Capítulo 49

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Lídia...

O dia já amanhecera, mas parecia prestes a escurecer devido ao céu sombrio por conta da chuva, que não cessara desde a noite passada.

— Dante não vai descer? - indagou Alma, enquanto me servia uma xícara de café.

— Ele foi direto para a sala de reunião, disse que está sem apetite. - Respondi.

Alma ponderou por um momento antes de perguntar:

— Acha que a situação dele e de Lucian pode se resolver?

Interrompi o trajeto da xícara de café para observá-la.

— Bem, vamos torcer para que isso aconteça.

Sinceramente, não acredito que isso ocorra rapidamente; talvez com o tempo tudo se ajuste, mas não quis deixar Alma preocupada. Ela mesma perceberá, mas que isso ocorra de maneira natural.

— É... vamos torcer. - Ela afirmou.

— Dante tentar beijar Aurora foi uma grande mancada, mesmo sem saber que ela era a companheira de Lucian. - Acrescentou Romeu.

— Concordo, principalmente porque ele estava ciente dos sentimentos de Lucian por ela. - Felipe falou, como sempre de boca cheia, segurando um sanduíche de queijo já pela metade.

— Vamos deixar o tempo passar e evitar que Lucian e Dante fiquem sozinhos. - Comentei, pegando um pedaço de pão da cesta.

Rimos.

— Lídia, quando terminar, poderia me fazer o favor de levar aqueles cestos de roupas para o quarto de Lucian e Aurora?

— É claro. - Respondi antes de dar um gole no café.

— Obrigada, filha, mas você não vai conseguir sozinha.

Olhei para os cestos e concordei que não conseguiria levá-los sozinha. Só se fizesse duas viagens, mas admito que descer e subir aquelas escadas imensas duas vezes seguidas não está cabendo no meu orçamento de disposição hoje.

— Tem razão... Penélope, você poderia me ajudar? - Olhei para a mulher ao meu lado, que terminava de comer um pedaço de bolo.

Ela olhou para mim.

— Sim, senhorita Lídia. - Respondeu.

— Obrigada.

Como resposta, ela sorriu sem mostrar os dentes.

...

O café da manhã transcorria em silêncio, até que Felipe decidiu quebrar o gelo.

— De onde você é, Penélope? - Perguntou.

Ela parecia incrédula por ele dirigir a palavra a ela, sua boca abrindo e fechando incessantemente.

Ela soltou o ar.

— Eu morava no interior, depois fui para San Francisco para poder estudar e acabei vivendo entre os humanos até o dia em que fui sequestrada. - Falou rapidamente, como se temesse gaguejar diante de nós.

— Não tinha medo de ser descoberta por eles? - Romeu entrou na conversa.

Ela sorriu.

— Não, senhor, confiei que, por ser simples e vinda do interior, ninguém notaria. Eu seria apenas mais uma habitante comum daquela cidade. Mas me enganei. Os sobrenaturais, sejam ricos ou pobres, ômegas ou alfas, sempre nos perseguirão e nos vigiarão.

— Tem razão, você teve sorte de não ter morrido. - Concordou Romeu, enquanto passava geleia em uma torrada.

— Sinceramente, não sei se foi realmente sorte ou apenas mais um golpe que a vida me deu.

Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído| Livro Físico Em BreveWhere stories live. Discover now