Ventesimo Capitolo

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Pietro Santinelle

Assim que chegamos no galpão vejo Isabela e Pither na porta nos esperando.

Isabela não está com uma cara nada boa, reclamando baixinho sobre não o deixarmos pegar as informações e depois matá-lo como ela tanto queria, as vezes também vinha uma ou outra reclamação de como a vida era completamente injusta e que eu e Bernardo éramos idiotas por não deixar que ela faça seu trabalho em paz.

- Você sabe que nem eu nem Pietro deixaríamos que você fizesse isso – disse Bernardo parando ao lado dela completamente seria – eu sei que já amava Soren, mas ele é nosso filho e queremos mais do que ninguém o encontrar – explicou calmamente.

- Eu só queria ajudar – disse ela olhando para nós dois, agora calmamente.

- Eu sei – digo me manifestando pela primeira vez – eu sei que vocês e todos os outros queriam ajudar, mas isso e uma coisa que nós precisamos fazer, com calma e sozinhos – completei olhando no fundo de seus olhos.

- Nos deixe-nos sozinhos com ele – Bernardo falou já começando a perder a calma e paciência.

Dito isso ele vai sando para dentro do galpão. Vou logo atrás, esse não é o mesmo galpão que Dominic Salvo foi julgado e condenado a anos, esse e o que os Santinelles trazem as pessoas que a famiglia os trazer especificamente para exercer a arte da tortura.

Claro que Bernardo está sempre a par de quem está aqui, mas o resto da famiglia não, é como se fosse algo mais secreto.

Vejo que no meio do galpão há um homem, ele tem aproximadamente vinte e cinco anos.

Ele está completamente nu sentado amarado na cadeira. Olha o corpo do homem que foi um dos responsáveis pelo sequestro do meu bebê, só de lembrar que eu só peguei meu bebê no colo uma única vez, vê seu rostinho por poucos minutos antes de ser levado de mim, e tudo isso porque esse homem ajudou a pessoa que o sequestrou a tirá-lo de mim.

Soren já deve estar com dois anos. Bernardo só o viu uma vez, igual a mim, eu sei o que ele está sentindo ao ver esse homem, mas eu preciso controlá-lo o suficiente até que ele fale o que precisamos saber para assim finalmente agirmos.

- Ciao – digo atrás de Bernardo, mas ainda sim perto o suficiente para que ele me olhe – já deve me conhecer, Pietro Santinelle, mas você já deve me conhecer, meu marido Bernardo Santinelle, que você também já deve conhecer – digo mantendo a calma o maior tempo possível.

O homem finalmente levanta o olhar, e assim que no olha, seus olhos demonstram todo o pavor que deve estar sentindo ao nos ver, ele sabe o que está por vir, estou vendo isso nos olhos dele, o medo me prova isso.

- Por que estou aqui? – ele perguntou no olhando ainda com medo, se fazendo de desentendido.

- Você está aqui senhor Marcel Bethencourt por um pequeno acordo que fez a dois anos atrás – disse Bernardo olhando para ele controlado.

Vi o homem a nossa frente se tremer de medo, e abaixar a cabeça assim que os olhos se encontram com os de Bernardo.

Meu marido sai de perto dele e vai até a pequena mesa do lado direito, e volta com uma pequena faca, que eu vejo que esta meia sega de longe.

Não falo nada, deixo isso para ele fazer o que quiser, não porque eu já não saiba como tirar o que quero dele, mas sim porque quero vê-lo sofrer.

- Você, a dois anos atrás praticamente vendeu nosso filho, e nós queremos saber para quem – disse Bernardo começando a passar a faca na pele dele.

Assim que a lâmina entra um pouco ele grita de dor, mas nem eu nem Bernardo nos importamos com isso. Bernardo apenas continua o trabalho, e quando acaba vejo parar de mexer a faca ele me olha.

- Pegue o sal para mim – disse ele me olhando.

Faço o que Bernardo me pediu, assim que volta com o sal, ele derrama um pouco na onde ele arrancou a pele.

Ouso os gritos de agonia do homem ficarem ainda pior, a dor era sentida por ele ecoava por todas as partes.

- Já que não quero que Bernardo te mate antes de pergunta eu serie rápido – digo parando na frente dele – com quem você fez o maldito acordo?

- Ela matara minha família se eu disser – disse ele baixinho ainda agoniando de dor pelo ferimento.

- Você tem duas filhas não? – pergunto mesmo sabendo a resposta. Ele apenas assente – eu também tenho, tenho dois filhos – o homem finalmente me olha – só que a diferença e que você tem as suas duas filhas com você, eu não. Estou nos últimos dois anos procurando meu filho, o mesmo filho que você ajudou a tirar de mim.

Eu vejo a necessidade dele de falar, realmente não acho que ele é um homem ruim, só acho que estava com medo, mas ele fez a pior escolha do mundo, ele não veio até um de nós para nos contar os seus medos e o que estava fazendo ele fazer, e isso está me custando uma grande dor, em mim e em na nossa família, e por isso eu vai pagar muito caro, muito mais do que só caro.

- Eu sei que está com medo por suas filhas, mas eu lhe garanto que podemos protegê-las, porém, para isso eu preciso de um nome, porque você sabe que não sairá daqui vivo – digo olhando para ele, e vi que não estava tão disposto a ceder – ou você pode morrer aqui, e aí a pessoa vai matar suas filhas e sua esposa já que ela provavelmente pensara que você a entregou, e nós não vamos estar lá para protegê-las.

É golpe baixo? Sim, é um grande golpe baixo, mas eu não ligo para isso, eu só quero a bosta de um nome.

- Promete que manterá elas em segurança – ele finalmente diz depois de uns segundos.

- Prometo – digo olhando para ele firme.

- Eu estava em um turno normal do meu trabalho, quando o senhor entrou dando à luz, uma mulher apareceu na minha porta me oferecendo primeiro dinheiro, mas como eu não aceitei ela ameaçou minhas filha – contou ele ainda me olhando – eu fiquei com medo, e assim que a enfermeira deixou os meninos não lado da sua cama, eu desliguei todas as câmeras por onde ela passaria, e assim ela saiu com um dos bebes, e eu apenas me deitei no chão fingindo o desmaio – contou ele, e isso me deixou com mais raiva ainda.

- Qual é o nome? – pergunto olhando o homem calmamente.

- Salvo – disse ele – Emma Salvo. 

Te Encontramos Novamente Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora