capítulo 7 - blusa verde

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Segunda feira
03.09.1997
21:30pm

Estava no dormitório com Pansy e Violet, e decidi conversar sobre o que havia acontecido hoje , quando ela me olhou em pânico, depois do Cedric ter dado apenas um oi pra ela.

- então, o que se passou hoje? - eu perguntei e ela me olhou confusa, pansy estava limando suas unhas olhando para nós, esperando alguma fofoca. - sobre o Cedric.

- ah, deixa pra lá. - ela disse e Pansy continuava olhando.

- deixa pra lá?! Você me olhou com cara como se a Pansy se assumisse hetero! - eu disse e ela riu, já pansy não gostou muito , mas continuou focada na fofoca.

- okok! Eu só fiquei em pânico porque sei lá, ele me olhou tão.. lindo? Sei lá explicar S/n, eu já disse, deixa isso pra lá, não deve ter sido nada.

- isso daí se chama amor minha cara. - pansy disse ainda limando as unhas .

- amor? Não, você está exagerando.

- você só diz isso porque está sempre passando o rodo, agora é sua vez de se apaixonar e a gente rir da sua cara. - pansy disse e eu dei uma risada.

- eu não estou apaixonada, foi só um panic. Você também já teve panic com a mione e não está apaixonada.

- eu ? Panic com a Granger? Merlin me livre, sangue ruim. - ela disse revirando os olhos.

- Pansy, todo mundo sabe que você gosta dela. - eu disse.

- quê?! Eu nao- eu não gosto dela! - ela disse ofendida.

- se não gostasse não estaria tão ofendida. - Violet disse.

- mas-

- sem mas.

- se é assim você também gosta do matheo.

- o matheo?! Eu nem me falo com ele!

- viu, eu também não falo com a Hermione! Granger, com a Granger. - enquanto nós discutiamos Violet apenas ria. Depois de uma longa discussão sobre pansy ser hétero e eu gostar de um garoto que nem falo, Pansy foi ao banheiro e nunca mais saiu de lá. Na hora seguinte eu já me encontrava batendo na porta do banheiro e gritando com ela.

- pansy! Vai sair daí só em 1999?! - sem resposta. - saí dessa mer-. - fui interrompida pela mesma.

- vai no outro banheiro cacete! - ela gritou e bateu na porta do banheiro. Eu não estava aguentando mais, então foi minha única opção.

- eu já venho. - disse pegando meu pijama e logo saindo do dormitório. Violet apenas deu uma risada nasal e eu fui até ao banheiro feminino.

Quando cheguei ao banheiro feminino vesti meu pijama, meu pijama idiota verde e preto, se alguém me visse daquele jeito eu nem saberia o que fazer.

Quando ia sair do banheiro ouvi um choro, com certeza não vinha do banheiro feminino, e muito menos era um choro feminino. Então fui até á porta do banheiro masculino, tentei ver quem era, mas quando ia entrar no banheiro ouvi um espelho de partindo e logo o choro se transformou numa respiração ofegante e forte, dava para ver que fosse quem fosse, estava desesperado. Eu não queria nada entrar ali, eu podia muito bem vazar dali e fingir que não ouvi o choro, eu nem havia trazido minha varinha.

O choro continuou e eu continuava pensando , entro ou não entro ? Podia ser um garoto numa crise de ansiedade ou de raiva que precisava de ajuda, ou podia ser um garoto que apenas queria descarregar sua raiva em alguém, e tal como disse, eu não tinha minha varinha. Mas eu já tive crises de ansiedade e crises de raiva, e nunca me deixaram sozinha, Violet e Draco sempre estiveram lá para mim, mas se eu estivesse sozinha com certeza eu faria alguma merda, e aquele garoto poderia fazer merda se eu fosse embora, mas se eu entrasse ele ia poder ter a chance de desabafar com alguém.

Eu apenas juntei coragem e entrei no banheiro, sem varinha, com meu pijama idiota , mas entrei. Adivinhem? Riddle. Merlin, esse garoto me persegue, eu juro por tudo. Quanto menos eu quero falar com ele mais ele aparece. Karma o nome?

