chapter 33.

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mar, 21

Bianca Gómez

Fazem horas em que eu me pego pensando em aceitar a proposta de Mateus.

Apesar de ter que deixar meu irmão, Jaz, Pía e Lucca; morar com ele seria demais!

Não só por tê-lo no mesmo ambiente que eu, mas tenho certeza que vai beneficiar o bebê, que precisa estar por perto de seu pai.

E claro, eu iria precisar me acostumar a ficar sozinha, pois, Mateus é um jogador como todos os outros, e jogadores quase nunca param quietos em casa.

A pior parte de morar com ele com certeza vai ser morar na frente do CT do Corinthians; onde tem jogadores para todo lado, torcida bagunçando em plena pandemia, escudos pretos e brancos espalhados por toda a parte do bairro e brigas generalizadas com outras torcidas.

Pensando assim, acho que vou recusar sua proposta.

- está tão pensativa nessas últimas horas... o que está acontecendo? - Talita puxou assunto.

- seu filho me deu o famoso "nó tático" - faço aspas com as mãos. - agora eu estou confusa e passo a maior parte do meu tempo pensando nisso.

- Mateus enlouquece qualquer um... isso já não é novidade! - exclamou. - o que ele te fez dessa vez?

- perguntou se poderia alugar uma casa na frente do CT para eu, ele e o bebê morarmos... Mateus sabe que eu não gosto de ver NADA sobre o Corinthians, não sei nem porque ele insiste tanto nisso. - cruzo os braços revoltada.

- ele quer ficar perto de você, ele quer cuidar de você e da mini-bianquinha que carrega ai dentro... tenta entender o lado dele, Bia!

- eu tento, eu tento demais! Mas é quase impossível, eu não sei conviver com isso, sabe? Além de eu não querer morar perto da bagunça, meu irmão iria me matar por aceitar viver num ambiente totalmente diferente do que ele me acostumou a viver. - nego com a cabeça.

- acho que está na hora de você fazer uma "mudança radical" em toda a sua vida. Você pode não gostar de um novo ambiente, mas se mudar é a única saída para ter meu filho por perto... pensa nisso, ok? - sorriu sugestiva.

- vou pensar. - abro um sorriso falso.

Pensar mais do que eu já pensei é simplesmente impossível! Se eu ocupar minha mente com isso, tenho certeza que vou enlouquecer.

Eu não quero deixar meu irmão "sozinho", eu quero ficar lá com ele e ao mesmo tempo, quero ficar com Mateus. Eles precisam muito de mim e eu preciso deles, isso é fato.

Agora, a mãe de Mateus fez outro "nó tático" na minha cabeça e tudo está tão confuso... eu não sei nem oque pensar.

Eu acho que dormir vai aliviar essa tensão que eu estou sentindo desde que Mateus Vital e sua madrasta praticamente me deixaram sem saída.

- eu acho que vou dormir. - aviso para a mãe dele, que estava sentada numa das cadeiras da cozinha.

- chame Mateus! Não quero que fique sozinha pela casa. - pediu com uma expressão indecifrávelmente esquisita.

- não precisa, eu sei me virar. - digo me levantando e saindo da cozinha. - boa noite, "sogrinha".

Saí da cozinha e fui direto para o quarto, onde troquei de roupas, escovei meus dentes e me deitei na cama.

🅁🄸🅅🄰🄸🅂 - Mateus Vital. Onde histórias criam vida. Descubra agora