Capítulo 58

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Lídia...

A alcatéia inteira aguardava os supremos com ansiedade; todos lançavam olhares de ódio a Isabel. Tive que criar uma barreira de magia; caso contrário, ela não estaria viva quando Lucian e Aurora chegassem. Eles ficaram para trás para dar algumas ordens no palácio, mas viriam assim que concluíssem.

Sentei-me em um dos bancos da praça, exausta, assim como os outros que aguardavam ansiosos pelo desfecho da situação. Abner e Natália juntaram-se a mim; ambos pareciam esgotados.

— O que vocês acham que Aurora e Lucian vão fazer com essa Isabel? — perguntou Abner, enquanto passava as mãos pelos chifres.

— Torturar. — respondeu Natália, esparramada no banco onde estávamos sentados.

— Torturar, desmembrar e matar. — Disse, mexendo nos meus cachos que caíam sobre os olhos.

— Credo. — exclamou Abner. — Ainda bem que não sou eu no lugar dela.

— Tenho o mesmo pensamento. — concordou Natália.

Rimos descontraídos.

— Lídiaaaaaa.

Ouvi a voz de Felipe e, ao me virar, o vi correndo em minha direção, até parar na minha frente e se sentar no meu colo.

— Lobo folgado. - Comento.

— Também te amo. - Ele beija meu rosto.

Reviro os olhos e sorrio.

Felipe tinha o dobro do meu tamanho e da minha idade, mas agia como uma criança na maior parte do tempo.

— O que aconteceu? - Pergunto.

— Ah, ruiva, eu vim te avisar que o barraco vai começar. Vamos lá ver? Comprei até pipoca.

— Você é uma figura, Felipe. - Natália sorri.

— Obrigado, Natália.

Ele salta do meu colo.

— Será que ainda vai demorar para isso começar? - Abner pergunta entediado.

— Chegaram. - Felipe aponta para uma movimentação atrás de nós.

Quando olho, vejo Lucian e Aurora de mãos dadas; ao redor deles, toda a alcatéia grita, "Viva os supremos!" "Vida longa aos supremos!"

O barulho é intenso.

— O casal mais incrível do pedaço está na área. Vamos, quero ver a treta de camarote e, se puder, até participar. - Digo, levantando-me rapidamente e correndo em direção a eles.

— Ei, espere por nós. - Eles falam juntos e correm até me alcançar.

Corremos os quatro, um tropeçando no outro e sorrindo feito idiotas. Paramos ao lado de Romeu e Gael, que estavam tão animados quanto nós.

Lucian parece furioso; se o conheço bem, ele já deve estar sabendo da briga entre a noiva e Isabel. Falando em Isabel, ela mantém a cabeça baixa, sentada no chão, com punhos cerrados e tornozelos e pulsos presos por correntes que balançam com qualquer movimento que ela faz.

Lucian e Aurora passam por nós e param a poucos metros de Isabel.

Isabel. - Lucian rosna.

A mulher levanta a cabeça rapidamente e, ao ver Lucian, tenta correr até ele, mas as correntes só a permitem chegar um pouquinho perto.

Os dois estavam a centímetros de distância.

— Lucian, meu amor, vem... vem aqui, me beija. - Isabel estava totalmente fora de si.

Ele a olhava com nojo e ódio.

Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído| Livro Físico Em BreveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora