastou até a cozinha do castelo onde fez questão de enche-la de comida contando para isso com a colaboração de mais outros cinco elfos.
Meia hora depois, Gabrielle mais três Wafles com calda salgada, um ovo mexido, fatias e mais fatias de presunto e queijo e um copo enorme de uma bebida muito gostosa que segundo o elfo era a sua especialidade, iogurte natural, mel, creme de leite e um pouco de suco de laranja, sabe-se como, arrumados em seu estômago, conseguiram escapar da cozinha. Já estava devidamente alimentada, precisava então saber como Rony estava, ou ao menos vê-lo. Sabia, no entanto, que a enfermeira não a deixaria entrar lá agora. Resolveu ir procurar noticias de Khaled e depois tentar novamente. Não conseguiria sossegar se não pudesse ver que Ronald estava bem mesmo
-o0o-
Somente depois que colocou as crianças no dormitório feminino na torre da Grifinória é que Rony havia permito ser arrastado para a enfermaria por madame Pomfrey e devidamente medicado. Só então, depois de estar novamente vestido com um pijama com o brasão da escola foi que ele percebeu o quanto estava casado.

InacreditávelWhere stories live. Discover now