XXIII - A DESPEDIDA

Magsimula sa umpisa
                                    

O grupo continuava a perambular nas ruelas estreitas sob a sombra dos prédios tortos, desviando das esquinas onde tudo era interditado por barracas de mercadores que hora ou outras os abordavam oferecendo seus produtos.

— Parece que estou em Sidelena — Náidius falou. — Mas as pessoas daqui chegam a ser mais desesperadas.

— Aqui é uma cidade que recebe viajantes a todo momento e muitos em busca das embarcações. — Kari explicou. — Se acha irritante nessas ruas imagine quando chegar no porto.

O porto. Eles precisariam encontrar uma embarcação para levá-los a Ufazar. Seria a primeira vez de Náidius navegando, ele sentia um pouco de medo em tirar os pés da terra firme. E o oceano parecia tão imenso e tão profundo... Ele já ouviu histórias das tempestades que afundavam navios, naufragando uma tripulação inteira. O jovem nem queria pensar sobre isso, principalmente por não saber nadar.

Os viajantes tomavam um outro caminho inverso ao porto. O chão ladrilhado chegava ao fim, dando lugar a uma estrada de terra, mas não era muito distante da cidade. Nessa parte havia um enorme casarão de dois andares, não era luxuoso como os da alta burguesia, esse era perceptivo a madeira desgastada nas paredes, a tintura desbotada e as janelas quebradas, quando não emendadas com tábuas. Parecia uma casa antiga e abandonada, mas a frente, o jardim era bem cuidado com roseiras bem podadas e a grama aparada. Era rodeado por uma mata verde com árvores e arbustos, de longe ouvia gritos e risadas de crianças. Era um orfanato.

— Você mora aqui? — Náidius perguntou a Kari, franzindo o cenho em descontentamento.

Kari apenas assentiu, não transbordado muita emoção. Ela apontou o dedo para os fundos, onde havia um celeiro. O orfanato tinha uma carruagem puxado por uma égua para transportar as crianças em necessidades, mas fora isso, tinha apenas a charrete da jovem com o seu cavalo.

— A dona do orfanato me abrigou aqui — a garota explicou. — Eu ajudo nas despesas. Eles enfrentam muitas dificuldades em manter esse lugar.

Kari olhava para a sua casa tristemente. Queriam forçá-la a ocupar lugar de sua mãe no bordel. Foi uma senhora, dona do orfanato, que lhe salvou do destino cruel. Ela se lamentava por outras garotas também filhas de prostitutas não terem a mesma chance.

— As crianças mais velhas trabalham para manter o lugar — Diego falou. — O rei não fornece muito amparo.

— Você não deveria levar a sua irmã consigo para onde quer que seja onde mora? — Sônia perguntou ao matador.

Diego sorriu, tentando conter a graça.

— Não tenho tempo para cuidar de ninguém. Eu já fiz tudo por ela. Ela se vira!

— Não precisam ter pena de mim! — Kari rugiu. — Eu já disse que odeio isso e posso me virar sozinha. — Ela cruzou os braços. — Logo eu vou sair desse lugar.

Kari ficou emburrada. E o que mais odiava em ver as pessoas terem pena dela, era jogar a responsabilidade em Diego. Eles se conheciam há pouco tempo, não tinham nenhum tipo de afeto, na verdade, ele não tinha com ninguém, nem com a própria filha.

A charrete parou em frente do casarão, para a entrada com um cercado de madeira pintado de branco. Kari observava o jardim com um aperto no seu peito.

— Bem, acho que cheguei — Kari falou.

Sônia, Diego e Náidius arriaram da charrete, recolhendo os seus pertences. Kari não conseguia tirar os olhos de Náidius e sentia os seus olhos se encharcarem. Inarê foi o primeiro a lhe abraçar, mesmo eles não sendo tão próximos, foi o elfo que lhe medicou quando foi atacada pela serpente, mesmo não tento os remédios certos, ele fez de tudo para mantê-la viva. Ela se aconchegou no abraço dele e sorriu.

Legend - O Mago Infernal (Livro 3)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon