16. Sobre Vampiros.

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— Você conheceu meu pai? 

Luke suspirou de uma forma saudosa e abaixou os olhos para as mãos. 

— Ele era um grande amigo. Foi por minha causa que sua mãe o conheceu. Os Lostess nos atacaram e quase me mataram, ele me deu o sangue dele para que eu vivesse. 

Assenti surpresa, imaginando como meu pai seria há quarenta anos atrás, como ele teria sido comigo, caso Darkless não tivesse o impedido de me conhecer. Respirei fundo para tentar reunir meus pensamentos e os colocar em ordem. 

— Porque você não quer que Darkless saiba que eu te encontrei? 

— Porque eu preciso da sua ajuda.

Franzi o cenho, surpresa com o rumo da conversa. 

— Minha ajuda com o que? 

— Já falaram para você sobre os Lostess? — Luke perguntou de forma concentrada, assenti rapidamente. — São o maior mal do mundo, e recentemente, eu e meus companheiros descobrimos uma forma de aniquila-los, mas para isso, precisamos de algo que está com o Darkless. 

— E porque não pedem a ele? Ele odeia os Lostess… 

Luke soltou uma risada sem humor e se ajeitou em sua cadeira. 

— Os Lostess mantem os vampiros do Darkless sob medo, ele não os destruiria, Lizzie. Sem os Lostess, o Darkless não teria mais nada para usar contra seu povo. Eles não o veriam mais como um protetor que mantém o bicho papão longe. 

— Não… Ele… 

— Lizzie, não se impressione com o que ele mostra. O Darkless tem mais de seiscentos anos, é o ser mais antigo que está nessa terra. Os vampiros trocavam de mestres em, no máximo, oitenta anos. Então, o Darkless chegou. Consolidou seu nome, sua história. Você acha que ele fez isso por meios lícitos? Ele é cruel, calculista, um verdadeiro psicopata. — Luke segurou minhas mãos sobre a mesa. — Ele é um monstro, Lizzie. 

Puxei minhas mãos para longe das dele e cruzei meus braços. Porque eu sentia tamanha aversão às palavras dele? Fazia completo sentido. Tudo que eu tinha visto de Darkless até agora era caos e destruição, nenhum pingo de bondade, nenhuma atitude que não fosse guiada por interesse próprio. Até quando ele me salvou, tinha sido porque eu era uma das últimas Relish e seu povo pareceria fraco caso fossemos extintos. Se Luke realmente tinha uma forma de destruir um mal que assolava os seres humanos, e até mesmo os vampiros bons, que motivo eu tinha para não ajudá-lo? 

— O que você precisa dele? — Indaguei. Luke pareceu satisfeito, abrindo um mínimo sorriso antes de puxar do bolso interno do casaco um papel amarelado e me entregar. 

Abri o papel de aparência e antiga e o analisei com atenção. Era o mesmo cálice de cristal que o Darkless tinha usado para colher meu sangue no nosso último encontro. 

— O que isso faz? 

— Esse cálice tem o poder de mostrar como funciona um determinado tipo de poder, e sabendo como ele funciona, podemos criar uma forma de destrui-lo. — Luke fez uma pausa. — Vê como é simples? E Darkless nunca quis usá-lo para por fim nos Lostess. 

Não consegui dizer nada por vários minutos. Se Darkless realmente tinha em mãos o poder de destruir os vampiros ruins, e não tinha feito, ele era mesmo um bastardo fodido. 

— Tudo bem. — Concordei. — Vou conseguir o cálice para você. 

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Voltar para a Corte tinha sido muito, muito mais difícil que sair. Assim que passei pelos portões, cinco vampiros altos e mal encarados me cercaram. 

— Como você conseguiu passar pelos portões? — O mais velho perguntou com os olhos se tornando vermelhos. 

— Ei, ei, sou Lizzie Relish, irmã de Elisha Relish. Saí para pegar um ar. 

O mesmo homem arqueou as sobrancelhas, cético, mas o vampiro ao lado dele confirmou. 

— É ela mesmo, estava na guarda do Salão no dia em que ela foi apresentada ao Mestre. 

Respirei aliviada quando o líder do grupo fez um sinal para que eu seguisse em frente e rapidamente tomei meu caminho para longe, antes que eles se arrependessem. 

Enquanto caminhava pelos jardins da Corte, me perguntava como faria para roubar o Cálice de Darkless. Na última vez em que vi, estava na biblioteca, a vista de todos, mas após colocar meu sangue dentro dele, poderia facilmente ter mudado de lugar. Eu tinha que contar simplesmente com a sorte dele ter o mantido onde o vi pela última vez, pois não acreditava que conseguiria encontra-lo caso Darkless houvesse escondido num lugar seguro. Perdida em meus pensamentos, tomei um susto quando Alex se materializou em minha frente, fazendo com que eu pulasse um metro para trás. 

— Não quis te assustar. — Disse claramente segurando a risada. — Está indo para algum lugar? 

— Para casa e você? 

— Só estava pegando ar fresco. Posso te acompanhar? 

Abri um sorriso agradecido, mesmo sabendo que ele não estaria pegando ar fresco vestido como se fosse passar a noite na balada. Alex uniu seu braço ao meu e juntos começamos a trilhar nosso caminho em direção a Mansão Relish; no caminho, o vampiro perguntou de onde eu estava vindo e eu dei a mesma desculpa que dei aos guardar: havia ido pegar um ar fora da Corte e isso me rendeu um sermão. 

— Não lembra do que o Darkless disse? É perigoso demais que você saia da Corte! 

— Eu só dei uma volta, mal saí de perto do portão, Alex. — Mentirosa. — Não se preocupe, sei me cuidar. 

Alex parou repentinamente e me puxou para um abraço. Fiquei surpresa ao perceber que depois de uma dia tão cheio de emoções eu ainda conseguia sentir borboletas no estômago porque um cara legal estava me abraçando. 

— Mas eu me preocupo… Se precisar sair da Corte de novo, por favor, me chame. 

Eu assenti, retribuindo seu abraço. Mesmo que não tivesse a intenção de cumprir a promessa.

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Sigam o caminho das rosas,
Elas lhe guiarão por essa jornada.

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COMEÇA AQUI A MARATONA DE DEZ CAPÍTULOS DE UMA VEZ SÓ!!!!!!!!!!!!

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora