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Saio do meu quarto após terminar de ajeitar todas as minhas coisas, vou até o quarto que está tocando alguma música sertaneja, é o de minha irmã ela adora ouvir sertanejo enquanto faz suas tarefas. Bato na porta, mas ninguém à abre, então eu entro vendo como o som estava alto do lado de dentro, tampo meus ouvidos com ambas as mãos e envio uma de minhas penas até a caixa de som que estava ao lado da porta que eu suponho a do banheiro e abaixo o som, Yoko logo sai de uma das portas enroladas em um roupão de banho.

— Você abaixou meu som? — Me questionou.

— Sim, estava alto demais. — Explico. — Você está com as tintas? Eu vim pintar suas asas.

— Vou pegar, senta aí. — Entrou na outra porta onde provavelmente era o closet.

Me sentei na cama dela que era tão grande quanto a minha, e confortável também. Logo Yoko voltou com duas tintas de tingimento. Se sentou em frente ao espelho e me chamou, fui até ela e me ajoelhei atrás dela que me entregou a tinta branca e abriu as asas, consegui ver suas penas começarem a voltar a cor original, escuras, assim como as minhas e de Kanji.

— Pinta tudo ou só as que estão desbotadas

— Eu queria pintar tudo.

— Okay. — Abri a tinta branca.

Comecei a pintar as penas de branco, uma por uma, era uma das rebeldias de minha para com nosso pai, Keigo, ou como ele é mais conhecido, Hawks, seu nome de herói. Ele e minha irmã não se dão desde sempre, não que meu pai não tente se aproximar dela, mas ele prefere não forçar um relacionamento.

Tudo isso começou quando "surgimos", meus irmãos e eu não nascemos de forma normal, ou seja por parto, na verdade fomos criados através de uma individualidade, e foi um acidente, aconteceu quando minha mãe veio ao Japão para fazer um intercâmbio e também morar, então meus pais se conheceram e começaram à namorar, uma dia que minha mãe fazia compras uma mulher esbarrou nela, era uma médica que tinha a individualidade de criar crianças, a mesma usava sua habilidade para ajudar casais homossexuais, quando as duas se esbarraram a individualidade da médica foi ativada e meus irmãos e eu surgimos, como foi um acidente, a médica não conseguiu controlar a idade com a qual surgimos, então viemos ao mundo com a idade de cerca 12 anos os três (o que nós faz gêmeos), ou seja atualmente temos todos 15 anos, apesar disso, meu pai aceitou bem a situação, e fomos criados por ambos nossos pais (pelo menos por algumas semanas). Nós eramos como qualquer outra criança da nossa idade, então também temos personalidade, e minha irmã sempre foi a mais distante de todos nós e como eu já havia dito meu pai não força relacionamentos, e minha irmã não corria atrás, então sentiu-se deixada de lado, quando começamos todos à notar a forma diferente como Yoko tratava Keigo, o mesmo começou a tentar força a aproximada o que os distanciou cada vez mais, fazendo minha irmã ter completo ódio do atual herói número 3 no ranking japonês.

No ano seguinte meus pais se separaram (Foram apenas dois meses e meio no Japão) e meus irmãos e eu fomos morar no Brasil com ela, mas ainda mentíamos contato com nosso pai, exceto Yoko, para ela foi ótimo a situação. Mas ainda assim o ódio dela não diminuiu, só aumentou, principalmente depois da entrevista de Hawks que nos citou e passamos a ser conhecidos como os filhos de Hawks, não que algumas vez tenhamos escondido isto, então ela resolveu pintar as penas das asas de branco e preto.

— Presta a atenção no que está fazendo cabeça oca! — Resmungou minha irmã me arrancando dos meus pensamentos. — Está manchando as penas pretas merda.

— Relaxa aí senhorita carrancuda. Vamos retocar as penas pretas também. — Reviro meus olhos.

— Ta, mas agiliza ai, estou começando a ficar com fome. — Informou cruzando os braços.

— Ta bom, ta bom.

— A propósito... quem vai cozinhar hoje?

— Eu tinha pedido para o Kanji, mas ele disse que preferia comer fora e conhecer mais os arredores.

— Por mim tanto faz. — Enviou uma das penas pretas para buscar seu celular e o trazer para ti.

— Você me ajuda a escolher um visual para o jantar? Falando nisso você vai, não é? — Pergunto finalizando uma das asas e começando a tingir as penas da outra.

— Ajudo sim, mas só porque estou boazinha. Afinal se eu não ajudar, você não vai diferenciar as cores e vai ficar ridícula como sempre. — A olho com cara feia.

Calma S/n... você tem que tentar ter uma boa relação com sua irmã, o passado, fica no passado...

— Você fala como se já tivesse encontrado sua alma gêmea. — Reviro meus olhos. — Preciso te lembrar que enxerga preto e branco assim como eu? — Aperto sua pena que está em minha mão apenas para provocá-la, ela geme de dor.

— Não faz isso sua imbecil. — Xingou-me irritada.

— Me responde se vai jantar com a gente.

— Apenas para não ficar sozinha aqui. — Respondeu dando de ombros enquanto mexia em seu celular.

— Certo, estou acabando, enquanto as brancas secam vamos para meu quarto, e quando terminarmos de ver meus visuais, eu pinto as pretas.

— Beleza, vamos logo. — Se levantou e virou as costas para o espelho olhando a pintura.

Saímos do seu quarto e fomos para o meu, logo a levei para meu closet, que segundo Yoko é igual ao dela. Ela logo começou à vascular minhas roupas e bagunçar algumas coisas, típico, tudo que ela desarrumava eu ia organizando logo em seguida, nunca gostei de coisas bagunçadas, especialmente as minhas.

— Meninas vocês estão aqui? — Ouvimos Kanji nos chamar.

— Aqui. — Eu gritei para ele que não demorou a entrar no closet.

— O pai acabou de me avisar que nós poderíamos decorar nossos quartos como quisermos — Yoko o interrompe.

— Isso não é óbvio? — Yoko questionou ignorante e erguendo a sobrancelha.

— Deixa eu falar droga. — Ela assentiu. — Ele deu o cartão de crédito para a gente. — Mostrou o cartão e o bilhete.

— Ótimo, pelos ele mais fez algo de útil em um único dia. — Yoko resmungou e Kanji e eu reviramos os olhos.

— Quando terminarem aí vamos almoçar e fazer compras? — Concordamos e eu vi os olhos de Yoko brilharem.

Plus Ultra - Fanfic BNHA 1° temporada Where stories live. Discover now