Cap 13

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Observava minha mãe preparando o jantar, Margarida ao seu lado a auxiliando. Meu pai a observava com o mesmo olhar apaixonado, mesmo depois dos filhos, e de anos de casamento nada mudou.

Luna mexia em seu celular, a loira com o semblante inocente.
Como alguém poderia dizer que era causadora de tanto mal?

- Esta pensativa?- Antônio e Eduardo se sentaram ao meu lado.

- Apenas observando- Dei de ombros.

- Está tudo bem?- Eduardo questionou.

- Está- Arqueei a sobrancelha- Porque não estaria?

- Não queremos parecer intrometidos, mas soubemos que anda com problemas no casamento.

- Não é nada- Gesticulo- Apenas discussões- Minto.

- Casamento não é facil- Antônio murmurou- Estela ainda me da nos nervos.

- Digo o mesmo da Camila- Comentou Eduardo.

- Posso perguntar uma coisa a vocês?

- Claro- Responderam em unisso.

- Se alguma de suas esposas, cometessem um erro... Vocês perdoariam?

- Dependendo do que se tratasse- Respondeu Antônio- Sabe Anna, Estela era uma mulher difícil. Tivemos diversas desavenças, chegamos até nós separar.

- Nunca me contou sobre isso- O olhei com o senho franzido.

- Foi uma época difícil, você era uma adolescente... Não me sinto orgulhoso em confessar, mas... Acabei me envolvendo com outra mulher...

- Você?- Emiti um som surpresa.

- Uma noite, uma maldita noite de bebedeiras...- Suspirou- Estela e eu conversamos, eu fiquei com tanto medo de perde-la.

- E hoje você está casado com ela- Sorri.

- Estou- Umedeceu os lábios- Ela é uma mulher especial, eu não conseguiria viver sem ela- Balançou a cabeça- Nunca me perdoarei pelo que aconteceu.

- É difícil- Olhei de canto para Luna.

A pior traição vem de quem menos esperamos.

- Anna- Mamãe chamou.

- Sim?

- Onde está Alejandro?

- Não está no quarto?- Mordi o canto do lábio.

- Acabei de vir de la- Gustavo respondeu- O doutorzinho não está.

- Vou procurá-lo- Luna saltou da poltrona em um impulso.

- Não a necessidade querida- Levantei ajeitando o chalé sobre o ombro- Eu mesma irei procurar meu marido- Enfatizei.

- Mas...

- Mas nada- Revirei os olhos- Senta ai e volta para o seu mundinho virtual.

- Como quiser- Se sentou com o semblante irritado.

Pegando uma laterna sobre as mãos, caminhei para fora em busca de Alejandro.
O clima esta chuvoso, escuro e cheio de neblina.

- Bela hora para sumir- Plaguejei.

O jardim estava sem ninguém, assim como a estufa. Segui rumo ao único lugar disponível, o estábulo.

- Alejandro- Chamei.
Clareei o lugar, até que o vi. Deitado e encolhido sobre as palhas do lugar- Alejandro- Cai de joelhos ao seu lado- O que você tem?- Perguntei.

Meu coração acelerou, ele estava pálido e gelado.

- Acorde- Chacoalhei seu corpo.
Retirei o chalé sobre meus braços e coloquei sobre ele, seu hálito cheirava a álcool.

ENTRE NÓS DOIS Where stories live. Discover now