Capítulo 2

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Amanda

Corri quase cinco quilômetros naquela manhã. Eu e Bárbara morávamos perto de um parque e era uma espécie de rotina minha correr pelo menos três vezes por semana. Quando não fazia, me sentia angustiada como se aquela adrenalina que eu tinha dentro de mim precisasse ser liberada. E eu estava cheia de adrenalina na sexta-feira de manhã. A raiva contida do Saulo e a frustração da primeira missão que comandei ter dado errado estavam me sufocando e eu precisava extravasar. Quando cheguei em casa Bárbara já estava fazendo nosso café. Ela não era muito adepta a exercícios. Ainda bem que seu trabalho era na inteligência.

- Café está pronto! - falou ela levando a xícara a boca.

- Vou só tomar uma ducha e já venho.

Quando voltei me sentei com ela comendo uns pãezinhos com manteiga e café, depois de um exercício eu ficava faminta querendo comer tudo que via pela frente.

- Sabe que tive uma ideia?

- Humm..não sei se vem coisa boa por aí..

- Claro que vem, só tenho ideias brilhantes! - ela defendeu-se - Devíamos sair hoje. Pra balada mesmo, nada de missões desastrosas. Vamos dançar e nos divertir.

- Podíamos chamar o Edgar. - falei já pensando no meu plano para me vingar de Saulo.

- Sei! E causar a terceira guerra mundial na repartição?

- Também não é assim! - falei - Quem sabe ele não seja interessante?

- Amanda, estamos falando do Edgar. Já o conhecemos. Você só esta querendo deixar o Saulo com ciúmes.

- Claro que não! Só quero deixar claro pra ele que não manda na minha vida.

- Aham - deu nos ombros - Por mim, pode chamá-lo. Só nao quero ninguem atrapalhando a noite. Uma amiga minha de BH vai também.

- Não é aquele louca que já foi presa é?

- Ela não foi presa! - exclamou - Só ficou detida algumas horas porque foi pega pela lei-seca. Mas hoje em dia ela é mais cuidadosa com isso.

- O pai dela é um cara super rico e importante né?

- É – confirmou. - Lembra que te contei que nos conhecemos em um show daquela banda de rock em BH? Na época ela ainda era menor de idade, hoje já tem vinte e um.

- Ainda bem Dona Barbara! Não quero ser repreendida por dar bebida alcoólica à menores.

- Já vai começar Dona Certinha? Você e o Saulo são perfeitos um pro outro!

- Vira essa boca pra lá. Espero nem encontrar com ele hoje.

Só que aconteceu bem o contrário do que eu planejei. Assim que me despedi de Barbara no prédio da polícia esbarrei com Saulo, ele me olhou com aqueles olhos verdes lindos com carinha de cachorro abandonado e eu quase cedi. Senti meu corpo ficar quente perto dele e estava odiando aquela relação. Será que eu tinha perdido o meu auto-controle? Toda vez que me aproximei dele depois daquele beijo meu corpo entrava em combustão como se lembrasse do seu toque. Acabei falando "bom dia" seco pra ele e tomei meu rumo.

Por volta das dez da manhã o Delegado Ricardo chamou a equipe para uma reunião sobre o caso já tinha intitulado por nós como operação "salva-vidas", o nome vinha a calhar pois os crimes a serem investigados eram de grande impacto e a resolução deles com certeza salvaria muitas vidas.

Evidências de uma PaixãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora