Finally They

4.5K 660 1.6K
                                    


Capítulo com 10060 palavras 




Tudo era sufocantemente claro, como se a intenção fosse tornar difícil ao cérebro processar as imagens recebidas através da conversão das luzes à impulsos elétricos. Era uma sensação esmagadora e Liam piscou novamente. Seus membros estavam rígidos, frívolos, e ele há muito havia ficado sem munição, descartando suas armas conforme prosseguia em seu tortuoso caminho ao fundo daquele inferno.

Não poderia dizer quantos homens matou pelo percurso. Mas havia se tornado mecânico, sem valor. Como algo que nunca existiu ou que simplesmente não fez diferença ao deixar de existir. Pobres almas ricas de insignificância, de volta ao tormento.

Suas lâminas pareciam cuspir sangue e carne, e ele reverberou sua fúria no, já não tão volumoso assim, grupo de ordeans que se aproximava. Disparos zumbiram em seus ouvidos, ferro e aço estourando em faíscas vivas ao chocarem-se e ele levou um tempo antes que a última cabeça humana fosse arremessada longe por um golpe de seu punho. Uma de suas lâminas havia se tornado curva, não sendo mais necessária e permanecendo ao fundo do crânio de alguém que ele não se deu o trabalho de olhar.

Olhando envolta agora, um pouco de cor pareceu melhor o ambiente antes friamente claro. Vermelho o fazia se tornar mais vivo, mais escuro e, definitivamente, mais acolhedor. Era como estar em casa agora.

Ele se localizou, olhando ao redor quando se viu novamente sozinho. Terceiro andar subterrâneo. O zumbido no aparelho de comunicação em sua orelha começou quando havia exterminado todo o primeiro andar, o que ele admitia ter levado tempo, talvez tivesse levado cerca de três horas ou mais para conseguir descer ao segundo. Havia sido difícil, e não fazia parte de um sobrevivente negar isso. Ele não era tolo.

No segundo andar, depois de ter lutado com que pode ter sido quarenta homens, ele se viu enfrentando mais alguns trinta, talvez. O fato é que ele precisou usar todo o resto de sua munição ali, ao que havia perdido um de seus braços no primeiro andar. Sua recuperação foi um pouco lenta dada a situação. Trinta minutos, para ser exato, até que estivesse matando com ambas as mãos.

Ele sabia que precisaria de ajuda em breve e cogitou que deveria interceptar o caminho à sua frente, para impedir novos inimigos de se aproximar. Sabia que dificilmente Ordeans viriam por trás, não quando haviam guardiões protegendo a entrada muito acima dele e, em algum momento, teriam concluído com o resto do prédio, os andares acima na superfície, então se juntariam a ele.

Os ruídos no aparelho em sua orelha indicavam que havia um guardião laranja se aproximando de sua conexão, conseguindo lentamente entrar em sua área de alcance, quebrando as restrições no sistema de segurança do local. Isso o dava uma noção de que haviam pessoas descendo pelo caminho que ele abriu.

Talvez aguardar fosse a melhor escolha agora.

Entretanto, ele podia ouvir, graças a sua audição muito acima do comum, que havia alguém gritando em algum lugar não muito longe. Alguns quilómetros para baixo. Era claro para si. Um filhote estava gritando de algum lugar.

Não haveria motivo que o impulsionasse mais fortemente a prosseguir. Ele declarou sua irrevogável questão, mediante a sua incapacidade de se permitir parar agora. Estava perto demais para o fazer. Havia sangue demais em suas mãos, talvez até mesmo seu estômago estivesse digerindo aquela quantidade excessiva da matriz líquida escarlate, em seu conjunto de plasma, células sanguíneas e fragmentos celulares. Ele podia sentir em sua língua o sabor metálico e a acidez da profanação violenta de vidas reduzidas ao nada.

S ClassWhere stories live. Discover now