Mason e a mudança

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Eu estava em choque. Sentia meu corpo eletrizado e eufórico, andava de um lado para o outro e não conseguia parar de sorrir, Heath me olhava animado e parecia tão contente quanto eu e acho que isso se devia ao fato de que eram poucas as vezes em que ele me via tão feliz.

Ele tinha conseguido convencer Daniel a me deixar entrar na cena final e surpreender Jude, e mesmo que eu estivesse morrendo de aflição e ainda hesitante, bastou um empurrão dele e assim eu acabei andando na direção dele, lento e ansioso, pensando se eu realmente teria coragem suficiente para isso.

O encostar das nossas bocas era tudo o que meu corpo e minha boca ansiavam desde que eu mesmo tomei conhecimento dos meus sentimentos por aquele garoto baixinho e um pouco marrento. Eu não queria soltá-lo, queria puxar seu corpo e grudar ele no meu, queria tirar Jude daquele palco e tê-lo unicamente e exclusivamente para mim naquela noite. Mesmo assim, me contentei com aquele breve momento e terminei aquele beijo, com o coração doendo e implorando por mais.

Me afastei ainda olhando para ele e assim a luz do palco se apagou e todos os atores correram para a reverencia final da plateia; Heath apareceu correndo no instante em que eu aplaudia só pela existência do ser mais lindo do universo, mas a expressão do meu melhor amigo me preocupou até o osso e eu senti um gigantesco aperto no peito quando ele estendeu o telefone pra mim:

— É do hospital. A dra. Bellamy quer falar com você, Mason. É o seu avô.

— Alô? — Puxei com alguma violência o celular e o coloquei no ouvindo, procurando a saída para um local mais silencioso. — Dra. Bellamy?

— Mason, eu sinto muito. Seu avô acabou de falecer...

O aperto no peito se tornou mais intenso, subindo para a garganta e ali mesmo na porta dos bastidores eu me debrucei em lágrimas, o celular fugiu da minha mão e caiu no chão.

Heath apareceu logo em seguida, me segurando e me fazendo levantar, pedindo que eu respirasse e dissesse o que tinha acontecido, mas tudo que conseguir dizer foi que ele me levasse ao hospital imediatamente, assim estávamos no caminho e eu estava em completo desespero; as lagrimas rolavam e meus olhos se acumulavam mais ainda, os gemidos que saiam da garganta pareciam não ser suficiente para que a dor sumisse e eu sabia que tão cedo ela sumiria.

— É tudo culpa minha — eu dizia entre os soluços. — Eu não cuidei dele direito, eu devia ter dado mais atenção a ele...

— Mason, para com isso — Heath me cortava. — Ele já estava muito doente, nada disso é culpa sua, meu amigo...

— Claro que é, e eu o tratei tão mal...

Era mais que oficial, eu já não tinha ninguém da minha família vivo, meus avós paternos morreram muito cedo, minha avó materna sumiu há muitos anos, quando a minha mãe ainda era criança... E a minha mãe, minha mãe desconhecida pra mim, mas tão amada por mim... Eu a tinha matado só pelo fato de existir, meu próprio aniversário era um lembrete de que ela tinha morrido anos antes ao me dar à luz... E o meu pai, meu amado pai, que me ensinou tudo que eu sabia, me ensinou a não depositar no meu avô tanta raiva porque ele tinha perdido a filha muito cedo, meu pai que me amou incondicionalmente e que tinha me apoiado em tudo. E agora meu avô.

O que eu deveria fazer agora que eu estava completamente sozinho no mundo?

Heath estacionou e eu mal pude esperar o carro ser desligado, abri a porta e sai correndo, quase caindo assim que dobrei o corredor em direção a ala onde meu avô costumava ser internado sempre que teve algum problema.

— Dra. Bellamy, cadê ele, por favor? — Gritei enquanto a via parada na frente de um quarto, rodeada de outros médicos e enfermeiras que me seguravam e tentavam me acalmar. — Por favor, me deixa ver ele, por favor, dra. Bellamy...

Quem Vai Conquistar Mason Harris? - Romance GayKde žijí příběhy. Začni objevovat