Eu sinto medo!

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Capítulo Vinte e Oito

"Perder, dói! Não adianta dizer não sofra, não chore; só não podemos ficar parados no tempo chorando nossa dor diante das nossas perdas."

( Lya Luft )

Britney

Saio do consultório incontáveis vezes pior que cheguei. Uma coisa é você estar grávida, outra é durante um exame de rotina descobrir que muito provavelmente você tem uma doença grave.

Com isso vou para casa. Faço um sinal para o taxi, entro, passo meu endereço.

Sei que tenho muito o que pensar, e dizer para meus pais, porque em pouco tempo que carrego esse bebezinho em meu ventre, eu me sinto diferente, é como se a partir daquele momento tudo passou a ter o dobro do peso em minha vida. Então posso ter noção de como meus pais iriam reagir a tudo isso.

Apesar de não ser uma especialista, também não sou nenhuma boba e sei que será minha gravidez ou a minha saúde.

- Senhorita?

O taxista me chama, avisando que chegamos.

Ai percebi que estamos em frente ao prédio onde eu moro. Pago minha corrida e sigo meu caminho.

Já em meu apartamento decido que tomar um banho de banheira seria a melhor coisa no momento, preciso sentir meu corpo relaxar por algum tempo pelo menos.

Deixo tudo pronto, quando estou tirando aminha roupa me dou ao capricho de olhar no espelho, e deu por mim que estou realmente abalada com a notícia. Não ajuda em nada a palidez que são recorrentes ao enjoos diários, meus olhos também tem olheiras pelas noites mal dormidas, e para completar estão bem avermelhados pelo tanto que já chorei.

Quando estou nua passo a mão em minha barriga e sinto um pedaço de mim se quebrar, e novamente a dor toma conta do meu coração.

- O que nós vamos fazer?

Digo a mim mesma na esperança de que algum milagre aconteça.

Entro na banheira e deixo que a água quente me traga algum conforto. Perdi a noção do tempo, resolvo sair quando sinto a água esfriando, e no final do banho me sinto um pouco melhor por incrível que pareça.

Saio, me visto e então resolvo ligar para minha mãe. No meu quarto pego o celular, disco seu número e ao terceiro toque ela me atende.

- Olá minha filha, como se sente hoje?

Porque a voz de uma mãe tem um poder sobrenatural de nós passar o conforto que jamais outro alguém mais pode?

- Oi mamãe, estou bem e vocês?

Minha mãe suspira, ela sabe que de certa forma o que eu disse não era verdade.

- Querida você levou os exames para sua médica?

- Sim. E precisamos conversar, eu, você e o papai.

Um aperto doloroso se apodera de mim mais uma vez. Eu não sei como vou contar, tenho medo do que iram me pedir.

- Então vamos marcar um jantar para amanhã pode ser?

Quanto mais rápido eu contar melhor, eu ainda tenho que achar um especialista, quem sabe tem alguma maneira de tudo se resolver.

- Certo mamãe, até amanhã. E eu amo você e o papai.

- Ah querida nós também te amamos, você é tudo o que temos de melhor na vida.

Com isso encerramos a ligação.

A mamãe como eu vou dizer para vocês que no meu exame de sangue acusou uma grande quantidade de células cancerígenas.

Marcados Pelo AmorWhere stories live. Discover now