54. O Caminho Das Rosas.

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— É chato ter que usar azul em todas as ocasiões oficiais, sabe? Não é uma cor feia, mas não é minha preferida. — Comentei quando paramos no centro da clareira arredondada. As rosas ao nosso redor eram pretas como a noite, e eu tive de admitir que eram as mais lindas de todo jardim. 

— Você nunca mais precisará usar azul. — Darkless comentou. 

— Como assim? 

Se meu coração ainda batessse acelerado diante de surpresas, com certeza ele estaria galopando no peito. Aztraz se ajoelhou em minha frente e puxou minha mão para a sua. 

— Lizzie Relish. — Ele chamou baixinho. — Eu te odiei assim que te conheci. Você poderia ser a ruína do meu povo e eu não a queria por perto. No entanto, era impossível me afastar de você. A cada vez que você estava em perigo, eu sentia medo por sua vida. Tentava dizer a mim mesmo que o motivo disso era não querer a extinção dos Relish, mas eu sabia que era mais. Não podia conviver comigo mesmo se você se fosse, se eu nunca mais ouvisse seus comentários irônicos sobre mim, se eu nunca mais lhe visse sorrir. Você era a única que tinha coragem de me enfrentar, a única capaz de dizer seus verdadeiros pensamentos sobre mim. Eu estava tão estupidamente envolvido pela diversão que era estar com você, que senti dor no peito ao saber que você havia dado o cálice a Luke. Você sabe agora, Lizzie… Nossos corações não doem por qualquer coisa, eles não são funcionais. 

“Ainda assim, eu vi suas intenções quando ajudou Luke. Você era tão ingênua, queria ter um mundo melhor, queria que o mal deixasse de existir. E novamente, não consegui sentir raiva de você, como aconteceu quando você disse que eu lhe enojava. Você queria um mundo melhor. Como eu poderia te odiar por isso? Como eu poderia te matar por uma traição que você nem tinha ideia que estava cometendo? A cada momento, você se enfiava ainda mais na minha vida. Nos meus pensamentos, até mesmo na porra dos meus sonhos. Quando transamos pela primeira vez, quando vi seu cabelo desgrenhado, seu rosto corado, seu coração humano batendo forte no peito, me senti completamente territorial, jurei que você nunca mais seria tocada por qualquer outro homem. E novamente eu menti para mim mesmo. Disse que estava me sentindo assim porque era egoísta e ciumento, que gostava de ter algo apenas para mim, mas não fazia sentido. Porque a porra do meu coração que sequer batia direito, acelerou quando eu a vi com aquele vestido preto. Eu lhe marquei como minha naquele momento, e você se entregou de bom grado. Me apaixonei por você gradativamente, como cair no sono, devagar. Você disse que nunca me perdoaria quando eu lhe dei meu sangue, e eu realmente acreditei, mas eu já estava envolvido demais. Não me importei com seu ódio, desde que você vivesse para me odiar. E então, você salvou minha vida. Me deu a sua vida para eu vivesse. Quando acordei, quando abri meus olhos e a vi morta, quando a dor foi tão grande que chorei em público, eu soube que a amava. E eu te amo, Lizzie Relish.”

Darkless tinha razão, nosso coração disfuncional não acelerava por pouco, mas aquela cena fez com que ele batesse forte em meu peito. Lágrimas desceram por minhas bochechas, sua declaração emocionando cada célula do meu ser. Eu o amava. O amava tanto. Eu morreria por ele, mas disso, ele já sabia. Darkless soltou minha mão para tirar uma caixinha do bolso do seu paletó e a abriu suavemente. Chorei ainda mais ao ver o anel dentro dela; o aro tinha milhares de pequenos diamantes encrustados e ostentava uma pedra oval preta como a noite. 

— Lizzie. Dê-me a honra de passar o resto da eternidade ao seu lado. — Aztraz sussurrou e um soluço de emoção escapou por meus lábios. — Você aceita se casar comigo? 

Todos os momentos da minha vida passaram diante dos meus olhos. A escola em que eu estudava, meus professores, meus amigos, inimigos, meus amores e desamores. Minha mãe, minha família antiga. E novamente, eu tive a realização que eu não tinha vivido até conhecer Aztraz Niklas Darkless, porque qualquer coisa que pudesse ter acontecido antes de sua chegada, era pequena demais. Eu sabia que ao entrar na Corte, jamais poderia sair como cheguei, mas não tinha ideia de que eu não iria querer sair como cheguei, não tinha ideia de que a maior felicidade do mundo eu encontraria ali, naquele lugar cheio de vampiros, com um falso vilão, afinal, essa era a verdade. Aztraz poderia ser um monstro cruel para o resto do mundo, um vilão de filmes, mas para mim, ele era a coisa mais linda do universo, ele era o amor da minha vida, o amor épico. O amor eterno. 

— Casar com você será a minha maior honra, meu doce Aztraz. — Sussurrei entre lágrimas e seu sorriso foi a coisa mais linda e perfeita que eu já vi na vida. 

Atraz deslizou o anel por meu dedo anelar da mão direita e depositou um beijo sobre a joia antes de se levantar. 

— Aonde quer que eu ande, você será a minha luz. — Aztraz sussurrou selando meus lábios contra os dele logo em seguida. — Esse é o começo do nosso felizes para sempre. 

Sorri profundamente emocionada e encostei minha testa a dele. A eternidade havia me assustado no começo, mas agora, era minha maior felicidade. O mundo tinha sido cruel comigo e eu pensei que nunca alcançaria um final feliz, que nunca viveria plenamente, que sempre estaria sozinha, no entanto, eu mal podia acreditar em minha sorte. Eu amaria Aztraz Niklas Darkless pelo resto de minha eterna existência, e isso, era o melhor presente que eu poderia ter recebido. 

— Para sempre, Aztraz. — Concordei. — Para sempre. 

E quando ele me beijou apaixonadamente, soube que não existia nada que pudesse nos separar. Estaríamos juntos para sempre. 

Para todo o sempre.


🥀
FIM.

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now