III - A Sacerdotisa

Start from the beginning
                                    

Me sinto feliz por ele, verdadeiramente. Pelo menos alguém tinha que se dar bem nessa amizade recém formada.

— Vamos no jardim? — indagou de repente, me deixando completamente confuso — Estou me sentindo muito feliz, para ficar preso dentro desse ambiente cheio dessa gente pessimista.

Sem ter muito o que fazer, concordei, já me levantando da mesa e seguindo caminho para o gramado com poucas flores.

— Vou até me deitar na grama, compartilhar minha felicidade com ela — pronunciou, se jogando na mesma.

— Você está tão bobinho — comentei, sentando ao seu lado. Logo me arrependendo, por sentir a grama me pinicar através da calça — Já estou me arrependendo de sentar aqui.

— Isso se chama amor — respondeu, virando de lado para me encarar — Cara, meu coração 'tá batendo.

Uma risada rasgou minha garganta, me fazendo cair pra trás.

— E não era para estar? — meu questionamento saiu em meio ao riso.

Namjoon que antes estava confuso, riu junto.

— Acho que eu não terminei a frase — negou, passando a mão por seus fios azuis — Você já sentiu isso, Jimin? Seu coração bater tão rápido, que parece que você vai explodir a qualquer momento.

Parando para pensar, eu nunca havia verdadeiramente me apaixonado, meu coração sempre foi morno para qualquer pessoa que se aproximasse de mim com alguma intenção romântica ou sexual. Não que eu seja algum tipo de "frio e calculista", não, eu só... não sei.

Sempre fui fechado para o amor por não me achar merecedor de um, não porque sou mais do que suficiente mas por não ser o suficiente. Tenho medo e muito. Ao mesmo tempo que o amor é lindo e puro também é doloroso, tão doloroso que você vai sentir  vontade de nunca ter se doado tanto.

Principalmente quando não é correspondido.

Mas sem ao menos te conhecer, meu coração lhe quis tanto, foi um amor repentino e doce. Como se você fosse a chama que eu precisava; como uma flor na primavera, que desabrocha com toda sua beleza e delicadeza.

Um acontecimento fora desse mundo e talvez, realmente seja. Não é possível sentir tanto, por um estranho que troquei apenas algumas palavras. Eu ao menos sei qual seu filme favorito ou qual comida você gosta de comer nos fins de semana e mesmo assim, passei a noite toda pensando em cada detalhe de seu rosto e tatuagens, que meus olhos conseguiram fotografar.

— Namjoon — chamei quebrando o silêncio que havia formado — Por que você ficou tão surpreso quando viu que foi Jungkook que me salvou?

Ele pareceu pensativo e se ajeitou, sentando de frente para mim.

— Bem — iniciou um tanto incerto — Como posso dizer...Jeon Jungkook não é lá muito amigável.

Nessa hora, minhas expectativas caíram por terra.

— Certo, então ele é um merda? — minha voz saiu com indignação.

— Não, ele só não é igual todo mundo — resmungou intimidado por minha expressão — Sabe, ele vivi parando na diretoria, não tem muitos amigos e os professores não gostam dele também.

Ah, é só isso? Eu achei que ele batia em idosas ou algo assim.

— Eu achei que você ia falar que ele faz chacota com Deus e o mundo — suspirei, um tanto aliviado. Namjoon pareceu perceber.

— Tem boatos que dizem que ele é o próprio diabo — sussurrou, como um segredo — Algumas pessoas já viram os olhos dele ficarem completamente pretos, isso depois de brigar com o filho do diretor.

The Saints of the blood ♱ Jjk + Pjm Where stories live. Discover now