O Caminho da verdade e o Caminho da mentira

3 0 0
                                    

Quando Gabrielle tornou a abrir os olhos ainda estava nos braços de Rony.
-O que houve? –Perguntou ela.
-Não lembra? –Ele sorriu.
-Não eu... Ronald... –Ela segurou em seu braço e indicou algo com a cabeça.
Rony se voltou e viu o que ela mostrava. Paradas, um pouco mais atrás dele havia três meninas. Deviam ter nove
anos aproximadamente. Tinham os cabelos loiros e compridos com leves ondas. Eram idênticas, a não ser pela túnica que usavam, cada uma em uma cor, azul, amarelo e rosa. Seriam crianças lindas se não fosse pelos olhos, olhos cegos, totalmente brancos.
-Nós somos as guardiãs do labirinto. –Falou a menina de rosa.
-Vocês escaparam do nosso controle e agora tem o direito de tentar passar. –Disse a garota de azul.

-Mas se não conseguirem nos levaremos as suas almas. –Completou a menina de amarelo.
As três possuíam vozes idênticas, que pareciam se perder ao vento, de uma forma não natural e assustadora, a medida que as palavras eram pronunciadas,
Rony ficou de pé e encarou as meninas. O que eram aquelas crianças naquele lugar deserto?
-Não somos crianças. –A menina de azul tornou a falar. –Não deixe nossa aparência enganar vocês. Já existimos a eras e esse é apenas mais uma forma que possuímos.
-O que eram aqueles nomes? –Gabrielle se colou de pé também. -Nossos nomes. –Respondeu a garotinha de amarelo.
-E o que...
-O que nós somos não tem importância. Vocês devem decidir agora. -Decidir? – Rony perguntou.
-Se vão prosseguir e arriscar ou se vão retornar por onde vieram.
Ele e Gabrielle se entreolharam e Rony se dirigiu às meninas novamente.
-Mais alguém passou por aqui essa noite?
-Sim. –Respondeu a de azul.
-E por um acaso tinh...
-Decidam agora, o tempo corre e não esperaremos mais.
-Melhor seguirrrmos Ronald. –Gabrielle falou. –Se quem passou por aqui está com as crrrianças não está muito à
nossa frente.
Rony concordou e as três crianças fizeram um sinal para que eles as seguissem. Caminharam um pouco, a neblina
parecia se abrir como um corredor para dar-lhes passagem e eles puderam enxergar melhor onde estavam, era mesmo uma cidade em ruínas. Havia pequenas casas, casas maiores e eles passaram por uma grande construção que se assemelhava muito com um templo grego. Avistaram então um vulto escuro ao longe e a medida que caminhavam ele parecia aumentar. Depois de mais alguns minutos de caminhada pararam em frente a dois arcos feitos de mármore no meio do gramado. Rony e Gabrielle se entreolharam e duas das meninas se afastaram posicionando-se cada uma em frente a um deles. A que restou, a garotinha de rosa, ficou de frente para eles.
-Só há um caminho a seguir, apenas um caminho certo. Não posso lhes dizer qual é, mas elas podem. –Ela apontou para as outras duas. –Elas guardam os caminhos, o caminho verdadeiro e o caminho falso, somente uma pergunta vocês podem fazer e apenas a uma delas. Mas aviso: Quem guarda o caminho da verdade só diz a verdade e quem guarda o caminho da mentira só diz a mentira. Escolham e perguntem.
-Como é que é? –Rony perguntou.
-É uma espécie de enigma. –Gabrielle esclareceu. –Só há um caminho cerrrto, cada garrrota toma conta de um deles, quem cuida do caminho verdadeiro só diz a verdade e quem cuida do caminho falso diz a mentira.
-E como saberemos qual é qual?
-Perguntando, agora só podemos perrrguntar a uma delas apenas. Eu sou péssima nessas coisas!
-Nessas horas eu sinto muito falte de Hermione... –Rony coçou a cabeça. –Provavelmente ela olharia para minha
cara com aquele ar de sabe tudo e diria " Ah, Rony! É tão simples!"
-Deve ter um meio simples mesmo, porrr isso que é um enigma.
-Deixe-me pensar, deixe-me pensar... –Rony sentou no chão cruzando as penas e apoiando os cotovelos nelas. –Uma
só diz a verdade... E a outra a mentira...
Gabrielle zanzava nervosa atrás dele. Tinha uma ótima memória, decorava feitiços e datas, formulas complicadas e
até aqueles números que os trouxas chamam de telefones, mas nunca tivera paciência para enigmas, charadas e coisas desse tipo, na verdade, achava uma perda de tempo se ocupar com aquelas coisas. E agora... Quem mandou não estudar? Se saíssem dali com as crianças jurava que ia mudar sua cabeça e que nunca mais iria ter preconceito contra nada, ia aprender de tudo um pouco...
-Eu só posso fazer uma pergunta, e só a uma delas... então... Se eu perguntasse... não... isso não... –Rony estava concentrado, era como quando jogava e o adversário estava levando vantagem. O segredo era estudar todas as possibilidades, a resposta a maioria das vezes era mais fácil do que se imaginava. –Se eu perguntasse... há não, ela me diria... é isso! Já sei!
Ele se colocou de pé sorrindo.
-Já sei como passar!
-Tem certeza Ronald?
-Duvida de minha inteligência? –Ele perguntou com bom humor.
-Não, é que eu não entendo nada de enigmas, mas se você diz que pode... -Tenho certeza! Não sou tão burro assim! O quadribol me abriu o cérebro. Ele caminhou e parou em frente a menina de amarelo.

InacreditávelWhere stories live. Discover now