- Riddle..? - eu chamei seu sobrenome chegando perto dele. Que merda eu estava fazendo? Eu só queria dar o fora dali.

- Malfoy? - ele levantou a cabeça e tudo o que eu via era seus olhos vermelhos de tanto chorar, sua boca inchada e suas bochechas rosadas, pelos vistos havia sido uma crise das grandes.

- você está bem? - eu perguntei me sentando á frente dele. Que pergunta mais idiota, claro que o garoto não está bem, por amor de merlin S/n. Seja mais inteligente! Ele não me respondeu e voltou a baixar a cabeça, ainda com a respiração ofegante. Logo eu olhei para sua mão e vi seu punho cheio de cacos de vidro, olhei para o lado e havia um monte de vidros no chão, cobertos de sangue. - garoto idiota. - eu disse pegando em sua mão, logo começando a tirar os cacos de seu punho.

- porque está me ajudando? - ele perguntou.

- porque eu já passei por isso, mas eu tinha quem me ajudar. Se não tivesse, não sei o que faria, provavelmente teria feito alguma besteira.. não queria que você fizesse isso. - eu disse ainda tirando os cacos de seu punho. Se instalou um silêncio no local e logo eu acabei de tirar os cacos, mas o sangue ainda estava escorrendo, e nao era pouco. - tem um pano? - ele apenas disse que não com a cabeça e eu me vi na obrigação de o ajudar, então rasguei meu pijama. É isso, eu rasguei o pijama. Nem gostava daquela blusa mesmo. Rasguei meu pijama e coloquei em sua mão para estancar o sangue. - então, vai me contar o que aconteceu? - eu perguntei . Ele apenas baixou a cabeça, então tentei denovo. - mat- Riddle, desculpa. Me desculpa por ter ignorado você, é sério, mas você pode confiar em mim.

- eu pensei que você não gostasse de mim.

- não é por eu não gostar de alguém que o quero ver sangrar, ou passando por uma crise. - ele me olhou e suspirou, logo começando a contar .

- se quer saber, nem aconteceu nada. - eu olhei pra ele confusa. - eu só estava pensando em meu pai. - boa , problemas com o pai. Nem do meu eu sei cuidar, quanto mais dos outros. - sempre dizem que ele era tão mau, que ele matou tanta gente, mas eu até gostava de o ter conhecido.

- Riddle, eu acho que seu pai era.. sei lá, nem o conhecia, mas pelo que falam dele, ele parecia ser um homem horrível, mas por vezes as pessoas têm razão para isso. Talvez ele apenas estava quebrado, então descontou isso nos outros, tem muitas opções , essa é a apenas uma.

- mas estão sempre dizendo que eu não sou mais do que um garoto quebrado, isso não quer dizer que eu vá ser igual a ele, certo..? - ele perguntou com medo.

- ei, claro que não. Você pode estar quebrado, ele também estava, mas cada um se concerta da maneira que achar melhor, ele nunca chegou a se concertar, mas você pode aprender a fazer isso sozinho Riddle. Ou até, encontrar alguém que o ajude a fazer isso. - eu disse e ele me deu um sorriso leve, sorri de volta. - agora, acho que está meio tarde. - eu disse me levantando. Ajudei ele a se levantar e logo já estávamos andando em direção á comunal.

- obrigada por ter me ajudado.

- desculpa por não ter falado com você, não sou boa fazendo amizades. - menti, eu só não queria falar com ele. - eu nem sequer namoro com o Cedric. - eu disse logo dando uma risada leve.

- eu sei. - olhei pra ele confusa. - Theodore me contou. Na verdade eu perguntei, mas ele me disse que vocês são amigos de infância.

- é, nós somos. - eu disse sorrindo leve. Logo entramos na comunal da sonserina . Antes de eu subir as escadas para o dormitório, tentei me despedir dele, para não ser que nem da última vez. - te vejo amanhã?

- claro. - ele deu um sorriso e subiu as escadas para os dormitórios masculinos, e eu subi para os dormitórios femininos.

moonlight - matheo riddleOnde histórias criam vida. Descubra agora