chapter 45.

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ago, 21

Bianca Gómez

É hoje! O dia da decisão das quartas-de-final da Conmebol Libertadores finalmente chegou!

E é óbvio que em plena sete horas da noite eu já estou explodindo de ansiedade por esse jogo.

Talvez consigamos a classificação para a semi-final e de brinde podemos nos vingar daquele paulistão e quebrar um grande tabu; o Palmeiras NUNCA venceu o São Paulo na Libertadores.

Não querendo declarar vitória antes da hora, mas já declarando, esse tabu vai se quebrar hoje.

Precisamos ser fortes, confiantes e positivos... confiança e positividade nunca é demais, principalmente para os jogadores.

Eles amam quando nós os apoiamos e dessa vez não vai ser diferente. Com muita garra e luta nós vamos passar de fase.

É que nem dizem "vamos juntos de alma e coração".

Ok, assumo que fui poética.

— tá pronta, tia? — perguntou Pía com um tom tedioso na voz.

— eu perdi a po... — interrompi minha frase por conta do palavrão. — eu perdi a minha camisa da sorte, é isso.

— o papai colocou ela para lavar. — disse simples.

— mas que cassete! — exclamo irritada. — como que eu vou assistir um jogo sem meu manto da sorte?

— pega a camisa branca desse ano, ela é quase igual a da sorte, só muda que ela tem coroas e a da sorte não.

— eu estou ficando preocupada, eu nunca assisto um jogo sem o manto da sorte... e agora? — me jogo no sofá perdidamente sem rumo.

— está na hora de testar outras camisas, o manto nunca vai durar para sempre e você sabe disso. — pediu pacientemente.

— mas logo hoje? hoje é um dia especial e totalmente dedicado para aquele manto... — pauso minha voz. — eu estou com medo. — assumo chorosa.

— não fica com medo, tia! Se lembra que o Palmeiras ganhou do River Plate em Avellaneda? — assenti com a cabeça. — e então por que você vai ter medo do São Paulo jogando no Allianz Parque?

— peguei trauma do São Paulo do Crespo.

— vai dar tudo certo, calma. — disse se abaixando na altura da minha cabeça e logo fazendo um cafuné. — agora vamos, vista uma camisa... não temos tempo a perder.

— tá bem. Obrigada Pía. — agradeço limpando algumas lágrimas que caíram dos meus olhos.

Deixei a garotinha e o bebê na sala sozinhos e fui até o quarto do meu irmão, onde encontrei variadas camisas guardadas em seu closet.

— dois mil e vinte e um, cadê... — murmuro procurando. — ACHEI! — tiro a camisa do cabide e a coloco no corpo com uma certa pressa.

Sim, todas as camisas do meu irmão servem em mim por conta do Lorenzo, que não para de crescer em momento algum.

Fui para frente do espelho ver se fiquei bonita e...

— como vou provar que sou eu? — penso alto indignada com tamanha beleza. — eu estou incrivelmente perfeita.

Ouço duas batidas na porta (que estava aberta) e me virei para ver quem era. Mateus.

— Bia, nós... eu não tenho mais palavras para te elogiar, Bianca. — disse olhando diretamente para mim. Parecia que ele estava hipnotizado. — eu odeio quando veste camisas do Palmeiras, mas assumo que você fica muito mais bonita toda vez que veste.

🅁🄸🅅🄰🄸🅂 - Mateus Vital. Where stories live. Discover now