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GABRIEL

Eu estava seguindo ele a pelo menos quarenta minutos, uma parte de mim queria parar e voltar para trás, a outra me dizia para continuar e o meu lado consciente me perguntava o porquê de eu estar seguindo esse cara. Não faz sentido algum eu ir atrás dele, assim como não faz sentido algo dentro de mim dizer que eu estou fazendo a coisa certa.

Rômulo foi um dos que mais me atacaram, até mais que a mãe de Sophia. Ele apontou o dedo na minha cara e disse que eu tinha tirado ela deles, que tinha feito algo de ruim para ela.

Foi depois disso que todos começaram a disconfiar de mim, não tiro a razão deles, sou um completo estranho que apareceu do nada. Mas não significa que não me machuca absurdamente, ser acusado de fazer algo contra a mulher que eu daria minha vida para ver bem.

Já estava totalmente cansado disso, quando de longe eu vi uma luz bem no final da estrada, forcei para conseguir enxergar e perceber que era uma casa no meio do nada, a estrada passava um pouco longe dela. Parei o meu carro assim que vi o Rômulo parar o dele, consegui ver ele entrando em um lugar que parecia ser apenas mato.

Entrei na primeira encruzilhada que vi, dirigi um pouco até deixar o carro atrás de algumas árvores. Tirei do porta-luvas uma arma e uma faca. Tranquei o carro e continue seguindo a pé, até parar onde vi o carro dele pela última vez.

Foi então que percebi que era uma estrada bem estreita, coberta por matos e cheia de buracos. Adentrei por entre o mato, passando pela estrada seria fácil para ele me ver quando eu estivesse próximo a casa.

Sentia meu braço sendo cortado por alguns matos, naquele momento meu único medo era ser picado por alguma cobra, mas eu já estava longe demais para desistir.

Me ajoelhei atrás de algumas madeiras cortadas que tinha quase chegando perto da casa, fiquei ali esperando para ver o que ia acontecer. A casa era pequena e muito velha, tinha apenas uma luz que vinha de uma janelinha que parecia ser um porão.

Já não estava mais aguentando esperar quando finalmente vi ele saindo.

Observei ele entrar no carro e fiquei esperando que ele sumisse pela estrada. Liguei a lanterna do celular e caminhei até a porta de entrada da casa, obviamente estava trancada.

Dei uma volta completa por todo lugar, era uma casa muito velha e eu não consigo entender o que o Rômulo estava fazendo aqui, eu não consegui ver se ele entrou com as vasilhas e os cobertores aqui dentro.

Não faz sentido que isso aqui seja dele, acho que se fosse estaria pelo menos um pouquinho mais arrumada, cuidada.

Eu não sei o que vim fazer aqui, foi uma grande perda de tempo. Vou voltar para casa o mais rápido possível, tomar um banho e tentar colocar a cabeça no lugar.

Estava me virando para sair quando olhei para o lado e vi que uma luz havia acendido, consegui ver por uma janela minúscula.

Era literalmente uma janela quase encostada no chão. Me agachei para olhar lá dentro e percebi que era um porão. Essa casa não tem como ser mais estranha.

Olhei para o meio do lugar e vi os cobertores bem ali, em cima de um colchonete e as vasilhas estavam ao lado.

Mas não era só isso, havia também água e alguns livros. O lugar parecia estar sendo habitado, o que na minha cabeça não faz sentido algum.

Senti meu corpo travar no instante em que uma porta se abriu e dela uma garota saiu praticamente se arrastando. Eu não conseguia acreditar que era ela, minha mente só podia estar me pregando uma peça.

Me Ensine a amar Where stories live. Discover now