3 • Caelum

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— Não sou louco pra discordar de doido. — disse. — Só queria saber se posso pedir pra ser seu paciente.

— Sou enfermeiro, não médico responsável por você. — o ruivo explicou. — E já tem uma equipe pra você, além dos residentes... você falou com a enfermeira chefe, não é?

— Olha...

— É melhor guardar esse oxigênio!

— Em minha defesa, não foi minha culpa. — Jimin lhe fitou. — Na verdade foi sim, mas eu posso explicar. Se eu passar mais um segundo com a enfermeira que cuida dos meus medicamentos, eu me atiro de vez pela janela. Meu pai é neurótico e escolheu ela, não posso nem ir ao banheiro em paz!

— Você é maior de idade, pode dizer não pra ele. — o ruivo sorriu, se afastando.

— Não posso, é complicado. — Yoongi negou com a cabeça. — Olha, você é o maior gostoso, não parece ser certo da cabeça e acho que comprou o diploma...

— ... obrigado.

— Disponha. Enfim, apesar disso, é mais legal que a senhora Não Me Deixa Mijar. — revirou os olhos. — Se você pedir o posto, sei lá, pode dar certo a troca. Falo com o meu médico.

— Vou pensar no seu caso. — Jimin lhe jogou um beijo, saltitando para longe. — Vá em paz, alma penada!

Assim como a ideia inicial, o ruivo partiu em direção a saída do hospital. Dessa vez, esperava que não teria que correr alguns metros para descobrir que o paciente, na verdade era um pilantra. Apesar de brincar, não podia negar que sentia muito pela perda dentro do quarto. A ala onde Yoongi estava, era de pacientes que moram no hospital ou precisam de cuidados maiores, frequentando o lugar com mais frequência do que outros.

Imaginar que alguém, a ponto de mudar de quarto, não resistiu, não era muito motivador. Infelizmente, o ruivo via com mais frequência aquilo do que poderia contar. Por isso que aguentava certas broncas da enfermeira chefe ou de qualquer médico quando decidia alegrar algum paciente, seja falando suas besteiras ou burlando uma regra do hospital.

Não encontrou Dora, lembraria de mandar uma mensagem explicando sobre o susto. Não segurava alguma coisa só para si por muito tempo, era alérgico a esse tipo de atitude.

Colocou seus fones de ouvido e seguiu para casa, chamando atenção na rua pelo seu jeito dançante. Era tarde em Londres, o frio da primavera dava o ar da graça quando passava entre as árvores da rua. Jimin se perguntou se Haru já estava em casa, ou teria ido visitar Jungkook no trabalho. Ela iria embora no dia seguinte, deixando um Jungkook um pouco desanimado toda vez que sua partida estava próxima.

O ruivo não julgava, apesar de não entender. Sempre ansiou por sua maioridade e sua própria vida, mesmo amando seu pai. Tinha crescido como um adolescente gay, extrovertido e britânico em meio a uma cidadezinha perto de Londres, depois de se mudar para o país. Aprendeu a se virar com bastante facilidade. Jungkook sempre pareceu muito responsável aos seus olhos, mas quem tivesse a chance de conhecer um pouco do arquiteto, sabia que os olhos gigantes eram tão infantis quanto de qualquer outra criança que procura a mãe.

Jimin se lembrava de quando Haru às vezes levava comida para Jungkook na faculdade, em guardanapos fofos e muito bem preparados. Às vezes Jimin também ganhava, e isso lhe deixava ainda mais empolgado em casar com Jungkook. Não teria que lidar com qualquer sogra ciumenta ou megera, apenas com uma amiga mais velha que tinha, por mais diferente, um afeto tão real quanto o seu por Jungkook.

Nesses momentos, qualquer universitário a flor de idade e estúpido, poderia fazer descaso com a demonstração de carinho. Jungkook não, jamais. Sempre agradeceu o lanche e não ligava para as piadas do resto dos campus.

Com amor, Utopia  • jikook • Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt