- Não desligue! - Pediu. - A culpa é sua!

- Eu sei que você sente muito a minha falta, mas eu vim aqui à trabalho, passe bem e depois me ligue quando se lembrar, cuide bem das coisas por aí e do meu pai hein, tchauzinho... - Dizia perto do microfone do celular (onde gravava a voz da pessoa, um pequeno buraco na parte de baixo do celular), iria desligar e escutou da outra linha o homem pedir novamente que não desligasse, mas não se importou.

- Precisa de ajuda, senhorita? - Um dos guardas solicitou ajuda e a mulher agradeceu, dizendo que sim.

Ele pegou suas malas e começou a perguntar sobre ela; o que fazia naquele lugar, suas intenções e no que poderia ajudá-la. A jovem se explicava, dizendo que estaria ali em busca de um amigo antigo e também á negocios, citando o nome do homem.

Enquanto isso, ainda no aeroporto. Sehun estava tão avoado e cansado, nem percebeu quando tropeçou em uma mulher, pedindo desculpas e seguindo novamente o caminho até a saída do local. Muitos taxis passavam por aquele lugar e nenhum sinal do seu motorista, foi quando com um estranho a o cumprimentar que pôde conseguir descansar a cabeça, seu motorista já estava o esperando com o automóvel completamente preto. Nervoso, testou a sua independência, cumprimentando o profissional e informando o local onde gostaria de ir, notando que este estava ciente de seu destino. Seria uma das primeiras vezes que ele estaria sozinho, mesmo que nem ao menos tenha o trabalho de conseguir o carro que já o esperava.

O jovem e alto rapaz estudava  em casa  para facilitar e possivelmente ser responsável por algo que seu pai tramava para ele naquele país. Além das aulas de empreendedorismo, também pesquisou sobre os costumes e como agir com devida educação naquele ambiente de trabalha, até mesmo como transparecer confiança em sua fala.

Quando finalmente chegou no seu destino, recebeu a ajuda de um capataz com suas bagagens. Fez todo o processo necessário para confirmar a sua reserva e se dirigiu até o próprio quarto, só então, depois de receber suas bagagens e finalmente estar na sua casa provisória, retirou seu casaco e andou até a janela para a abrir e assim pudesse ter um ar fresco em seu rosto. O vento era demasiado forte e seu cabelo ficava bagunçado com este, mas era algo que ele adorava, por isso apenas fechou seus olhos, descansando-os.

Após alguns segundos, seu celular começou a tocar, ele suspirou, apenas queria um momento sozinho, porém mesmo assim, atendeu o celular, limpando a sua garganta.

- Alô? Pai? - Disse de forma culta, após ler que o contato que ligava era seu responsável, ajeitando a postura. Estranho, pensou. Nunca imaginou que o primeiro a ligar seria seu pai.

- Oi, meu filho - Aquela voz não era de seu pai e quando se tocou, uma risada na outra linha foi escutada, fazendo o jovem respirar fundo.

- Hyung⁴... - Novamente seu irmão usou seu telefone e mudou o próprio nome para 'Pai' somente para o assustar, sabia que mais do que ninguém, Hun temia seu próprio pai.

- Você sempre cai, deveria aprender a fazer senhas mais criativas. 0 não é uma senha segura, Sehun - Realmente essa era a senha que ele havia colocado, Jovem Oh sempre se esquecia ou tinha preguiça de digitar senhas muito longas, ele sempre criava uma teoria de que suas senhas pequenas eram mais do que apenas dígitos, mas nunca fazia sentido.

- Já disse para parar de mexer no meu celular, isso é invasão de privacidade! - Ele falou agoniado, andando até a sua cama e se sentando nela.

- Invasão de privacidade minha bunda! Se eu apenas entrei para uma brincadeira.. Nem ao menos olhei as suas fotos constrangedoras na frente do espelho, eu juro - Jeong disse calmo, enquanto bebia um pouco de refrigerante, sentado no sofá.

