sirène

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   Siren se sentia cada vez melhor. Estava indo a sessões duas vezes por semana e quando conseguia, até mais. Assim como ela, Brandon Terrence estava feliz. Apesar do fato de que ele já tivera conhecido esse tipo de indivíduo antes, era bom o fato de ter encontrado mais uma. O sentimento de poder acolher uma garota ferida o deixava contente. Ele sabia fazer com que a menina se sentisse em casa.

A amizade que estavam construindo se tornava cada vez mais forte. O homem sempre reservava horários — por mais que devesse reservá-los para outros alunos do colégio — para dar prioridade à sua nova amiga.

— Como vai, querida? — ele a cumprimentou.

— Vou muito melhor. — ela disse ao se sentar na poltrona do consultório.

— Sua irritabilidade tem diminuído?

— Acho que sim.

— Que bom — ele disse ao sorrir e entrelaçar suas mãos sob a mesa — Tem algo que preciso te contar.

— O quê?

— Bom, você sabe que tem vindo aqui algumas vezes por semana e...A coordenação reparou.

— Jura?

— Pois é. Quiseram saber o motivo da prioridade que estou dando a você.

— O que disse a eles?

— Nada. Jamais contaria o que conversamos aqui. — disse ele, acariciando a mão da menina, que estava debruçada sob a mesa, enquanto sorria. A garota olhava em seus olhos e não o impediu.

— Então — disse a menina, retirando os braços da mesa e os apoiando em seu próprio colo — Podemos fazer menos sessões.

— Sim. Poderíamos. Mas elas te ajudam tanto, não é?

— Sim, mas...Não quero ter problemas aqui. E além do mais, não quero abusar da sua gentileza.

Ele riu.

— Não é gentileza, querida. Eu simplesmente acho fascinante poder conversar com alguém como você.

— Vai mesmo fazer hora extra de graça? — ela riu.

— Não é hora extra. É mais tempo com uma boa amiga. — ele sorriu.

— Bom, eu agradeço e adoraria continuar com mais sessões, mas a escola vai notar.

— Por isso tive a ideia de fazermos parte das sessões na minha casa. O que acha?

— Eu... — Siren estranhou a ideia a princípio. Nunca havia visto Brandon fora daquele consultório — Adoraria. Se não for incômodo.

— Ah, pelo amor de Deus. Eu amo conversar com você — ele a fez sorrir — Podemos até pedir algo para comer e jogar alguns jogos.

— Sim. Seria muito bom.

Ela realmente havia gostado da ideia. Quando estava com Brandon, sentia que tinha alguém em quem confiar. Sentia que não estava mais sozinha. Que não precisava mais ficar sozinha e nem esconder nada. Queria investir naquela amizade.

— Para falar a verdade, por que não fazemos todas as sessões na sua casa? Digo, se não for incomodar, é claro.

— Por mim tudo bem.

— Porque...Você sabe. Os assuntos que conversamos aqui...Não podem nunca ser ouvidos. Acho que teríamos mais privacidade.

— Eu concordo totalmente, querida.