4. Apenas Humana.

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🥀

[Leiam
o aviso
No fim do
capítulo.]

              — Você é minha irmã. Nosso pai era Kyle Relish, e você é a filha bastarda dele. E agora, eu preciso de você. 

Eu sabia que aquilo era um sonho bem vivido de uma memória de seis meses atrás, mas ainda assim, me peguei encarando os belos cabelos loiros de Elysha, a brancura de sua pele, a vermelhidão de seus lábios cheios. 

— Eu não tenho um… Pai. 

Elysha sorriu. 

— Tem sim. Um vampiro muito importante no meio… 

— O que? — Meu alter-ego gritou, se colocando de pé. Seus cabelos castanhos que iam até a cintura foram jogados para frente com o gesto abrupto. — Você é louca? 

Elysha respirou fundo e se colocou de pé com muito mais delicadeza do que eu tinha feito, e abriu a boca. Um instante depois, seus olhos ficaram vermelhos como sangue e os seus caninos se tornaram grandes o suficiente para passar do lábio inferior. A Lizzie de seis meses atrás gritou alto e eu gritei ao sentar na cama num pulo. 

Porra.

Meio segundo depois, Elysha já estava dentro do quarto, olhando tudo ao redor fixamente, procurando o perigo. Me encolhi na cama. 

— Foi só um pesadelo… 

Minha irmã relaxou minimamente e respirou fundo, vindo até mim. Quando eu me encolhi mais contra os lençóis, ela parou no meio do quarto. 

— Está tudo bem, você está segura, nada vai te acontecer. 

Eu assenti mesmo sem acreditar nas suas afirmações. 

— Você pode abrir a janela? — Perguntei baixinho. Precisava ver a luz do sol e minhas pernas estavam bambas demais para tal. 

— Eu ainda não recebi meu anel. — Quando a olhei sem entender, minha irmã continuou: — todos os membros do Conselho tem um anel que nos impede de virar cinzas à luz do sol. 

— Vocês queimam no sol? — Pulei da cama rapidamente, indo em direção a janela. Elysha literalmente voou para o outro lado do quarto. 

— Você é louca? — Minha irmã gritou com uma mão na maçaneta, seu corpo de lado, pronto para sair caso eu abrisse a janela. Comecei a rir. 

— Eu não vou abrir a janela. Só estou feliz porque posso andar lá fora durante o dia todo sem nenhum perigo! Bom, exceto as outras nove pessoas que já tem seus anéis. 

Elysha pareceu relaxar e voltou a andar pelo quarto. 

— E o Darkless, então, são dez. 

— Hum… Então talvez eu deva ficar dentro de casa. 

Elysha riu e eu mesma não pude controlar a risadinha que escapou de meus lábios. 

●❯────────・❪ 🥀 ❫ •────────❮●

Depois de comer uma vasilha de cereais, saí da mansão me sentindo minimamente mais feliz. O sol da primavera aquecia minha pele, e se nenhum vampiro “comum” não poderia sair enquanto ele estivesse no céu, eu me sentia segura para caminhar pelos jardins da Corte. Quando Elysha tinha dito Corte, eu pensei que acabaria num palácio, como nos filmes, mas tudo era bem diferente. No centro da Corte existia uma construção enorme, parecida com o Panteon, onde ocorria as reuniões do conselho na sala do Mestre, a qual visitei ontem, e as festas no Salão de Baile. O jardim ao redor dela era magnífico, vários e vários quilômetros de grama extremamente verdes, flores de todos os tipos, árvores bem cuidadas, e fontes de água cristalina; o que me surpreendeu muito. Eu esperava um lugar obscuro, assustador e no mínimo fontes de sangue. Ao longe, as mansões das famílias que estavam no conselho reluziam no sol da manhã, suas janelas recobertas de um material escuro e espesso, provavelmente para evitar que as luzes solares machucassem quem não tinha os anéis que Elysha falou. O engraçado, é que só conseguia avistar dez, incluindo a de minha família. Havia alguma possibilidade do Darkless não morar na Corte? Todas as residências eram pintadas das cores de cada família, e não havia nenhuma preta. Disposta a sanar minha curiosidade, comecei a caminhar para longe das casas, em direção ao roseiral, onde tinha visto na noite anterior uma árvore grande o suficiente para subir e olhar tudo ao redor. 

