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Decidi também tomar um banho e deixar uma calça de moletom e uma camiseta para Fernanda, acredito que será melhor que o roupão.

Assim que termino vou até a sala de TV e escuto a conversa sem que elas me notem escorado no batente da porta.

- Eu me assustei, achei que você tivesse se afogado.

Fernanda se explica enquanto Clara faz carinhos em seu cabelo sentada sobre seu colo.

- Eu sei nadar, Nanda, meu papai diz que sou como um peixinho.

Sorrio com o argumento esperto da minha filha.

- Eu acho você mais parecida com uma sereia.

- Tipo a Ariel? - Clara pergunta empolgada e Fernanda sorri antes de respondê-la.

- Exatamente como a Ariel.

Aproximo-me das duas morrendo de vontade de participar do momento.

- Então, que filme iremos assistir?

- Da sereia Ariel, papai. A Nanda disse que me pareço com ela nadando. Enquanto vocês colocam o filme, vou pedir outro sorvete, aquele deixei na mesa lá fora e já deve ter virado suco.

Passamos a tarde assistindo filmes de princesas. Clara está deitada com a cabeça sobre o colo de Fernanda que lhe acaricia os cabelos e os pés sobre minhas pernas. Umas das mãos de Fernanda está apoiada no sofá e depois de horas agradáveis em sua companhia preciso senti-la.

Seu olhar surpreso me atingi assim que toco sua mão, em seguida sou presenteado com um sorriso tímido e entrelaço nossos dedos.
Clara não pode ver nosso contato e assim passamos um tempo, mãos dadas e carícias tímidas até que minha menina desperta e senta-se no sofá.

- Estou com fome, papai.

Fernanda afasta sua mão da minha e imediatamente sinto falta do seu calor.

- Vamos pedir pizza? - Pergunto e Clara pula no sofá comemorando.

Após comermos quase duas pizzas grandes, e voltarmos a assistir o filme da princesa Valente, vejo Clara dormindo no colo de Fernanda.

- Ela dormiu. - Falo baixo para não acordá-la.

Fernanda tenta levantar com Clara no colo e eu a impeço.

- Pode deixar, vou levá-la para a cama. Me espere aqui. - Sussurro pegando minha filha nos braços.

Quando volto para a sala de TV eu a vejo no mesmo lugar usando minhas roupas que ficaram largas em seu corpo.
Assim que me vê chegando ela se levanta.

- Vou me trocar, minhas roupas já devem estar secas e já está tarde.

- Espera. - Seguro sua mão impedindo-a que saia. Nossos olhos se encontram e sinto o tempo passar em câmera lenta.

Porra, ela é linda demais.

- Eu quero te beijar.

Fernanda se aproxima, intercalando seus olhos entre os meu e minha boca. Uma de suas mãos segura e minha nuca e o que ela diz me faz esquecer tudo e querer apenas beijá-la.

- Então me beija.

♡♡♡

Fernanda

Sabe aquele papo de livro, onde os personagens dizem que quando se beijam o mundo para e nada mais parece existir?
É real!
Enquanto a língua de Raul explora minha boca sinto como se tudo parasse. Como se alguém desse pausa no mundo.
Suas mãos apertam minha cintura enquanto seus lábios me devoram.

Deus do céu, que calor é esse!

Ele caminha até o sofá e se senta me convidando para seu colo.
Como que se resiste a um homem lindo desses com os olhos nublados de desejo e o beijo mais gostoso do mundo te chamando para se sentar em seu no colo?

Eu que de boba tenho só a cara, me posiciono em cima de suas pernas e ataco sua boca gostosa. Me perco em seus beijos, nos braços fortes que passeiam pelas minhas costas em carícias torturantes.

É tentação demais Senhor!

Tento manter o controle do meu corpo, mas perco feio na briga contra a vontade de senti-lo sob mim. Um gemido escapa de nós dois quando me posiciono melhor sobre seu membro.

- Raul?! - Sussurro, apenas sussurro. Eu não tenho forças nem para falar, que dirá levantar de cima desse homem gostoso.

Nossos beijos intermináveis continuam cada vez mais urgentes, o fogo já se espalhou pelo meu corpo e o incêndio incontrolável é iminente.

Nossos lábios se separam apenas para recuperarmos o fôlego. Vejo em seus olhos o mesmo desejo que eu, estamos envolvidos em uma névoa de tesão e eu juro por tudo que há de mais sagrado que eu vou enlouquecer de desejo.

- Você é linda! - Sorrio.

- Me beija mais Raul.

Sinto quando suas mãos passeiam pelo meu abdômen e sobem em direção aos meu seios, rebolo e gemo com o contato de nossos corpos. Uma das mãos descem e aperta com força minha bunda.
A companhia toca.

O que? Droga! Tem alguém tocando a campanhia.

Nos afastamos sem pressa ainda presos na nossa bolha particular. Ele sorri enquando seus dedos fazem um carinho gostoso no meu rosto, meu coração derrete.

Eu estou toda derretida!

Raul me da um selinho e levante-se comigo em seu colo me ajudando a ficar de pé. Nossas mãos se entrelaçam e assim que chegamos a sala de estar nos deparamos com Tatiana.

Separo nossas mãos imediatamente, e não tenho certeza se ela viu.

- Raul, querido. Estava passando e resolvi entrar e falar um oi. - Ela se aproxima e beija o rosto de Raul fingindo não me notar.

Me afasto sem olhar para nenhum dos dois e sigo em direção a lavanderia que fica ao lado da cozinha para trocar minhas roupas.

Se eu, por acaso, ouvir a conversa deles atrás da parede será muito feio?
Me julguem!

Laços de Amor (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now