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Eu fico nervosa, e faço a única coisa que me veio à mente para fugir da situação; volto à conversa com Todoroki, apenas observando o garoto pelo canto do olho, ele parece fazer o mesmo que eu, encontra um lugar para se sentar.

— Realmente está tudo bem Takami-chan? — Shoto pergunta novamente, abro uma de minhas asas e me aproximo para contar a ele, que me ouve com seu olhar frio. — Ah entendo. — Ele diz simplesmente quando término de contar. — Fecho minha asa me ajeitando em minha cadeira.

Mais alguns colegas chegam, a sala está cheia, mas ainda há carteiras vazias. Minha conversa com Todoroki já acabou ele não é de falar muito, então é um pouco difícil manter uma conversa com ele, eu volto a usar um dos lados do fone de ouvido, mas minha atenção vai à Iida que começa uma discussão com um loiro que está com os pés sob a mesa, é da mesma fileira que a minha.

— Não coloque os pés na mesa. — Iida pede com indignação.

— Que? — Questiona em tom de deboche.

— Você não acha que é grosseira com os mais velhos da U.A. e com os ex-alunos? — Iida tenta de novo.

— Que grosseira. — O loiro continua com a provocação. — Em colégio que você estudou, figurante? — Sua pergunta foi retórica, mas Tenya responde mesmo assim, talvez não tenha notado.

— Eu fui para a escola particular de Somei. Meu nome Iida Tenya.

— De Somei? — Questiona com grosseria. — Em você é cheio da grana? Eu vou achar uma delícia acabar com você. — Iida dá um engasgo e recua um passo assustado pelas palavras do loiro.

— A-ai acabar comigo? Mas que maldade! Você quer mesmo ser um herói? — O loiro bufa jogando as costas na cadeira. A atenção dos dois vai à porta que havia sido aberta há alguns infantes. — É você... — A atenção de toda a classe que assistia em silêncio a discussão vai para a porta onde está um garoto conhecido por mim, um de cabelo verde, assim como havia imaginado da primeira vez, Iida vai até ele, andando de forma estranha e começa a se apresentar, mas o de cabelo verde o interrompe, dizendo que já havia ouvido, e ele se apresenta dizendo que seu nome é Midoriya Izuku. Eles começam uma conversa, a qual eu não dou bola, o solo de guitarra que toca no fone é meu favorito, merece mais atenção...

Apenas volto a prestar a atenção quando uma terceira pessoa se junta à conversa dos dois; uma garota de bochechas grandes de cabelo castanho curto.

— Ah o garoto de cabelo enroladinho que parece tão normal! — Ela murmura animada, Midoriya se vira assustado para trás e encarando paralisado por alguns instantes enquanto ela fala sem parar.

— Vão para outro lugar se só quiserem fazer amigos. — Alguém fala atrás deles, fora da sala, eu não vejo ninguém, mas eles parecem um pouco assustados. — Este é um curso de heróis.

A pessoa se levanta e agora posso ver um pouco, a pessoa está dentro de algo que suponho seja um saco de dormi.

— Certo, foram oito segundos para que ficassem quietos. Não temos muito tempo e vocês são muito racionais. — Ele diz enquanto sai do saco de dormir. — Sou o responsável por essa sala. Aizawa Shota. Todos ficam em choque com a notícia. Ele parece que não dorme à dias, que tipo herói ele é, seu rosto não me é conhecido. — É repentino, mas vistam isso e vão para o pátio. — Ergue uma blusa azul, branco e vermelho, de mangas média que tirou de dentro do saco de dormir.

Todos se levantam, saem da sala e fomos para os vestuários, as meninas para o feminino, e os meninos para o masculino.

No vestuário encontramos aquelas mesmas blusas junto de calças, ao pegar os conjuntos percebo o tecido de moletom. Todas se trocam e nós saímos indo para fora do colégio é um campo de esportes, onde o professor está esperando a todos chegarem. Nós nos colocamos em linha reta uma ao lado da outra.

