Capítulo 01: Em Busca de um Emprego

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O passado. O que é passado? Uma vez perguntei isso pra minha mãe e ela me respondeu:

"O passado é uma coisa que já aconteceu e que não pode ser mudado."

Hoje eu sei que ela respondeu daquela forma séria pra mim por minha causa, porque eu era uma coisa que ela teria evitado se pudesse voltar no tempo, mas isso não importa agora.

Eu não sei como tudo começou, mas eu me lembro muito bem de como tudo começou comigo, hoje me pergunto: se eu pudesse voltar no tempo, será que eu mudaria minhas decisões? Isso me daria uma chance de evitar esse destino que tive, mas eu também teria perdido coisas, não, pessoas, amigos muito importantes para mim. Acho que eu não deveria ficar pensando nisso, eu deveria ser grata por não estar sozinha.

Mas acho que você não está aqui para ouvir as minhas dúvidas e questionamentos, você deve estar aqui para saber o que aconteceu, como eu fiquei desse jeito. Bem, eu vou contar para você, na verdade, vamos vagar pelas minhas memórias.

Tudo começou com uma simples garota que queria dar um jeito na vida.....

Acordei com o barulho insuportável do despertador, eu juro que qualquer dia desses eu quebro essa porcaria. Aff, eu quero dormir!

Levantei lentamente da minha cama, se minha mãe estivesse aqui ela diria que eu sou uma morta que esqueceu de cair. Espreguicei meu corpo, conseguia ouvir mais ou menos todos os meus ossos estralarem, fui no banheiro, fiz minhas higienes, tomei um banho relaxante, veste uma roupa confortável e saí do quarto. Vi minha mãe tomando café sentada na mesa enquanto mexia em seu notebook, ela nem sequer olhou pra mim ou disse alguma coisa, não tô surpresa.

Peguei uma maçã e logo voltei pro meu quarto, eu tinha um computador e procurava emprego por ele. Motivo? Minha mãe quer que eu trabalhe pra ajudá-la a pagar as contas. "Aff, eu só tenho 17 anos, deixa eu ser jovem por mais um ano!" Foi isso que eu disse pra ela quando ela me mandou achar um emprego.

Enquanto procurava achei uma vaga que me chamou a atenção:

".... procura-se um Guarda Noturno na Fazbear Pizzaria....."
(Não sou boa com essas coisas)

A Fazbear Pizzaria é bem conhecida pelas suas histórias macabras de animatronics ganharem vida a noite e matarem os Guardas Noturnos. Sempre pedi pra minha vó contar essas histórias, gosto delas, não me dão medo e sim curiosidade. Sempre me perguntei como era por dentro de uma das pizzarias da grande Fazbear Entertement(acho que é assim que se escreve).

Peguei meu celular, disquei o número que estava na tela e liguei, demorou um pouco para atenderem.

-- Alô?

-- Olá, eu sou Sarah e estou ligando para dizer que estou interessada na vaga de Guarda Noturno da Fazbear Pizzaria!

Um silêncio dominou o outro lado da linha, até achei que o homem tinha desligado.

-- Você tá falando sério? Olha, se for um trote.... -- o interrompe.

-- Não é um trote. -- falei em um tom tão sério que até eu fiquei surpresa. -- Eu realmente estou interessada na vaga.

E novamente o silêncio dominou o outro lado da linha, mas dessa vez durou menos tempo.

-- Me encontre na Pizzaria amanhã às 08:00. -- ele falou e desligou logo em seguida.

Fiquei feliz por finalmente ter conseguido um emprego, agora minha mãe iria parar de me incomodar com isso, mas uma outra dúvida nasceu na minha cabeça: as histórias são reais? Todos que já trabalharam de Guarda Noturno nas Pizzarias morreram misteriosamente ou enlouqueceram, não quero acabar como uma dessas pessoas, mas a minha curiosidade é maior que qualquer tipo de medo que eu tenha. Se é que eu tenho.

Saí do meu quarto e fui até o escritório da minha mãe quando vi que a mesma não estava mais na cozinha. Bate três vezes e abri depois de ter ouvido um "Entre".

