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SOPHIA

Me mexi inquieta na minha cama, tem sido muito difícil dormir ultimamente. Meu corpo todo dói, os pesadelos são constantes como se a cada vez que eu fechasse meus olhos eu voltasse para tudo que eu vivi antes. Já faz pouco mais de uma semana que eu voltei para casa mas mesmo aqui dentro Eu não consigo me sentir nem um pouco segura e consequentemente não consigo fechar os olhos e ter uma noite de sono tranquila.

Os meus dias e os dias do Gabriel e meu pai, se resumem em ir até a delegacia quando o delegado manda chamar e então eu conto tudo o que aconteceu e eles nos atualizam sobre o que está acontecendo e o que provavelmente vai acontecer.

Há dois dias atrás, o meu pai conseguiu o mandato de prisão para Rômulo que não se encaixa em algo definitivo mas sim que ele vai ficar preso até o dia do julgamento, que eu não faço ideia de quando vai acontecer mas meu pai disse que vai ser em breve.

Mesmo com esse monstro preso, eu não consigo me sentir segura e se torturante. Eu não consigo deixar de imaginar que a qualquer momento alguém pode entrar no meu quarto e me levar para algum lugar e me torturar.

Eu queria ir ficar com o Gabriel, ao lado dele eu me sinto um pouco mais segura. Mas o meu pai tem estado tão desolado ultimamente, que eu sinto que tenho que ficar aqui com ele. Então, tenho pensado em chamar o Gabriel para passar um tempo aqui.

Um dos momentos mais difíceis que eu passei quando fui depor, foi quando colocaram a minha mãe do meu lado. O delegado pediu para ela descrever o Rômulo, E ela descreveu como uma pessoa calma, amorosa e cuidadosa. Um excelente companheiro, e que ela não consegue nem mesmo imaginar de onde eu tirei toda essa história.

Ela me colocou como louca e que o Gabriel era meu cúmplice nisso tudo. Ela jogou que eu estava fazendo isso por ciúmes e vingança por ela ter colocado ele dentro de casa e consequentemente a relação não dando certo eu sai.

Nem mesmo ouvindo tudo que eu disse para o delegado, nem mesmo me vendo toda machucada ela acreditou em mim. Minha mãe que é médica já se sensibilizou com tantas histórias no hospital, não teve nem mesmo o mínimo pela própria filha.

Acho que isso nunca vai parar de doer. Eu tenho que lidar com tudo o que passei nas mãos daquele homem e o meu psicológico todo ferrado. Tenho que lidar com a perda do meu irmão que me atormenta todos os dias e me corrói por dentro. E agora eu tenho que lidar com uma mãe que está do lado do homem que tanto me fez mal, tenho que lidar com a minha própria mãe duvidando de mim e me taxando como maluca.

Queria poder ver a cara dela quando o policial chegou na sua casa para buscar o seu maridinho. Não nos vimos desde então, eu posso estar sendo idiota e totalmente ingênua mas algo dentro de mim grita que ela pode acabar acreditando em mim e ficando do meu lado pelo resto do processo.

A porta do meu quarto se abriu um pouco e Gabriel passou por ela, com cuidado fazendo o mínimo de barulho. Fingi que estava dormindo, ele se sentou com cuidado na minha cama e abri os olhos um pouquinho para olhar para ele.

Parecia tão cansado, exausto. Ele não tem nada haver com isso, não deveria passar por tudo ao meu lado.

—Você fingi muito mal, estou sentindo seus olhos queimando a minha pele — me olhou — tem que fazer melhor que isso.

Me sentei na cama e me inclinei na sua direção, descansei minha cabeça no seu ombro. Meu corpo já estava melhor, tinha tirado os curativos ficando somente um no ante braço.

Me Ensine a amar Where stories live. Discover now