C

onforme caminhava pelo enorme roseiral, que deveria ter mais de cinco quilômetros de extensão, voltei a pensar no que tinha acontecido na noite anterior. Darkless tinha novamente feito o lance de curar minha ferida através da saliva. Bom, eu imaginava que fosse pela saliva, já que seria ainda mais absurdo se a cura viesse da sua língua em si. Passei os dedos pelas rosas amarelas que serpenteava um dos caminhos que tinha escolhido, admirando a maciez das pétalas, quando ouvi um barulho atrás de mim. Me virei rápido, meu cabelo inteiro indo parar no meu rosto e o puxei para baixo rapidamente, buscando encontrar a fonte do som alto. Nada. Não havia ninguém atrás de mim, mas eu poderia jurar que tinha ouvido passos. Respirando fundo, voltei a caminhar em direção a árvore que buscava, quando ouvi novamente o barulho vindo de trás de mim. Dessa vez, corri. 

Quando comecei a correr em direção as árvores, percebi que tinha feito uma coisa idiota. Deveria ter corrido para o lado contrário, onde estavam as casas e Elysha, a única pessoa que eu poderia confiar naquele lugar, mas não, me emaranhei ainda mais no roseiral, correndo da segurança. Ouvi uma risada atrás de mim, e então, algo se materializou em minha frente. 

Não, não algo. Alguém. 

Pensei que a coisa mais assustadora naquela Corte era o Darkless, mas ao encarar aquele vampiro com os olhos vermelhos e a pele tão branca feito a neve, com os caninos expostos e um olhar assassino, eu considerei o Mestre praticamente inofensivo. 

— A menina humana. — Ele afirmou com deleite, me encarando maliciosamente. — Quando o Mestre Darkless lhe cortou ontem, mal pude me conter ao sentir o cheiro de seu sangue. E agora cá está você, sozinha. 

Não disse nada. O que eu poderia dizer? Se esse cara me quisesse morta, ele teria êxito. Dei um passo cambaleante para trás, o fazendo sorrir ainda mais. 

— Não sei como Kyle Relish conseguiu a proeza de ter uma filha humana, uma aberração, mas é hora de acabar com isso. 

Respirei fundo, me preparando para correr, quando me lembrei de outra coisa que tinha acontecido na noite anterior.

Um sangue tão precioso…
Quando senti o cheiro do seu sangue, pensei que estivesse ferida.

Repentinamente, soube o que precisava fazer. Virei as costas e corri, corri o mais rápido que pude, enquanto erguia a mão em direção as rosas, mal registrando a dor dos cortes conforme os espinhos me arranhavam e o sangue vertia. Menos de dez segundos depois, o vampiro já estava novamente na minha frente e eu me agarrei a roseira para não colidir nele, o sangue fluindo quente quando o espinho adentrou minha palma com força. Essa dor eu senti. 

Ok, Darkless, agora eu estou ferida. 

O vampiro olhou para minha mão, sorrindo amplamente quando viu minha mão ensaguentada. 

— Não desperdice meu alimento, humana. 

— SOCORRO! — Gritei quando percebi que Darkless não estava vindo. 

O vampiro sorriu com mais deleite e segurou minha garganta com uma das mãos, cortando imediatamente meu ar. Tentei gritar de novo, mas foi em vão. 

E então, tudo aconteceu muito rápido. 

A criatura fincou os dentes no meu pescoço, soltando sua mão, e eu gritei. Gritei de dor, de medo, de desespero. E e então, seus dentes foram arrancados do meu pescoço, me trazendo ainda mais dor. 

Caí de costas contra a grama do roseiral, os espinhos arranhando meu rosto, mas tive tempo de ver o que me salvara. 

Darkless, em toda sua glória negra.

🥀

Sigam o caminho das rosas,
Elas lhe guiarão por essa jornada.

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AVISO MUITO IMPORTANTE: Ei, pessoal! Espero que estejam gostando dessa história. Irei postar um capítulo por dia, já que estou no capítulo vinte e um da história e estou tão interessada por ela que estou escrevendo rápido (só faz cinco dias que comecei a escreve-la) estou louca para postar tudo logo, porque se vocês acham que precisam de tereparia agora (alô, estou lendo os comentários!) Não fazem IDEIA do que vem por aí! Deixem seus votos e comentários, eles me inspiram muito. Amo vocês, e novamente, obrigada a fds_vou_ler por nunca ter me abandonado em nenhuma das minhas histórias, você é demais!

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora