Estamos sentados um de frente para o outro e tudo que consigo pensar é que ele disse que me quer. Reparo o homem lindo que tenho a minha frente.
Raul é mais velho e experiente...

Ah, para de besteira Fernanda, ele te quer.

- Eu também quero você, muito. - Afirmo.

Ele se aproxima e me beija. Um beijo suave, carinhoso. Meu coração se agita em expectativa. Em segundos nosso contato se torna mais urgente, mais necessitado.
Como pode um beijo arder tanto? Meu Deus!

Ficamos muito tempo no sofá, nos beijando e só nos separamos quando o celular de Raul toca. Ele pega o aparelho que estava esquecido sobre a mesa de centro e atende.

Ouço enquanto conversa com um tal de Bruno e assim que desliga me aconchega em seus braços.

- Bruno é meu melhor amigo e padrinho da Clara. - Ele diz enquanto coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. - Ele ligou se convidando para almoçar com a gente amanhã. Você poderia vir também.

Imediatamente sorrio, e antes de responder Raul completa

- Se você não tiver nada programado.

- Eu não tenho. - Respondo. - Eu adoraria, ia ficar sozinha em casa. Não gosto de ficar sozinha.

- Então estamos combinado. Você almoça com a gente.

- Certo. - Respondo me preparando para me levantar, mas Raul me impede segurando minha mão.

- Aonde você vai? - Pergunta.

- Embora. Já está tarde.

- Não, eu não estou preparado para te deixar ir. - Ele me puxa e acabo me desequilibrando e caindo em seu colo. Gargalho. Passo os braços em volta do seu pescoço e lhe dou um selinho.

- Amanhã eu volto.

- Você poderia ficar, já que daqui a pouco vai voltar.

Ele faz uma cara de cachorro que caiu da mudança misturada com aqueles olhos do Gato de Botas. Santo Deus o homem quer que eu durma com ele. Se eu quero? Lógico! Mas acho que ainda não estou pronta. Raul é aquele tipo de homem que nos prende em sua teia tão rapidamente que quando demos conta já não temos mais como escapar.

- Outro dia. Hoje eu prefiro ir para casa.

***

Assim que chego em casa, tomo um banho e me deito na cama para ligar para minha família. Eu nem contei ainda que estou trabalhando e preciso resolver essa questão. Não gosto de esconder nada deles. Se por algum motivo eles descobrirem sei que ficarão chateados comigo. Decido que falarei para minha mãe primeiro, e ela me ajudará contando para meu pai e meu irmão. Relembro o pânico que senti ao pensar que Clara tinha se afogado. Nunca mais quero passar por algo parecido. Senti um desespero tão grande como nunca tinha acontecido antes. Graças a Deus foi apenas um mal entendido.

- Oi mãe. - A vejo pela câmera do celular e meus olhos se enchem de lágrimas. - Que saudade!

- Filha, que saudade meu amor. Como você está?

- Bem, e ai? Papai, Nando...

- Tudo ótimo, querida! Estamos comemorando o aniversário da filha do Geraldo. - Minha mãe vira a câmera e posso ver todos reunidos na ampla área de churrasco.
- Pessoal, digam oi para a Nanda. - Minha mãe diz e imediatamente todos se voltam para o aparelho gritando e fazendo tchau com as mãos.

- Oi gente! Nossa, que saudade de casa, mãe.

- Ai filha e nós de você.

Agora vejo o rosto de minha mãe e sei que ela quer me perguntar algo...

- Eu tenho uma coisa para te contar, mãe.

Adianto antes que ela me faça perguntas.
- E a senhora tem que me ajudar e contar para o papai e o Nando. Sinceramente, se não fosse por esse motivo eu acho que já teria voltado.

Percebo então, que se não fosse por Clara e Raul eu já teria voltado pra casa. Conheci tudo que queria, tive experiências que só numa cidade grande eu poderia. No início fiquei empolgada, mas depois, tudo que eu queria era voltar pra fazenda.

- O que aconteceu filha, algum problema? - Noto sua preocupação.

- Não. - Suspiro. - Resumindo, eu estou trabalhando. E eu me apeguei tanto a ela mãe.

- Não estou entendendo, a ela quem? Você não tinha tirado essa ideia de trabalho da cabeça?

- Sim, a minha intenção era estudar, mas ai me ligaram de uma agência e eu quis tentar. Eu sou babá de uma garotinha, mãe. Ela se chama Clara, tem cinco anos.

- Mas Nanda... - Minha mãe diz.

- Eu sei. - A interrompo. - Mas é que aconteceu e eu... Gosto tanto dela, ela não tem mãe.

- Como assim, filha?

Conto tudo para minha mãe, menos o meu recente envolvimento com Raul. Ela me entende perfeitamente, principalmente quando lhe explico como é Clara e a forma como tem se desenvolvido nossa relação. Em casa somos todos assim, gostamos de cuidar e proteger um o outro e percebo que minha mãe fica extremamente emocionada ao saber que Clara não tem a presença da mãe. Conversamos por longos minutos e me sinto aliviada por não haver mais nenhum segredo entre nós.

Em relação a Raul, nem eu sei o que temos, então por enquanto acho melhor esperar e ver no que vai dar. Nos despedimos e assim que desligo me ajeito na cama e durmo de imediato.

***

A minha noite não poderia ter sido melhor. Dificilmente tenho problema para dormir e acordei super disposta. Primeiro, porquê não passarei o domingo sozinha e sim na companhia da minha Clarinha e segundo, porque também terei seu pai lindo e gostoso fazendo o meu dia muito mais interessante.

Após o café da manhã, tomo um banho rápido e fico um tempo olhando para as minhas opções de roupas. Quero ficar bonita! Escolho uma roupa leve para passar o dia, eu já disse o quanto essa cidade é quente? Coloco um vestido branco todo floridinho que ganhei da minha mãe no meu aniversário, sapatilhas e quando vou verificar as horas, vejo uma mensagem de Raul. É impossível conter o sorriso e sinto meu coração disparar.

Raul: Bom dia, Nanda! Eu sei que o convite foi para o almoço, mas se você quiser chegar mais cedo, iremos adorar. Eu irei adorar muito.

♡♡♡♡♡♡♡♡
Oi gente, esse Raul é uma delícia, né?!
Obrigada por estarem aqui comigo.
Eu amo a interação com vocês.
Até breve!

Laços de Amor (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now