36 | Nicole

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Solto todo o meu ar que estava preso nos meus pulmões num gesto de alívio quando solto a caneta em cima da folha de um caderno ao terminar a pilha de exercícios que eu tinha que fazer

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Solto todo o meu ar que estava preso nos meus pulmões num gesto de alívio quando solto a caneta em cima da folha de um caderno ao terminar a pilha de exercícios que eu tinha que fazer. A semana de provas estava chegando e aquilo estava me dando fortes dores de cabeça. Sempre me sentia extremamente ansiosa com toda a questão dos estudos mas estava disposta à ser mais centrada e não deixar as emoções me vencerem. Precisava ter mais foco, já que minha vida agora era totalmente diferente.

Olho as horas e vejo que já era quase cinco. Me levanto da cadeira que ficava em frente à minha escrivaninha e me direciono até o banheiro pra tomar um banho bem longo. Após lavar meus cabelos e me ensaboar, saio do box e penteio meus fios com um pente rosa enquanto estava enrolada na toalha. Volto pro meu quarto e coloco uma roupa confortável, me deitando na cama e ligando meu celular. Vejo que tem algumas ligações perdidas de Vicent e reviro os olhos, deixando o aparelho de lado e ligando a pequena TV que havia ali. Não estava com paciência para ouvir as ladainhas dele agora. Se tem uma coisa que eu não suporto é grosseria. Desde que eu e ele ficamos mais íntimos, nunca o tratei de forma ruim. Ok, talvez eu dê foras nele quando ele me irrita, mas nada comparado com o que ele fez ontem. Esse seu comportamento de macho durão me irrita.

Coloco no canal de desenhos e começo à assistir um episódio de O Incrível Mundo de Gumball. Eu sou completamente apaixonada por desenhos animados. Talvez eu tenha uma garotinha que ainda more dentro de mim.

Ouço três batidas na porta do meu quarto e digo um "entra" alto o suficiente para quem estava atrás da mesma ouvir. O barulho da maçaneta abrindo e a pessoa colocando a cabeça pra dentro do meu quarto me fez respirar fundo.

— Sai. — Digo sem tirar meus olhos da televisão.

— Vai ficar mesmo sem responder minhas mensagens? — Vinnie bate a porta atrás de si, se encostando na mesma e cruzando seus braços. — Vou ser obrigado à trazer um carro de som pra você me escutar?

— Ai, Vicent. Não me enche o saco, caralho — Falo e ele levanta as sobrancelhas. — Que perturbação, inferno. Me deixa assistir meu desenho!

Eu cruzo meus braços e encosto a cabeça na cabeceira da minha cama enquanto via o filho da puta segurar a risada. Ele achava mesmo que eu estava brincando.

— Tá estressada, princesa? — Ele pergunta enquanto se senta na beira da cama.

— Eu deixei você pôr esse cu sujo no meu lençol? — Questiono.

— Você é folgada pra caralho, hein. Não se esquece que você ainda é intrusa.

Eu mostro meu dedo do meio para ele e volto à assistir meu desenho. Ele vira sua cabeça pra televisão e me acompanha, vendo um pouco a programação que estava passando. Fico até um pouco chocada quando o vejo dando risada de uma certa situação que acontecia entre os personagens.

— Essa banana é engraçada pra caralho. — Ele diz e eu arqueio a sobrancelha.

— Você assiste desenhos?

— Tu acha mesmo que eu sou um homem das cavernas? — Eu concordo com a cabeça e ele joga uma pequena almofada que estava na cama em mim. — Palhaça.

— Já pode sair do meu quarto, Vicent. — Ele franze o cenho. — Não pensa que eu esqueci o que você fez.

— Qual é, Nicole. — Ele se aproxima de mim. — Vai ficar nessa frescura?

— Você ainda acha que tá certo? — Eu dou uma risada nasalada. Sai do meu quarto.

— Desculpa. — Ele fala e meus olhos instantaneamente se voltam pro seu rosto. — Papo reto, não gosto de ficar assim contigo não.

Eu confesso que estava surpresa. Ele era a pessoa mais orgulhosa do mundo e essa era a única atitude dele que eu não esperava.

Eu fico em silêncio e desvio o olhar do dele. Vejo que o mesmo engatinha até mim e encosta sua boca no meu pescoço, traçando uma trilha do meu maxilar até a minha orelha.

— Me perdoa, vai. — Sua voz rouca faz com que eu relaxe meus ombro.

— Só se você assistir desenho comigo. — Digo com a voz no mesmo volume da sua. Ele dá um sorriso de lado e puxa meu rosto, me dando alguns selinhos até transforma—los num beijo de verdade.

Ele termina o beijo mordendo meu lábio inferior e aperta minha coxa, se afastando de mim e levantando da cama. O encaro confusa.

— Onde vai? — Pergunto e ele me olha.

— Fazer pipoca. Tô morrendo de fome.

Eu deixo um sorriso nascer em meus lábios e apenas assinto, vendo ele dar um sorrisinho e sair do quarto.

Ele é, realmente, inacreditável.

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𝘽𝙍𝘼𝙕𝙄𝙇𝙄𝘼𝙉, 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Where stories live. Discover now