Jimin tomou café com os dois, se despedindo quando Haru disse que já estava na hora de ir. Jungkook iria direto para o trabalho, deixando algumas instruções em cima da mesa sobre o que precisavam para o restante da semana, como comida. Os dois sabiam que a volta do plantão noturno do ruivo, se veriam poucas vezes daqui em diante. Exatamente como sempre foi há mais de um ano.
Ao chegar no hospital, às sete horas da noite, Jimin abriu um sorriso que era gratificante de todos verem. Tinha seu copo de café na mão, embaixo da roupa de enfermeiro, outro pijama quentinho e colorido para enfrentar qualquer tipo de caso. Estaria na ala do câncer infantil nesse plantão, mas nada impedia de frequentar e ceder ajuda para pacientes do trauma. Sem contar que o hospital para si, era como uma balada à noite para um jovem rebelde descobrindo Londres.
— Chegou bem a tempo. — Dora apareceu ao seu lado, também bebendo um café. — Ouvi dizer que um médico cardiologista veio substituir uma cirurgia.
— Não saio com colegas de trabalho. — Jimin disse distraído.
— O que? Você é casado, tô falando de mim. — o ruivo quase cuspiu a bebida fora.
— Foi o que eu quis dizer. — sorriu, começando a andar.
— Como foi o jantar? Ouvi dizer que você esteve aqui, chorando por um paciente. — Adora torceu o nariz, estranhando a fofoca.
— O jantar foi ótimo, Aquiles calou meu pai exatamente quando deveria. — Jimin entrou em uma sala, onde os enfermeiros costumavam descansar. — O paciente Min Yoongi, com fibrose idiopática. Achei que tinha matado ele.
— Não estou surpresa, mas vai ter que me contar. Sobre os dois assuntos, eu quis dizer.
— Não explico, não quando fica espalhando sobre minha vida para pacientes. — Adora mostrou a língua, passando hidratante em frente ao espelho. — Haru foi jantar em casa, meu pai apareceu, fez algumas perguntas idiotas e foi isso. Fim da história.
— E por que seu cabelo tá seco? Ele fica assim quando você tá estressado.
— Ele tá no seguro, qualquer coisa ganho uma peruca parecida com ele.
— Está bem, vou enfiar você no trabalho pra ver se consegue se ocupar. — Adora deu um tapa na bunda de Jimin quando passou pelo ruivo. — Não anda transando é?
— Sim, leio todo dia kama sutra no café da manhã para o Jungkook. — Jimin revirou os olhos.
— Não acredito que vai me poupar dos detalhes da comemoração das bodas de papel. — Adora choramingou.
— Pelo amor de Deus, case com alguém e não com o meu casamento! — o ruivo indagou.
O plantão noturno logo começou, tanto Jimin como Adora já estavam acostumados com o ritmo. A enfermeira chefe não era uma pessoa muito querida dentro do hospital, mas não podia negar que o ruivo fazia seu trabalho muito bem, por isso era mandado para os melhores casos dentro do trauma. Dora ficou na ala do câncer, onde dizia estar pouco movimentada por conta do horário. Os pacientes com hemodiálise estavam chegando para passarem a noite no hospital, filtrando os rins por horas e horas.
Toda vez que se encontravam no corredor, batiam as mãos e mostravam o caderninho que cada um levava consigo. Era a quantidade de paciente atendido, o com mais casos, pagava uma cerveja no final de semana.
Jimin evitou o tempo todo Yoongi, torcendo para que ele estivesse dormindo o tempo inteiro em seu plantão. Não que não gostasse dele, apenas sentia que Yoongi poderia ser demais para a sua saúde mental. Conseguia lidar com Adora e seu jeito extrovertido, agora ter mais um paciente em sua cola, que claramente parecia mais desequilibrado do que ele mesmo, era algo épico ao ver de Jimin. Mas quando passou pela nova janela de Yoongi, percebeu que ele estava longe de dormir. Na verdade, estava inclinado sobre um monte de tinta e lápis. Masclava um chiclete.
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Com amor, Utopia • jikook •
FanfictionE se por acaso, destino - ou como queira chamar -, a história tivesse começado ao contrário? Jimin e Jungkook completaram as tão esperadas "bodas de papel" em seu casamento. Constituído por uma coluna de motivos benéficos para os dois, o matrimônio...
3 • Caelum
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