Os garotos chegam e o professor começar à falar.

— Faremos um teste de avaliação de individualidade. — Ele anuncia.

— Teste de avaliação de individualidade? — A maioria de meus colegas questionam.

— E quanto à abertura? E a orientação? — A garota de bochechas grandes pergunta em um leve tom de desespero.

— Se querem mesmo virar heróis não têm tempo para essas cerimônias bobas. — Todos reclamam chateados. Eu também sempre quis participar desse tipo de coisa, infelizmente isso é algo que não há no Brasil. — O ponto forte da U.A são as tradições da escola sem restrições e é assim que os professores administram as turmas. — Ele que estava de costa para todos, se vira nos encarando. — Vocês já fazem essas coisas desde o ensino fundamental, não é? — Ele levanta o celular e aponta a tela em nossa direção nos mostrando uma lista de testes que provavelmente faríamos. — Testes físicos em que não podiam usar suas individualidades. O país ainda usa a média de resultados de alunos desprovidos de individualidade, — Faz uma pausa. — Não é nada racional, mas o ministério da educação está ultrapassado. — Ele se vira para um dos alunos em específico. — Bakugo me diga você ficou em primeiro lugar, não é mesmo? Na escola qual o seu melhor resultado de arremesso de softbol.

— Sessenta e sete Metros. — O garoto de cabelo loiro que discutia com Iida mais cedo responde.

— Então tente com sua individualidade. — Bakugo vai para dentro do círculo desenhado no chão. — Contanto que permaneça dentro do círculo. Vamos lá, dê tudo o que tem.

— Ta legal então beleza... — Ele alonga os braços e se posiciona, e atira a bola dada pelo professor, uma explosão grande é causada, será essa sua individualidade? — Morra! — Ele grita após atirar a bola impulsionada pela expulsão. — Pouco depois a bola cai longe.

— Está é forma mais racional de construir a fundação de um herói. — Mostra para nós o resultado; 705,2, todos mostram-se surpresos.

— Setecentos e cinco Metros? É muita coisa! — Outro loiro comenta.

— O que foi isso? Parece tão divertido. — A garota de pele rosada diz animada.

— Usar individualidades à vontade, isso que é um curso de heróis. — Um garoto de cabelo preto e cotovelos estranhos comenta empolgado.

— Pareceu divertido é? — O professor começa de novo. — Vocês têm três anos para se tornarem heróis. Vão manter essa atitude durante todo o curso? — Ele sorri meio perverso. — Muito bem, quem ficar em último lugar em todos os oitos testes será julgado sem potencial e punido com expulsão.

Todos nos assustamos.

— O quê? Que absurdo eu passei naquela porcaria de teste de recomendação para correr o risco de ser expulsa agora? Um absurdo. — Yoko resmunga no fundo, eu devido meus olhos, eu quem deveria dizer que absurdo, que absurdo a sua ingenuidade de achar que é verdade, fala sério...

— Somos livres para fazermos o que quisermos com os alunos... sejam bem-vindos ao curso de heróis da U.A. — Ele diz animado, uma expressão diferente da de peixe morto.

— O último lugar vai ser expulso? É só primeiro dia de aula. Mesmo se não fosse o primeiro seria injusto.

— Desastres naturais, grandes acidentes e ataques de vilões egoístas, calamidades com um horário e local imprevisíveis. Tem muita injustiça no Japão. Heróis são aqueles que revertem essas situações. Se queriam ir à lanchonete com amigos depois da aula, eu lamento. Nos próximos três anos a U.A. fará o possível para colocar um obstáculo atrás do outro. Vão ainda mais longe plus ultra! Venham com tudo o que tiverem. — Ele manda nos chamando com o indicador, e fica em silêncio por alguns instantes. — Muito bem, a demonstração acabou, agora é pra valer.

Plus Ultra - Fanfic BNHA 1° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora