PRÓLOGO.

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“São muito poucas pessoas
que eu realmente amo,
e ainda menos as que tenho
em alta conta.
Quanto mais conheço o mundo,
mais insatisfeita fico com ele;
todo dia confirma minha
crença da inconsistência de
todo caráter humano,
e na pouca confiança que
se pode ter na aparência
tanto do mérito quanto da razão.”

—  Jane Austen.


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        𝒜os dezessete anos de idade, pensei que a maior de todas as minhas preocupações seria terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa de estudos numa faculdade bacana. Porém, não foi bem assim. Aos dezessete anos, tudo que eu pensava ser real, foi jogado de lado. E tudo que eu pensava não ser real, foi jogado na minha cara, literalmente. Num Belo dia, eu estava na cozinha com mamãe, no nosso modesto apartamento nos subúrbios da cidade e noutro, estava sendo levada para a Corte Vampirica. É, vampirica. Vampiros existem. Literalmente, novamente. Pelo que descobri, meu pai era um importante vampiro que quebrou todas as regras, tendo um caso com uma humana, que resultou numa filha: eu. O problema, é que vampiros só deveriam poder procriar com vampiros, mas acabou que meu pai e minha mãe tiveram uma sorte imensa ao me terem. Bom, sorte imensa para eles, porque para mim, foi um puta desserviço.

Elysha, minha irmã, precisa de mim para ser aceita como o décimo membro do Conselho. O Conselho nada mais é que uma unidade fechada, de dez pessoas, que decidem tudo pelo mundo dos vampiros. Tudo mesmo. E é presidida por um Mestre, aquele que manda em tudo, que faz tudo. Eu o chamaria de rei, já que é basicamente essa a função dele, mas deixe os vampiros com suas tradições. Quem sou eu para me meter nisso? Droga. Infelizmente, agora, eu sou alguém para me meter nisso. Como a última de sua linhagem viva, Elysha não poderia assumir seu lugar de direito no conselho, porque toda família precisa de outro membro para lhe substituir caso falte, e nosso pai, antes de morrer, disse a ela onde me encontrar, e então, eu fui jogada aos leões.

Há pessoas que não querem Elysha no conselho, e por isso, tentarão de tudo para acabar com a única coisa que a impede de chegar até lá: eu. Porém, não tenho outra escolha senão seguir para a Corte e viver lá até minha irmã mais velha conseguir tudo que precisa e assim, eu poder voltar a viver minha vida normalmente. Esse foi nosso trato, afinal. Eu a ajudaria, e depois ela me manteria em segurança, com minha mãe, no lugar que eu escolhesse, tendo tudo do bom e do melhor no mundo, apenas fazendo provas de vidas durante o tempo em que ela não tivesse filhos.

Irei para a Corte, irei fazer tudo que minha irmã precisa, e então, serei livre e viverei feliz para sempre com minha mãe, tendo todo luxo do mundo.


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Pude notar o sorriso de minha professora ao terminar de ler o esboço que fiz de meu conto para a aula de literatura inglesa. Senhorita Carter balançou a cabeça com divertimento e me devolveu a folha.

— Lizzie, eu adorei seu esboço. Creio que essa história ficará muito boa. Parabéns.

Carter sorriu de novo enquanto eu me retirava, mas eu não sorri de volta ao ir me sentar na minha mesa de sempre. Gostaria que fosse apenas um resumo de um conto, gostaria que fosse apenas uma história divertida e surreal que eu escrevi para ganhar boa nota no trabalho, mas não era. Sentada em minha mesa, olhando fixamente para minha folha, quase ri ao reler a parte do felizes para sempre. Eu com certeza não teria esse felizes para sempre, pois eu tinha certeza, no fundo do meu coração amedrontado, eu nunca sairia daquela Corte…

Não do jeito que entrei.



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Sigam o caminho das rosas,
Elas lhe guiarão por essa jornada.

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A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora