• Capítulo Sessenta

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Ele se separa de mim ainda olhando no meu rosto, me encarando, procurando qualquer vestígio que possa dizer que eu estou mal, mais eu não estou, muito pelo o contrário, eu tô muito bem.

Ele me abraça forte me fazendo deitar na cama mais uma vez, com ele por cima de mim.

Rd: Já tá tarde a gente tem que levantar — Dou um sorriso, roubando um celinho dele e empurro o corpo dele me levantando da cama, me encosto no armário e respiro fundo.

— Cadê o Lorenzo? — Pergunto sem olhar pra ele ouço seus passos e logo sua mão sobre a minha cintura ele me vira pra encarar ele.

Rd: Tá bem po, uma hora dessas já deve tá com a mãe, se pá ela queria trocar uma ideia contigo, mais vai esperar a gente voltar pro Rio — Assinto e ele continua me encarando por um tempo, queria saber o que ele tanto pensa quando me olha assim.

— O que você tá pensando? — Ele ri meio sem graça e me dá um celinho.

Rd: Que eu tive que quase te perder pra perceber que eu não quero você longe da minha vida — Não consigo conter minha felicidade e abro um sorriso do tamanho do mundo, Dando um beijo nele, que a gente para só por falta de ar, poderia ficar com ele assim o dia todo — A quanto tempo você tá tendo essas crises Vivian?

Me afasto dele caminhando pro banheiro e ele vem atrás, me sento no vaso e começo a fazer xixi com ele encostando na porta me encarando.

— Tive a primeira crise quando vi o Igor no dia do sequestro depois só piorou — Respiro fundo não quero falar disso.

Rd: Ele te fez alguma coisa? — Me limpo indo até a pia e lavando as mãos, e pegando uma escova de dentes que estava ali — Em?

— Não Rodrigo, ele não me fez nada — Respiro fundo encarando ele, que já ia saindo mais logo volta me encarando.

Rd: Assim que a gente chegar no Rio, vamo procurar alguém que te ajude com isso — Respiro fundo, mesmo não querendo sei que vou ter que ir, não quero ter esses ataques pra sempre, ele ia saindo mais uma vez.

— Rodrigo? — Ele volta mais uma vez me encarando — Como sabia exatamente o que fazer? — Ele coça a cabeça e respira fundo se aproximando e me abraçando por trás, ficamos nos encarando pelo espelho.

Rd: A minha mãe sofria disso po, aprendi desde de cedo que a gente tem que tentar trazer a pessoa pra realidade, tentar mostrar que ela tá aqui e agora, e que por mais real que pareça ela consegue respirar — Me viro de frente pra ele.

— O que aconteceu com a sua mãe? — Ele me olha atentamente mais um vez, como ele me olhou a manhã toda, não gosto desse olhar dele.

Rd: Ela se matou, se jogou da lage e morreu — Ele disse aquilo com uma frieza na voz, seu olhar não estava mais em mim, estava longe e distante —  a gente não fala mais disso, a pequena foi a única que não conheceu ela, e de alguma forma a morte dela é algum tipo de tabu na nossa família — Ele me dá um beijo —  a gente vai voltar amanhã de manhã que fazer alguma coisa antes?

Penso um pouco encarando ele.

— Na verdade quero, mais quero ir sozinha — Ele estava pronto pra negar — Por favor Rd eu preciso fazer isso sozinha.

Ele respira fundo e sai do banheiro e eu vou atrás dele.

Rd: Vou pedir pra alguém te levar, Venom concerteza tá puto e atrás da sua cabeça, pequena ainda não devolveu a mulher dele... — Paro por um minuto encarando ele.

— Vocês fizeram o que?

Rd: Não começa, foi o único jeito po, aliás tu fez a merma coisa com a filha do topão lá não reclama — Respiro fundo, ele se aproxima colocando uma blusa — Vai que horas?

Olho para o relógio no pulso dele que marcava oito da manhã.

— Eu tava pensando em ir agora — Dou uma risada forçada abraçando meu próprio corpo e ele me encara desconfiado.

Rd: Tá pensando em ir aonde Vivian? — Encaro ele que colocava os cordão e as pulseiras de ouro dele.

— Tô com fome — Mudo de assunto, saindo do quarto e ouvindo os passos dele atrás de mim.

Chego na sala e vejo o Silas e mais uma pá de gente que eu não conhecia.

Silas: Olha ela aí — Dou um sorriso abracando ele, abraço o Leo e a pequena que tava ali com a gente.

Pequena: E família mais uma vitória pro CV — Dou um sorriso.

Silas: Cadê tô Tato?

Rd: Pergunta não, se não ele aparece — Faço uma careta encarando a pequena.

— Quem é Tato? — Ela caminha em direção a cozinha e eu vou atrás dela.

Pequena: Um amigo da família, por algum motivo nem o Rd e nem o pessoal lá da rocinha curte muito ele — Faço uma careta — Bom na verdade só o Rd é o Tizil o resto ce da bem com ele — Dou de ombros — E ai tá tudo bem?

— Sim — Ela desliga a cafeteira e me passa uma xícara de café.

Pequena: Tem certeza? Não tá com uma cara muito boa.

— E a Lívia em? Tá tudo bem?

Pequena: Falei com ela hoje de manhã, faltou soltar púrpurina quando eu disse que você tava com a gente — Dou um sorriso de lado.

Rd: A garota e espertona — Fala surgindo de narnia, até tomo um susto, a pequena ri e sai da cozinha — Ai fiquei foi besta a mina e pior que jornalista se tá doido — Dou uma risada.

— Ela só que saber mais das coisas po, e normal — Ele fica do meu lado e enfia um pedaço de pão na boca.

Rd: Jogadora ela viu, a mina meteu tanto gol nos pivete que eu achei que tava cara a cara com o Messi feminino.

— Então você ficou vendo ela jogar?

Rd: Estudando também, tenho até dó da professora dessa mina, e tenta pergunta, que eu acho que a Mariana se sentiu no soletrando do Luciano Hulck — Dou uma risada e roubo um celinho dele, e bom saber que ele deu atenção pra Lívia enquanto eu não estava lá — Ai to pesando em comprar um presente pra ela — Roubo mais um celinho dele.

— Seria bom, mais ela não gosta de presentes — Ele faz uma careta.

Rd: Ela não gosta de presentes? Porque? Que criança não gosta de presente?

— Não, não sei, é ela é uma adolescente.

Rd: Nunca achou isso estranho? — Paro pra pensar, sim pode ser algo, mais talvez ela so não goste mesmo, vou conversar isso com ela quando eu chegar em casa.

— E estranho sim — Termino meu café — E você vai comprar o que?

Rd: Uma chuteira po, a mina joga muito — Dou um sorriso.

— Tô indo..

Rd: Você ainda não me falou aonde vai?

— Coisa minha, beijo — Saio de lá arrastando o Silas que eu tava entendendo nada.

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