54 | Nicole

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Coloco na boca mais uma colherada de sorvete de creme que eu estava comendo sem tirar os olhos da TV

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Coloco na boca mais uma colherada de sorvete de creme que eu estava comendo sem tirar os olhos da TV. Minha concentração está totalmente focada na novela brasileira que eu havia colocado, a Salve Jorge. Cada acontecimento babado que passava na televisão, uma um grito ou um xingamento diferente meu. Toda vez que assisto minhas novelas antigas preferidas é a mesma coisa. Deixo a emoção subir na garganta e quem olha de fora provavelmente morreria de gargalhar. A sorte é que, mais uma vez, eu estava sozinha. Maria estava trabalhando e eu já havia chegado do colégio. Me entupir de

doce enquanto surtava de formas diferentes assistindo à novela. Vez ou outra checava o celular, vendo se havia algo de novo, porém o dia estava bem parado, Não via problema algum em ficar sozinha, pois eu amo minha própria companhia. Acho que falar sozinha é um dos meus melhores dons em segredo. Pois, quem me visse cometendo tal ato provavelmente diria que eu tenho algum tipo de transtorno de personalidade ou que eu só era maluca mesmo. 

O som da porta da sala se abrindo ecoa pelos meus ouvidos, porém eu não tiro minha visão da TV. Continuo prestando atenção nos acontecimentos da novela enquanto comia todo o sorvete que havia na colher 

— Limpei a casa hoje, Maria. Não precisa se preocupar Vem assistir novela comigo — Eu falei alto e não recebi uma resposta 

Ouço passos se aproximando do sofá e quase me engasgo com um doce gelado quando um braço forte rodar o meu pescoço, jogando meus cabelos pro lado afundando o resto no meu pescoço para beijá-lo. Assim que eu noto que não é nem nos meus sonhos Maria ali, ao sono como dente fincados nos lábios enquanto beijos são distribuídos pela minha pele abaixo da orelha e em meus ombros — Por que não avisou que viria? — Perguntei enquanto sentia minha espinha se implicar com seu toque. 

— Tu sabe que eu gosto de surpresas — Ele afastou seu rosto do meu pescoço e me olhou, selando meus lábios rapidamente antes de se sentar ao meu lado—O que tá assistindo? 

— Salve Jorge — Ele me olhou como se eu tivesse falado em chinês uma novela brasileira, imbecil. 

— Tu esqueces que eu não nasci pros teus lados.

— Eu reviro os olhos e volto a prestar atenção na novela Vinnie pousa sua mão quente na minha coxa eu me arrepio sentindo seu toque, por incrível que pareça, ele não tentou nada e presta bastante atenção na novela mesmo que não entendesse uma palavra do que es

atores diziam. Em pouco tempo, ele já estava pior do que uma senhorinha noveleira de meia idade. 

— Caralho, que filho da puta! bater em mulher aqui é papo até de cortar o pau! — Ele disse puto enquanto apontava o dedo pra tela da televisão. Eu sorri vendo como ele fazia uma carranca ao ficar irritado. 

Ele volta à prestar atenção na novela com sua cara de bolado e eu não consigo desvencilhar meus olhos dele. Em como ele travava sua mandíbula quando ficava nervoso e como suas sobrancelhas se juntavam, formando uma expressão de raiva. Eu mordo meus lábios enquanto o encaro. Meu namorado. 

Isso ainda me assusta. É impressionante o fato de que, alguns meses atrás, o que eu mais queria de Nathan era distância e não suportava ficar um minuto ouvindo sua voz. E agora, radicalmente, eu queria ser como um chiclete para colar em qualquer parte do corpo dele e não soltar nunca mais. É totalmente enlouquecedor a forma que meu coração transborda ao lado dele. Sou definitivamente uma mulher muito apaixonada e completa. 

— Essa loira me lembra tu, amor — Vincent disse ainda olhando pra televisão e eu levanto minhas sobrancelhas: Um sorriso cresce no canto dos meus lábios, vendo que ele não tinha nem sequer reparado no nome que havia me chamado 

— Amor, é? — Perguntei sorrindo e ele desviou sua atenção da tela para mim. Logo ele percebeu o que tinha dito há alguns segundos atrás e abre e fecha a boca repetidamente para responder, porém, nada saía. 

— Tu não gosta? — Ele questiona, inseguro. — Que eu te chame assim? 

Levo minha mão até sua bochecha e acariciou a mesma por alguns segundos, aproximando meu rosto do seu e beijando seus lábios calmamente logo depois. Vinnie aperta suas mãos na minha cintura e eu dou impulso nas minhas pernas para sentar em seu colo. Ele desce suas mãos para a minha bunda e aperta a mesma enquanto eu arranho fracamente sua nuca, aprofundando ainda mais aquele beija. Rebolo levemente em seu colo enquanto nossas línguas dançavam em perfeita sintonia. Eu passo meus braços pelo seu pescoço quando ele dá um tapa na minha bunda e eu sorrio com seu gesto. 

Nós arregalamos os olhos com o susto de escutar a maçaneta da porta se abrindo a tomos tão rápidos quanto o flash. Pulo de seu colo e sentou em uma ponta do sofá, colocando o pote de sorvete em meu colo novamente e ele faz o mesmo, se direcionando para a ponta contrária. O silêncio se instala entre nós e o único barulho possível a ser ouvido é dos passos se aproximando da sala e de uma conversa aleatória que estava acontecendo na novela. 

Meu coração acelera quando vejo Maria adentrar o cômodo sorrir ao ver nós dois no sofá

 Ela coloca as sacolas que estava carregando na mesa e se aproxima de nós. 

— Não sabia que vinha pra cá, filho. — Ela vai até ele e beija sua bochecha — Tava andando por aí e resolvi passar aqui pra te ver, mas só tinha a esquisita da Nicole se entupindo de doce vendo essa novela de maluco aí. — Ele diz de forma convincente e eu prendo meu riso entre os dentes. Nem parece que estava quase incorporando algum personagem tão entretido. 

— Come você é agradável, Nathan. Digo de forma infinita e ele solta um sorriso debochado Kami se senta entre nós e começa a assistir a novela também. E, como esperado, em pouco tempo ela também estava quase voando na televisão com qualquer acontecimento que seja. 

Enquanto ela discute sozinha com a televisão, eu olho para o outro lado do satã vejo que Vincent já estava me encarando. Dou um sorriso fraco ele diz um "gostosa" apenas mexendo os lábios. Nego com a cabeça e logo volto a prestar atenção na novela. 

Ele é definitivamente o risco que eu me arriscaria um milhão de vezes para sentir todas as sensações num loop infinito.

Ele é definitivamente o risco que eu me arriscaria um milhão de vezes para sentir todas as sensações num loop infinito

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𝘽𝙍𝘼𝙕𝙄𝙇𝙄𝘼𝙉, 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Donde viven las historias. Descúbrelo ahora