-- Consegui um emprego.

-- Que bom. -- ela respondeu sem ao menos olhar na minha cara.

Parece até que o trabalho é mais importante que a vida da própria filha.

-- Vou trabalhar de Guarda Noturno na Freddy Fazbear Pizzaria.

Assim que terminei a frase ela ficou paralisada e arregalou os olhos, pelo menos agora sei que ela ao menos se importa comigo, apesar de ter dito pra mim a alguns anos que se pudesse ela nunca teria engravidado de mim, em outras palavras, ela não teria me tido.

-- Você enlouqueceu?! -- ela pergunta finalmente levando seu olhar até a mim.

-- Ah, você ainda tem olhos pra mim! -- falei enquanto a observava levantar e ficando na minha frente.

-- Você sabe o que aconteceu com os antigos Guardas Noturnos?!

-- Tiraram férias?

Eu não posso perder a oportunidade.

-- Morreram! Ou enlouqueceram!

-- Você fala como se você se importa-se. -- falei já indo pro meu quarto.

-- É claro que eu me importo, você é minha filha! -- ela disse vindo atrás de mim.

-- É mesmo? -- perguntei segurando a porta do meu quarto, iria bater na cara dela exatamente do mesmo jeito que ela fez comigo. -- E onde estava todo esse amor materno quando você disse na minha cara que nunca quis me ter?

Ela não respondeu, apenas ficou olhando na minha cara com uma expressão misturada de arrependimento, medo e tristeza.

-- Foi o que pensei. -- e então fechei a porta na cara dela.

Pensando bem agora, eu devia ter aproveitado mais o tempo que tinha com a minha mãe.

Dia seguinte

08:07...

Acabei de chegar na pizzaria, admito que tô um pouco nevorsa, mas não vou voltar a atrás agora!

O lugar é maior do que parecia vendo de fora, ao entrar você praticamente já chega no salão principal, dava para ver os banheiros, não estavam muito longe, olhei pra direita e vi o palco, tinha 3 animatronics nele e não muito longe tinha um lugar com cortina. Eu ia me deixar levar pela curiosidade e ir ver o que tinha por debaixo daquelas cortinas, mas uma mão pousou no meu ombro me segurando, olhei para trás e vi um homem com cara de sono. Ele tinha profundas orelhas, seu cabelo é castanho como seus olhos, ele usava uma roupa do tipo que pessoa de escritório usa. Tô com preguiça de descrever.

-- O que você tá fazendo aqui sozinha, garota? -- ele me pergunta e eu reconheço a voz.

É o cara do telefone.

-- Eu vim pelo trabalho de Guarda Noturno, fui eu que liguei pro senhor ontem. -- falei me virando pra ficar de frente pra ele.

O homem arregalou levemente os olhos e depois me olhou de cima pra baixo me analisando. Admito que isso me deixou nervosa, deu vontade de bater nele.

-- Eu jurava que era um trote. -- ele resmungou e então soltou um longo suspiro. -- Você tem certeza que quer esse emprego?

-- Sim.

-- Ok então. Siga-me.

Ele me guiou pela pizzaria até um corredor, tinha umas 3 ou 4 portas nesse corredor, entramos na primeira porta e eu logo a fechei quando entrei, tinha uma mesa, uns tipos de armários pra guardar arquivos e um cadeira na frente da mesa dele. Não era bem o que eu esperava.

Nós conversamos mais um pouco e depois ele me deu um papel para mim preencher, então mandou eu voltar às 21:30 de hoje para começar e eu fui embora.

Enquanto andava em direção a minha casa lia sobre os acidentes que aconteceram nessa pizzaria: ..... a vítima alega que estava tentando salvar as vidas de futuras pessoas que iriam trabalhar na Freddy Fazbear Pizzaria.

Kevin Dylan, um dos Guardas Noturnos que não desapareceu misteriosamente ou foi morto na pizzaria, dizem que ele enlouqueceu e tentou esfaquear o dono da Pizzaria no meio de uma festa de aniversário na Pizzaria. Esse lugar realmente deve ter algum problema.

Five Nights at Freddy's: Uma História que Deve Ser ContadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora