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Nós demos uma voltinha pelo shopping, meu pai puxava papo sem parar com Melissa, o que confesso que me deixou com um pouco de ciúmes, já que meu pai sempre foi a única pessoa que esteve ao meu lado, principalmente em meus meses de luto...

Mas também essa conversa toda com a Mel, não passa de enrolação, o que ele quer tanto contar que pode estar o deixando... inseguro não é bem a palavra... acho que sem jeito? Talvez.

Damos mais algumas voltas até ele parece tomar a coragem, pedimos nossos sovertes em uma barraquinha, pedi uma casquinha de gergelim torrado, Mel pegou um picolé de tiramisu (que eu recomendei), e meu pai pegou um Suika Baa.

Nos sentamos em um banco para comer com calma, aproveitar a sobremesa, e descansar um pouco da caminhada.

— Está bom o de vocês passarinhas?

— Sim, muito obrigada, senhor Hawks. — Mel agradece.

— Está ótimo, mas podia ficar melhor com o fim desse suspense. — Digo cínica fingindo não ter dito nada demais, uma das penas de meu pai bate em minha testa de forma delicada e eu dou um riso.

— Acalme-se S/n-san. Eu também estou ansiosa para saber.

— Ta bom, ta bom, não ta mais aqui quem falou. — Me dou por vencida.

Terminamos de tomar nossos sorvetes, jogamos as embalagens em imã lixeira próxima e quando nos sentamos novamente, meu pai finalmente resolve contar o que tanto queria.

— Queria que pelo menos o Kanji estivesse aqui, já que de toda forma a Yoko não daria a mínima, — Começou. — Enfim, a Melissa não à conhece, mas se lembra da Fuyumi não é S/n? — Balanço a cabeça, já imaginando onde aquela história iria. — Semanas antes de vocês virem para o Japão a Fuyumi e eu nos conhecemos por acaso, e simplesmente começamos a ver cores.

— Então vocês são almas gêmeas. — Mel bateu palmas discretamente de forma animada, meu pai estava um pouco corado.

— Eu tinha minhas suspeitas desde do dia daquele jantar, você estava com intimidade demais com a família Todoroki, para ser apensar um jantar de colegas de trabalho, principalmente antes de irmos embora. — Ele sorriu sem graça. — A pergunta que não quer calar, cadê a aliança, vocês estão namorando, não é?

— Ainda não.

— Parece que o número três não é tão rápido assim. — Sussurro para Melissa que entende a piada e ri comigo.

— Eu ouvi.

— Foi para ouvir mesmo, e que palhaçada é essa, eu quero uma madrasta legal como a Fuyumi-san. — Coloco as mãos na cintura fingindo estar brava. Ele ri corado. Abro minha asa e envolto Mel com minha asa. — Olha não é por nada não, mas ele só está fingindo estar envergonhado, só para fazer cena para você, porque ele não tem vergonha alguma na cara, nem parece que conversa comigo sobre assuntos íntimos.

— Ei! — O mais velho fingi estar ofendido, Melissa ri. Fecho minha asa.

— Pare de implicar com ele S/n. Um homem apaixonado fica todo sensível falando da mulher amada.

— Vem com essa para cima de mim não. — Finjo enjoo. — Principalmente se tratando dele, — Coloco o dedo perto de seu rosto. — Mesmo estando acostumada com o jeito dele, não o suporto na primavera, é cada coisa que ele fala que chega a assustar. Ele não tem vergonha nenhuma nesse rostinho bonito. — Bufo cruzando os braços.

— Oh paro, já está queimando meu filme desse jeito. — Faz bico e cruza os braços em falsa chateação. — O que minha nora vai pensar de mim? — Se faz de ofendido.

— Feche o bico papai. — Fecho um zíper imaginário na frente do rosto dele, brincando. — Melissa já sabe bem de ti, fazer ceninha não cola. — Estreito meus olhos em sua direção.

— Deixe de se boba S/n-san. — Ela me dá um leve empurrão. — Deixe seu pai ser um pouco sensível, encontrar a alma gêmea é algo maravilhoso. — Suspira apaixona e eu realmente me sinto um pouco enjoada.

— Ta, ta... Que seja. Enfim, quero.o.casório.para.ontem. — Bato o indicador na palma da minha outra mão, falando pausadamente.

— O namoro nem começou... — Meu pai ri.

— Ainda! — Dou ênfase. — Podia ter chamado ela para almoçar com a gente. —Cruzo as pernas apoiando o cotovelo no joelho e a cabeça na mão.

— Agora ela tem um ponto, — Mel aponta para mim olhando para meu pai.

— Quem sabe da próxima vez. — Ele sorri, vendo nossa aceitação.

— Chame ela agora. — Melissa se empolga.

— Assim ne...

— La vem a desculpa. — O interrompo com uma risada cínica.

— Claro que não! — Se defende. — Eu havia chamado e ela disse que estaria ocupada com o trabalho dela.

— Okay... Já que tocou no assunto com o que a Fuyumi-san trabalha?

— Ela é professora.

— E ela está ocupada nessa época do ano? — Melissa questionou.

— Aqui no Japão as aulas se tem fim na segunda semana de abriu, tem recesso de duas semanas mais ou menos, e volta ainda em abril como novo ano letivo. — Explico a ela.

— Então por isso que disseram que as aulas iam começar em abril, eu e minha mãe ficamos toda perdida quando ela fez minha matrícula. — Ela riu sem graça.

— É normal a confusão, você viveu sua vida inteira no Brasil, a cultura é muito diferente.

— Demais. — Meu pai se levanta do banco e olha as horas em seu celular e se vira para nós.

— Eu já contei o que queria, agora vamos ver seu celular S/n? E depois dar mais volta.

— Por mim tudo bem. — Me levanto.

— Na verdade... eu preciso tirar cópias de alguns documentos, para fazer a matrícula de vocês na U.A. — Tirou uma pasta com alguns papeis de dentro da mochila que carregava. — Mas eu encontro vocês depois, okay? — Guardou de novo e tirou a carteira, a abriu e tirou seu cartão dali. — Divirtam-se passarinhas. — Entregou o cartão à Melissa. — Não deixa a S/n usar o dinheiro dela Mel-chan. — Eu abro a boca para atacar, mas uma pena tampa minha boca, os dois riem. — Tem o direito de permanecer calada Takami S/n. — Brinca.

— Pode deixar comigo S/n-san não vai gastar nenhum iene sequer do bolso dela. — Levou mão à cabeça como um soldado.

— Perfeito, até mais garotas. — Acena saindo de perto de nós duas.

***

Suika Baa - É um sorvete com sabor e formato de (uma fatia de) melancia.

Plus Ultra - Fanfic BNHA 1° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora