Cap 7

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- Droga- Massageie as temporas.

- Venha se deitar- Levantou em um impulso- Vou preparar algo para que possa se alimentar, pedirei para que entreguem seus medicamentos em casa.

- Você vai cozinhar?- Sorri com sarcasmo- Mal sabe ligar o Cooktop.

- Confie em mim- Elevou suas mãos em torno de minha cintura- Venha se deitar.

- Sei caminhar sozinha- Recuei- Arrume isso- Gesticulo para as roupas espalhadas.

- Tudo bem- Concordou atendendo o meu pedido.

"— Que a brincadeira comece."

......

- Eu estou bem mãe- Revirei os olhos- A senhora não precisa me ligar a cada cinco minutos.

- Não seja mal criada- Reclamou- Alejandro não me atendeu, fiquei preocupada.

- Ele deve estar ocupado- Olhei de canto para o mesmo, enquanto ele ajeitava sua cama de solteiro ao lado da minha- Mãe será que poderia agendar uma reunião com o papai?

- E desde quando precisa agendar para conversar com ele?- Perguntou melancólica.

- É sobre trabalho- Respondo sendo observada por Alejandro- Resolvi finalmente exercer a minha profissão.

- Fico feliz meu amor, mas isso não tem nada haver com o que falamos aquele dia?

- Talvez- Arqueei a sobrancelha- Em outro momento conversamos.

- Filha bem... Ja que comentamos sobre esse assunto, como conseguimos abrir uma nova filial resolvemos fazer uma comemoração. Seu pai resolveu viajar, irmos para chácara.

- A que costuvamos ir na infância?- Pergunto.

- Sim meu amor- Respondeu.

- Luna vai?

- Não sei- Ouvi seu suspiro- Sua irmã anda com um humor terrível, ontem eu a escutei gritar com alguém pelo celular.

- Um namorado?- Olhei discretamente para Alejandro.

- Creio que sim, bem acho que ele estava terminando com ela- Comentou- Ela me parecia irritada.

- Entendo mãe- Sorri- Bem eu vou precisar desligar.

- Claro amor, se cuide e repouso- Nos despedimos.

Alejandro se colocou ao meu lado, um copo de água sobre sua mão e e alguns comprimidos sobre a outra.

- Você precisar toma-los- Me olhou.

- Obrigado- Elevei os mesmo sobre a boca.

- Como esta se sentindo?

-  Melhor- Cruzei os braços- Dormi a tarde toda.

- Não teve febre- Se sentou ao meu lado- Você quer trabalhar?

- É- O olhei- Sim, ja é a hora.

- Você não precisa...

- Não venha me dizer suas falas machistas, estudei administração e marketing. Não vai me impedir de trabalhar...

- Não vou- Interrompe- Mas você não precisa trabalhar com o seu pai, pode trabalhar na nossa empresa.

- Nossa?- Arqueei a sobrancelha.

Alejandro ficará Órfã aos quinze anos de idade, não obtinha tios, e nenhum parente vivo. Emancipado assumiu o controle das empresas Levy e tudo que lhe fora herdado.

"— Talvez esse fosse o motivo de sua hostilidade, a solidão."

- Ela sempre foi nossa- Sorriu.

- Mudou seu conceito agora- Encostei a cabeça sobre a cabeceira- Semana que vem irei viajar- Anúncio e o vejo fechar seu semblante.

- Viajar?- Arqueou a sobrancelha- Com quem?

- Não preciso lhe dar essa informação- Neguei.

- Vou com você- Afirmou.

- Não me lembro de ter lhe feito o convite.

- Eu vou Ana.

- Talvez você queira aproveitar esse período e se encontrar com a sua amante, ela deve estar com saudades- Murmurei com sarcasmo.

- Não existe mais nada- Suspirou- Entre nois dois.

- Que engraçado- Observei seus olhos marejados- Você nem ao menos me deixava se deitar na cama, se recusava a me levar para sair, me tratava mal... Mas a ela você ofereceu até um apartamento, o ninho de amor...

- Eu...

- Não terminei- Interrompi- Enquanto eu cuidava dessa casa- Gesticulo- Vocês dois transavam, casou com a Perroni errada.

- É você quem eu amo- Afirmou.

- Ama?- Neguei- Homens como você não tem capacidade de ama. Agora saia da minha casa, aliás vai dormir em outro lugar.

- Eu vou ficar aqui- Se levantou deitando no colchão- Vou ficar do seu lado.

- Não preciso de você- Murmurei.

Apaguei as luzes, e o único som era o de nossas respirações.
Com os pensamentos perturbados, levantei com a manta sobre o corpo. Alejandro ja dormia, o semblante cansado e abatido.

Caminhei em direção a sala, e liguei a televisão em busca de algo que pudesse me distrair.

"— Algum dia eu poderia perdoar todo o mal que Alejandro me fez?"

- Não seja to-la- Bati as mãos sobre a testa- Isso não esta em cogitação.

Talvez fosse o momento em que eu deveria me mudar, beber e conhecer novas pessoas.

- Conhecer um novo homem- Sussurrei- Soa tão estranho.

Fixando meu olhar sobre a tela, um novo filme logo iniciou.

"— Anabelle."

- Desista de dormir hoje- Gargalhei baixinho.

Vinte minutos após o filme iniciado, Alejandro desceu as escadas com gritos e suplicas.

- Ana, Ana- Repetia meu nome excessivamente.

"— O que Diabos aquele homem tinha?".

- Amor- Chamou em meio a voz embargada- Merda- Ouvi algo quebrar.

Em impulso levantei em busca do causador de tanta euforia.

- O que esta acontecendo?- Perguntei ao vê-lo ajoelhado com a cabeça baixa- Ei- Chamei acariciando seus cabelos- O que você tem?

- Você... Você não foi embora?- Fungou.

- Não... Eu so estava sem sono.

- Achei que tinha me deixado, você não foi embora- Disse em meio aos devaneios.

- Você está cansado, porque não sobe e dorme um pouco- O mesmo abraçou minha cintura, igual um garotinha assustado- Eu ja irei me deitar.

- Não- Sussurrou pelo choro- Eu sou bobo, sei que irá embora no momento em que eu fechar meus olhos. Você não vê? O quão arrependido por tudo eu estou.

- Não vamos falar sobre isso- Tentei levanta-lo.

- Vamos, vamos sim- Soluçou- Você pode me matar, me mata- Ofereceu.

- Pare de dizer besteiras- Apertei o mesmo em um abraço- Se acalme.

- Eu me condenava toda vez que lhe feria, eu me machucava... Eu queria você, mas eu não tinha coragem.

- Venha comigo- O ajudei a se levantar.
Com o seu corpo em torno do meu, ele se levantou e caminhamos juntos até a sala- Você está cansado, eu sei que esta...- Deitamos juntos.

- Prometa- Sussurrou- Prometa que estará aqui comigo.

"— Como eu poderia prometer isso? A Alejandro em outros tempos, talvez... Mas agora".

- Você vai ficar bem- Sussurrei.


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