- Mas conti... - O garoto se interrompeu, ao raciocinar a última frase de seu irmão, arregalando os olhos e passando sua língua no céu da boca, antes de balbuciar novamente. - Você fez o que?! Jeong Hun! - Seu irmão riu do outro lado da linha, terminando por o repreender. O tratar de forma desrespeitosa? (como era mais velho, não poderia o chamar pelo nome).

- "Jeong-Hun"? Mas esse moleque já está perdendo o respeito com seus irmãos mais velhos... A Coreia do Sul é tão ousada assim? - Não deixou nem um tempo para que o mais novo pudesse dizer algo, pois logo balbuciou suas últimas palavras. - Use um filtro melhor!

- Hyung? HYUNG?!

Ele sempre gostou de pregar peças no mais novo, já era um costume, e não seria diferente com ele em outro lugar. Após a ligação de seu irmão, ele recebeu uma das fotos a qual seu irmão se referia, o que fez ele ficar vermelho como uma Pimenta e desligar o celular. Começou a gritar e suspirar, e embora estivesse vermelho de vergonha, sentia a necessidade de rir daquela situação mesmo que não fosse algo que ele gostasse, aquilo fazia ele rir.

Se deitou na cama e ficou observando o teto, o que ele faria agora? Ele queria ir à Coreia do Sul e já estava, mas o que ele faria ali? Decidiu então, apenas descansar o dia inteiro no seu quarto, comendo comidas do serviço do hotel e dormindo confortavelmente após um longo banho.

Enquanto o homem descansava, a mulher que havia encontrado anteriormente estava na porta do prédio na qual ele estava hospedado. Com um boné preto, máscara e uma roupa confortável, a mulher mantinha suas mãos no bolso de sua calça, até que o sente vibrar, se lembrando que estava esperando uma mensagem daquele que havia a contratado.

- Senhor? - Respondeu a mulher, deixando uma risada soprada escapar pela ligação. O preço do dinheiro que estava concorrendo era alto demais e não deixaria essa oportunidade por nada, por isso, era tão óbvio a felicidade da mulher.

- Já sabe onde ele está? - A voz irreconhecível dizia de forma seca, mas com um leve tom de curiosidade. Ainda era difícil saber quem ele era, mas tinha um fato, não se tratava de uma mulher.

- Sim, ele acabou de chegar. Posso saber quando poderei executar nosso plano? - Estava ansiosa para começar o seu trabalho, mas suas expressões mudaram de felicidade para desapontamento quando conseguiu uma resposta não tão agradável.

- Ainda não está no momento certo para isso, precisamos que ele fique mais um tempo e que seja levado a público que ele está na Coreia do Sul, assim, os paparazzi conseguirão agir a nosso favor - Dizia em meio a sussurros, ele também estava cansado de esperar, entretanto, tranquilo sobre toda a situação. Junto de sua fala, a mulher chutava o chão no outro lado da linha, confirmando com o homem. - Não faça nada estupido, ou nosso contrato será inválido - A voz soava autoritária, mostrando que não importava o que fosse do desejo alheio, somente ele mandava as ordens ali.

A mulher fez uma careta de desaprovação, retirando sua máscara para que pudesse respirar melhor. Calmamente, deu meia volta para que voltasse em seus passos para sua moradia, enquanto era preenchida de pensamentos, até um desses a fizerem sorrir de canto e se virar, novamente, observando o prédio.

- Em breve nos encontraremos de novo, Oh Sehun...

| Glossário:

¹Aeroporto Internacional de uma cidade da Coreia do Sul chamada Incheon.
³Seul (Seoul; 서울) é a capital da Coreia do Sul.
⁴Hyung (hyeong; 형) é a forma como uma pessoa do sexo masculino chama outra pessoa do sexo masculina que é mais velha.

Money Couple | hunlisaWhere stories live. Discover now