49 | Nicole

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Enquanto o barulho das minhas rasteirinhas faziam quando se chocavam contra o chão adentrava meus ouvidos, eu mantinha minha cabeça erguida e procurava com os olhos a cafeteria que eu tinha marcado de me encontrar com Sammy

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Enquanto o barulho das minhas rasteirinhas faziam quando se chocavam contra o chão adentrava meus ouvidos, eu mantinha minha cabeça erguida e procurava com os olhos a cafeteria que eu tinha marcado de me encontrar com Sammy. Já estava quase anoitecendo. O sol estava se pondo e deixava o céu num tom alaranjado que era lindo. Esse fim de tarde por uma boa parte, acalmava os meus nervos de estar indo ver o Samuel, Sabia que teria que aguentar aqueles olhos castanhos amendoados em cima de mim enquanto eu tomava coragem de pôr um ponto final ali no nosso "rolo". Sammy é uma pessoa boa demais. Amo estar com ele e sempre me tratou com um amor imenso. Mas também tenho ciência de que essa história machuca demais nós dois. Ele não merece sofrer por algo não reciproco sendo que ele pode ter quem quiser em suas mãos e eu não quero ter que viver nessa prisão de evitar de fazer o que quero por conta de outra pessoa. 

Assim que chego em frente à cafeteria, eu respiro fundo arrumo meus cabelos antes de adentrar o lugar. O ambiente é totalmente aconchegante e quentinho. Percorro meus olhos por todo o local e encontro o garoto que estava sentado em uma mesa em frente a parede de vidro, que dava a visão de toda a rua. Balanço meus braços tentando afastar a ansiedade e apresso meus pés até Sammy, que em pouco tempo já nota minha presença ali. Ele sorri e se levanta, me puxando para um abraço apertado, Retribuo o gesto e sorrio fechado antes de me soltar dos seus braços e me sentar na sua frente. 

— Correu tudo bem vindo pra cá? — Ele pergunta preocupado. Eu sorrio fracamente e concordel lentamente. 

— Está tudo bem — Afirmo. 

Sammy debruça seus braços em cima da mesa e me encara em silêncio. Eu desvio o olhar enquanto sinto meu peito se apertar. Nunca tive dificuldade de tomar decisões, mas o nervosismo que eu sentia era evidente por conta dos repetidos movimentos que eu fazia com a perna.. 

— Quer pedir alguma coisa? Ele quebra o silêncio. Eu assinto e com um assovio, Sammy chama o garçom até a nossa mesa. Ele pede uma cerveja eeu opto apenas por uma água. Necessitava acalmar o bendito nervosismo que atazanava meu coração naquele momento. 

Permanecemos em silêncio por mais algum tempo. Além do movimento e das conversas que podiam ser escutadas das algumas pessoas que estavam espalhadas pela cafeteria, os batuques copiosos das minhas unhas contra a mesa de madeira deixava ainda mais claro o quão agoniada eu estava. 

— Se for me contar que está grávida de mim, pelo menos me avisa antes que tem uma noticia bombástica pra eu me prevenir de ter um infarto muito grande.Ele brinca e me faz rir baixo. 

—Nem nos seus sonhos, Wilk. Ele dá um sorriso e eu molho meus lábios. Continuo em silêncio por alguns segundos e logo ajeito minha postura, deixando a mesma reta e erguendo a cabeça pra poder olhar pro rosto do cara à minha frente. — Não podemos mais ficar, Sammy, 

Como eu imaginava, o silêncio se instalou novamente. Samuel me encara por alguns segundos antes de desviar o seu olhar para as suas mãos, fazendo com que sua cabeça baixasse e ele respirasse fundo. Passo a mão pelo meu rosto e encaro a rua através da parede de vidro. A noite se aproximava cada vez mais e a lua já podia ser vista no céu limpo. Eu estaria feita só com esse tempo, tomando um café quentinho enquanto passo a maior parte do tempo vendo série, e meu corpo não tivesse totalmente mergulhada num nervoso intenso e tendo que tomar uma decisão que eu sabia que poderia magoar outra pessoa. 

𝘽𝙍𝘼𝙕𝙄𝙇𝙄𝘼𝙉, 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Where stories live. Discover now