15 | Nicole

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Minha cabeça latejava e meus olhos ardiam

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Minha cabeça latejava e meus olhos ardiam. Me levantar daquela cama, no momento, era meu maior desafio. Meu subconsciente implorava por um comprimido e uma água fresca. Esfreguei o dorso dos punhos em meus olhos e logo me sentei na cama, olhando em volta e vendo que uma fresta da luz solar passava pela janela pelo pequeno espaço que dividia o vidro e a cortina. Fui até o banheiro, escovei os dentes e fiz um coque nos meus cabelos. Saí do banheiro e reparei que Maria já havia saído pra trabalhar e agradeci à Deus, pois imediatamente minha consciência iria pesar. Alguns flashes da noite anterior se passaram em minha mente e tive vontade de socar minha própria cara quando lembrei da minha cena vergonhosa. A última pessoa que eu imaginaria que "cuidaria" de mim, era Vicent.

Deixei os pensamentos de lado e fui atrás de um comprimido pra tomar. Notei que o sol estava bem quente lá fora então logo me animei pra ativar minha marquinha. Encontrei a pequena caixinha de remédios que havia na casa e catei uma pequena pílula antes de ir pra cozinha e a tomar com água. Bebi mais um pouco do líquido fresco e me apressei em colocar meu biquíni, tirando algumas fotos no espelho e indo pra atrás da casa, onde havia a piscina. Me sentei na espreguiçadeira que havia ali e passei um pouco de protetor solar em meu rosto antes de começar a torrar no sol.

Coloquei uma música em meu celular e fiquei ali por um bom tempo sentindo o sol queimar todas as partes do meu corpo. Eu estava necessitando de um bronze e não era sempre que ali fazia um calorzão do bem, e também, era final de semana. Nos dias de semana eu não podia pensar em fazer qualquer coisa que não fosse estudar.

Depois de ficar o dia todo no sol e dar intervalos pra entrar na piscina, me sequei com uma toalha e voltei para dentro de casa, entrando direto no banho e lavando meus cabelos pra tirar todo aquele cloro. Saí do banheiro vestida numa blusa de alcinhas preta e um short da mesma cor confortável e uma toalha amarrada na cabeça. Penteei e sequei meus cabelos, pegando meu celular e tirando uma foto pra postar nos Stories.

_lexrz 2min

itsmarilu respondeu: meu lado lésbico está aos berros nesse instante, obrigada pelos mimos Nicole

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itsmarilu respondeu: meu lado lésbico está aos berros nesse instante, obrigada pelos mimos Nicole

raeaddison respondeu: minha falsa gringa gostosa

greggavani respondeu: na cara não pra não estragar o velório mulher

colevinnie respondeu: 😏

Vi o horário em meu celular e percebi que já tinha passado das quatro. Meu estômago roncava. Me direcionei até a cozinha pra preparar um misto quente com café, meu café da tarde preferido. Coloquei o pão junto do queijo com o presunto na tostadeira e já coloquei o café pra fazer. Quando tudo ficou pronto, me sentei na mesa para comer enquanto conversava com as meninas no grupo.

O meu coração se acelerou e o desespero estava prestes à tomar conta de mim quando senti duas mãos sobre meus ombros, que visivelmente não eram de Maria. Estava pronta pra abrir um berreiro quando vi aquelas tatuagens pelo braço do indivíduo que me encostava, o que criou minha vontade de esgana-lo.

— Porra, Vicent. Que susto! — Eu relaxei os ombros. — O que você tá fazendo aqui?

— Vim te ver. — Ele se sentou à minha frente. — Tava com saudades.

Eu arqueei a sobrancelha.

— Esse é o seu nível de tédio? — Perguntei enquanto dava mordidas no meu sanduíche.

— Talvez — Ele riu de lado. — Tô brincando. Vim resolver umas paradas com a minha mãe.

— Que paradas? — Questionei curiosa.

— Cuida do teu nariz aí. — Eu fechei a cara. — A propósito, ele tá sujo de queijo.

Passei o dedo na ponta do nariz e minhas bochechas ruborizaram quando vi que estava mesmo sujo. Vicent deu uma risada fraca e se levantou da mesa.

— Ela não tá em casa. Deve chegar daqui a pouco. — Falei dando uma última golada no meu café e levando minha louça até a pia.

Vicent ficou em silêncio e eu lavei minha louça suja enquanto ouvia passos leves atrás de mim. Eu gelei na mesma hora que senti dedos percorrerem um certo caminho pelo meu corpo, até parar em minha cintura e a agarrar.

— Tu tem uma dívida comigo, Nicole. — Aquela voz rouca sussurrou em meu ouvido. Respirei fundo.

— Você só cuidou de mim bêbada. Não fez mais do que a sua obrigação. Eu não te devo nada. — Falei duramente enquanto continuava a lavar meu prato.

— Esqueceu que bancou a rebelde em causa e deixou minha mãe pensando que você tava saindo inofensivamente com sua amiguinha?

Eu fechei meus olhos e senti minha consciência pesar.

— Eu vou conversar com ela, Vicent. — Eu me virei para ele. — Você não vai abrir o bico.

— Quem te garante? — Ele cruzou os braços e eu revirei os olhos.

— Está agindo como uma criança. Não tenho paciência pra isso. — Sequei minhas mãos. — Boa tarde, Cole.

Tentei sair dali, mas foi em vão quando senti suas mãos agarrarem a minha cintura novamente.

— Tu vai parar de bancar a difícil se eu disser que eu quero ver a sua marquinha toda? — Eu puxei meus lábios pra dentro enquanto ele olhava nos meus olhos. Vicent se aproximou de meu ouvido. — A de cima e a de baixo. — Sussurrou.

Senti seu nariz se esfregar em meu pescoço e eu fechei os olhos. Apoiei minhas mãos na bancada da cozinha enquanto a boca de Vicent percorria a minha clavícula. Um calor invadia o meu corpo e eu mordi meus lábios, sentindo um formigamento entre minhas coxas. Neguei com a cabeça e afastei meu corpo do dele, fazendo o mesmo me encarar.

— Sem joguinhos, Vicent. Eu não conheço você e nem quero. — Puxei o decote da minha blusa pra cima. — Passar bem.

Apressei os passos para sair dali e me direcionei pro meu quarto, trancando a porta e me jogando na cama. Que merda eu tava me metendo?

 Que merda eu tava me metendo?

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𝘽𝙍𝘼𝙕𝙄𝙇𝙄𝘼𝙉, 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora