Os dias na casa estavam passando rápido, mas foram bem aproveitados. Todos em Noumea ouviram falar do suicídio no hotel, mas ninguém sabia os detalhes.
Siren não estava preocupada, ela não havia deixado rastros. Usou o capuz por todo o tempo ao andar de cabeça baixa na frente das câmeras de segurança, enganou a inocente recepcionista do hotel e conseguiu alimentar suas vontades. Sua relação com Conan continuava forte, crescendo cada vez mais, mesmo que às escondidas. A sua única preocupação estava sendo os amigos do menino. Passar tanto tempo com má influências não poderia o influenciar positivamente.
— Conan, querido, venha aqui! — chamou a mãe, num tom de preocupação — Por onde você tem andado?
— Eu só fico em casa na maior parte do tempo, mãe. Ou saio com os meus primos.
— Eu sei que você ainda anda com aqueles meninos e eu não gosto deles!
— Mãe, tudo bem — o menino disse, um pouco sem jeito — Olha, eu ainda falo com eles. Não vou mentir. Conheço eles desde sempre, não posso fingir que não existem mais!
— Se eu souber que você está saindo com eles, vai ficar um bom tempo sem vir para a ilha! — a mãe disse, ao se levantar do sofá e ir ao andar de cima.
Conan se sentou no sofá, um pouco aborrecido, e logo em seguida Siren se sentou ao seu lado.
— Você sabe que seria muito mais fácil se você contasse a ela sobre o verdadeiro motivo das suas saídas, né? — Siren disse, sorrindo.
— Quer mesmo contar a ela sobre nós?
— Pra ser sincera, eu também gosto assim. — Siren admitiu, rindo. — Gosto de ter você só pra mim. — ela disse de forma descontraída, por mais que não fosse brincadeira.
Eles riram.
— Mas a gente nem tem saído tanto. Por que ela ainda tá tão chateada com você? Sua mãe é tranquila.
— Eu não sei. Dessa vez ela realmente ficou decepcionada.
— Você ainda sai com esses meninos? — Siren o encarou — Seja sincero.
— Ah, sim. De vez em quando. Mas a gente só conversa. Nunca mais fui a nenhuma festa, bar, nada.
— Crianças, venham aqui! — uma voz vinda da varanda interrompeu a conversa. Era a tia de Conan chamando todos para comer uma tábua de frios e conversar, como faziam quase todas as tardes na casa.
Após um esplêndido pôr do sol, todos estavam sentados à mesa na varanda, rindo e contando histórias. Conan apontou para o telefone de Siren, a qual estava sentada do lado oposto à ele na mesa. Ela pegou o aparelho e checou suas mensagens.
Conan: Essa madrugada vamos sair para uma aventura. Não é uma pergunta.
Siren: Humm
hahah vc sabe q eu topo😎
o q tem em mente?
Conan: espere e verá :)
Siren: hummmmmm
suspeito
Conan: vou ter q sair agora e quando todos estiverem apagados vc me avisa e eu venho te buscar
Siren: mas aonde a gente vai?
Conan: nada especial
Siren: 🤨🤨🤓
que roupa eu devo usar?
Conan: não sei, mas um biquíni talvez ;)
Siren estava entusiasmada. Sorria enquanto colocava o celular na mesa e olhava para Conan, que a olhava de volta. Pensava no que o menino estaria aprontando. Quis perguntar porquê o menino tinha que sair naquele momento, mas não quis ser chata, afinal, ela já sabia a resposta. Só haviam duas possibilidades, ou sairia com o grupo dos garotos indesejados, ou estaria trabalhando na surpresa de mais tarde. Ela poderia sobreviver sem saber.
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sirène
Mystery / ThrillerSiren é uma adolescente que tenta conviver com seus demônios em silêncio. Ao confiar demais em sua suposta alma gêmea, sua vulnerabilidade a entregou nas mãos daqueles que eram até páreos demais para ela. nota: apesar das datas, essa história NÃO s...