Capítulo 54

14K 1.3K 278
                                    

Aurora...

Saí do escritório com minhas energias renovadas. Enquanto ascendia as escadas, os acalorados debates entre Celina e Denise ecoavam da cozinha. Decidi evitar o conflito e prossegui, uma vez que meu cansaço era palpável. Ansiava por meu leito, mas a brisa suave da noite exerceu seu encanto, conduzindo-me até a varanda, onde aprecio o ar puro.

Do meu ponto de vista, conseguia ver as luzes da arena acesas, assim como meus amigos treinando uns com os outros. Não estavam muito distantes; o vento trazia os ruídos de suas risadas e conversas até mim.

...

A madrugada já tinha chegado há algum tempo, mas ninguém parecia ter planos de ir dormir. Por outro lado, eu estava totalmente concentrada, observando a floresta ao redor. Os barulhos dos animais noturnos me transmitiam paz e felicidade, como se meu bebê também desfrutasse disso.

Fechei os olhos, mas os abri rapidamente ao ouvir um barulho atrás de mim. Parecia que alguém havia esbarrado em algo. Olhei rápido, mas ninguém estava ali. Pensei que poderia ser algum dos empregados ou até mesmo Denise indo para o seu quarto.

Não vendo ninguém, voltei a olhar para frente, dessa vez admirando a vista que a varanda me proporcionava. Subitamente, uma sensação de estar sendo observada por alguém de dentro da floresta me invadiu. Tentei focalizar a visão para ver se avistava algo suspeito, mas fui surpreendida pelos gritos desesperados de Penélope e Lídia.

As duas gritavam lá embaixo:

— AURORA, CUIDADO, ATRÁS DE VOCÊ!

Quando virei, só tive tempo de desviar da espada afiada que Lianca segurava.

Dei um giro nos ares e caí de pé.

— Lianca. O que está...

Você e essa coisa vão morrer, agora!

Sua voz estava grave, e seus olhos ficaram completamente negros; foi aí que eu confirmei minhas suspeitas.

— Você é um dos equilíbrios de sombra.

Ela soltou uma gargalhada aterrorizante.

Ohhh, jura? Demorou para perceber, sua vadia.

Mais uma vez, ela tentou me ferir com a espada, mas eu a impedi, tirando-a de suas mãos e jogando para longe dali. O metal daquilo queimou minha pele, mas eu não tinha tempo para reclamar; a mulher à minha frente estava furiosa.

Ela gritava feito uma maluca e não esperou eu atacar; partiu pra cima de mim, desferindo socos. Estávamos em uma briga, para ver quem sobreviveria. Chutes, giros mortais e garras saíam dos dois lados.

— O que está acontecendo aqui? - Alma e Lucinda chegam correndo na varanda. Lucinda tenta se transformar, mas algo a impede, talvez a própria Lianca.

Das mãos de Lianca sai uma fumaça negra, ela a lança em direção às mulheres, que olhavam tudo aterrorizadas. Os vidros das portas da varanda batem com força um no outro quando se fecham.

— Ninguém vai defender você, sua luna de merda.

O chute que ela tentou dar quase me acertou, mas seu pé bateu na parede.

— Eu não preciso que ninguém me defenda. Eu mesma posso fazer isso, sua coisa nojenta. Acontece que eu tenho pessoas maravilhosas que fariam de tudo para me proteger, assim como eu faria por elas. Isso se chama família, coisa que você jamais vai saber o que é, porque não passa de um fantoche do inferno! - Acerto um soco em seu rosto que a faz cambalear. Do seu nariz, o sangue jorra.

Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído| Livro Físico Em BreveWhere stories live. Discover now