11. Encontro Constrangedor.

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           𝓜e escondi no telhado da enorme Mansão Relish para fumar um cigarro. Conseguir subir até ali havia sido uma missão quase impossível, só não tinha sido mais difícil do que esconder de Elysha o maço de cigarros que contrabandeei para a Corte. Nos últimos dois dias, não conseguia parar de pensar no quanto Darkless tinha sido maldoso ao insinuar que Aleksander queria apenas transar comigo. Em contrapartida, não conseguia parar de pensar no que eu faria caso ele tivesse razão, porque na noite em que meu amigo me deixou na porta de casa, me chamou para sair com ele, em um encontro, fora dos muros da Corte. Aceitei mais por educação do que qualquer outra coisa, mas agora, pendurada em meu telhado, duas horas antes da hora prevista para sairmos, tentava inventar formas mirabolantes de fugir do encontro. Se eu me jogasse dessa altura, provavelmente iria morrer. Será que compensava? Ao pensar em mamãe, logo compreendi que não. 

Sem mais escolhas, traguei o cigarro uma última vez e o apaguei na telha colonial antes de rumar meu caminho de voltar para o alçapão que desaguava no forro resistente de madeira, e por fim, desci a escada rudimentar que os empregados usavam para limpa-lo. Quase caí de susto quando coloquei meus pés no chão e avistei Elysha me encarando de braços cruzados.

— Você acha mesmo que eu não vou sentir o cheiro de cigarro, Lizzie? — Ela questionou irritadiça, me olhando como se quisesse voar em meu pescoço. — Qual é! Está tentando morrer fumando isso? 

— Eu sou a única humana dentro de um lugar repleto de vampiros, você acha que é o cigarro que vai me matar? 

A expressão de Elysha se tornou ainda mais irritada e ela bufou exasperada. 

— Olha, pelo menos fume em lugares normais, não preciso de você caindo do telhado e quebrando o pescoço. 

Revirei os olhos quando ela deu as costas, e a segui para fora do sótão. 

— Então… Aleksander Pontus me chamou para um encontro. 

Elysha virou-se abruptamente, e me encarou de olhos arregalados. Por um momento pensei que ela não gostasse da ideia, assim, teria um motivo para cancelar o encontro, mas então, um sorriso enorme brotou no rosto de minha irmã. 

— Isso é maravilhoso, Liz! — Ela exclamou felicíssima, e dessa vez, rolei meus olhos em sua frente. — Vou preparar sua roupa! 

Não foi uma pergunta. Elysha saiu dando pulinhos pela casa e se enfiou no meu quarto enquanto eu a seguia reclamando e de má vontade. 

Queria contar a Elysha meus receios sobre Alex só querer sexo comigo, mas não tive coragem. Eu não era virgem, tinha tido um caso tórrido com meu professor de história, quinze anos mais velho que eu, e acabei perdendo a virgindade nos dois anos em que passamos juntos. Nosso caso acabou quando ele disse que iria se casar, e eu descobri posteriormente que ele estava noivo há mais de quatro anos, o que foi bem chocante e me rendeu dias de lágrimas. Quem diria que um ano depois eu estaria numa Corte de vampiros, mal me lembrando no nome dele, depois de sofrer tanto. Porém, mesmo não sendo virgem, tinha medo. Realmente apreciava a companhia e amizade de Alex, e não queria me decepcionar de novo. 

— Você vai usar esse! — Elysha exclamou, me tirando de meus pensamentos ao exibir um vestido justo verde-esmeralda, um decote em v, e consideravelmente curto. 

— Parece curto demais. 

— Mas não é! — Elysha garantiu. — Vá tomar banho e o vista, irá ver! 

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No fim, Elysha tinha razão. O vestido acabou não sendo tão curto quanto imaginei, ainda que sua barra terminasse dois palmos acima de meus joelhos. O decote em ‘v’ era aprofundado, fazia meus seios parecerem maiores do que eram, mas ainda assim, não aparentava vulgaridade. Respirei fundo quando Elysha parou ao meu lado erguendo um par de saltos pretos. Pelo menos, não eram tão altos. 

Depois de calçar os sapatos, terminei de pentear meus cabelos até deixa-los soltos ao redor do meu corpo. Sorri comigo mesma ao olhar as madeixas no reflexo, feliz por não cortar mais que algumas pontas desde meus quatorze anos. Os fios castanho-escuro estavam batendo na cintura, e felizmente, nunca tive problemas como minhas amigas da antiga escola, havia sorte de ter herdado os cabelos lisos da minha mãe. 

— Aleksander está na porta! — Elysha disse entrando no quarto num rompante. 

Suspirei ansiosa, sacudindo as mãos para tentar afastar o nervosismo. 

— Vai dar tudo certo! — Elysha sorriu. — Qualquer coisa eu o mato! 

Acabei rindo de nervoso, enquanto saia do quarto em passos rápidos. Os saltos baixos faziam um barulho irritante conforme eu caminhava, mas acabei me esquecendo disso quando saí pela porta e me deparei com Alex. 

Céus… 

Aleksander estava lindo, vestido com uma camisa social vinho e uma calça jeans escura. Seus cabelos loiros estavam penteados para trás, realçando seu rosto pálido e olhos verdes como a grama em que pisavamos. 

— Você está deslumbrante. — Alex elogiou me olhando com adoração. Senti borboletas dançaram em meu estômago. 

— Obrigada, Alex. Você está lindo. — Lhe disse com sinceridade, conseguindo arrancar dele um sorriso envergonhado. 

Alex me estendeu a mão e juntos caminhamos pelos jardins da Corte, num silêncio pleno e um tanto quanto desconfortável.

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M

eu amigo me ajudou a sair do carro depois da rápida viagem de dez minutos da Corte até um restaurante pitoresco com nome em francês. Tentei várias vezes pronunciar mentalmente  o título escrito em vermelho, mas minha cabeça fazia um nó e acabei desistindo. O interior era surpreendente belo, cheio de mesas redondas com arranjos de rosas vermelhas encima. Quase ri da ironia de ter que passar um jantar inteiro sentindo o cheiro doce que me lembrava o Darkless. 

— Gostou do lugar? — Alex perguntou quando o garçom levou nossos pedidos para a cozinha e trouxe uma garrafa de vinho. 

— Eu adorei. — Fui sincera. — Obrigada por me trazer aqui. 

Aleksander riu, como se minha frase fosse a coisa mais engraçada que já tinha ouvido. 

— Obrigada por ter aceitado vir comigo. — Ele disse entre uma risada baixa, seu rosto ficando adoravelmente vermelho. — É um prazer estar na sua presença.

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Sigam o caminho das rosas,
Elas lhe guiarão por essa jornada.

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Estou no capítulo 41 desse livro, e quando eu chegar no 50, irei postar dez capítulos de uma vez. Se eu terminar de escreve-lo sem ter postado todos os capítulos aqui, irei postar todo o restante de uma vez! Enquanto isso, teremos atualização todos os dias. Um beijo grande!

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora