Capítulo 34

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A noite já havia caído há algum tempo; o dia foi extremamente cansativo para todos, principalmente devido às reclamações incessantes de Lianca.

— Vamos precisar fazer uma fogueira. — disse eu. Não era realmente necessário, pois nossa visão bastava, exceto para Lídia. Além disso, os insetos começavam a nos incomodar mais frequentemente, talvez mais perturbados por nossa presença em seu território do que o contrário.

— Tem uns galhos secos aqui. — comentou Felipe, jogando-os no chão.

— Ótimo. Só falta o fogo agora.

— Ah, isso é fácil.

— Você trouxe um isqueiro? — Cruzei os braços, vendo um sorriso travesso se formar em seus lábios.

— Pra quê?

— Como assim, Felipe? Como acha que vamos acender esse fogo?

— Trouxemos a fábrica, minha filha.

O encarei sem entender.

— Espere aí.

Vi ele encher os pulmões de ar para logo em seguida gritar:

— Liancaaaa, cospe aqui por gentileza.

— Você não tem jeito, garoto. — tentei reprimir a risada, mas não foi possível, pois todos os outros começaram a sorrir descontraídos. Lianca, por outro lado, nos fuzilava com os olhos.

— Acho que terá consequências por tê-la chamado de dragão. — sorri de forma discreta.

— Eu não resisti.— Ele abaixa a cabeça, mas eu sabia bem que esse gesto foi apenas mais uma de suas brincadeiras.

Olhei para trás quando senti a aproximação de alguém.

— Aurora, acho que já podemos tentar fazer a magia. — disse Lídia.

Dei uma olhada para cima e vi a lua escondida por trás de uma fina camada de nuvem. Hoje ela parecia mais distante; seu brilho refletia por toda a floresta, embora fosse de uma forma menos intensa do que onde estávamos, por conta das copas imensas das árvores.

— Tem razão.

Caminhamos até pararmos na beira do abismo, que estava mais frio do que quando chegamos. Damos as mãos, e logo as luzes violeta e azul começaram a sair de nós. Na primeira vez não deu certo, nem na segunda.

— Acho que não dará certo. — Lídia parecia frustrada.

— Tenha calma, vamos colocar um pouco mais de magia.

Tentamos mais uma vez, e dessa vez a ponte se estendeu até o outro lado.

— Deu certo! — falamos juntas.

Demoraríamos alguns minutos para chegar até lá, pois a distância era bem considerável.

— Certo, pessoal, podem passar, e por favor, se equilibrem. — Disse eu, olhando todos de relance.

Um a um, todos foram passando. Lucian era o último a subir, antes que ele subisse, lançou-me um olhar cheio de ternura.

Ficamos observando-os se afastarem, e quando já estavam a uma boa distância, Lídia e eu subimos na ponte. A visão lá debaixo era assustadora; tudo estava escuro, e um vento muito frio saía de lá, mas não era hora de olhar os obstáculos.

...

Já estávamos no meio do caminho quando o barulho de um redemoinho chamou minha atenção. Embora fosse muito distante, algo me dizia que ele estava se aproximando.

Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído| Livro Físico Em BreveDonde viven las historias. Descúbrelo ahora