Tá Achando Que Eu Sou Um Frango?!

3K 387 214
                                    

13/04/2019 Saturday
— 09:45 AM.

— Está dizendo que esse treco aí é o Jeongguk?! — Cutucou a barriga coberta do mesmo. — Eu achei que o desviado na amizade de vocês fosse ele. Taehyung, você está usando drogas? — Recebeu um belo de um tapa estalado na nuca.

Não seria uma boa idéia e nem teria como esconder o pequeno “segredinho” de Jungwoo, ele perceberia rapidamente que não era um bebê qualquer. Evitando o transtorno, decidiu contar para o irmão antes que ele fizesse um escândalo.

— Não chama ele de treco. — Repreendeu.

“E que estória é essa de eu ser desviado? Bate com mais força hyung!”

— E eu não estou usando nada. Olha isso. — Entregou o pequeno bilhete que recebeu mais cedo junto com o cesto de Jeongguk.

Ficou tão pilhado nas atividades da faculdade que foi dormir muito tarde, acordou muito cedo com a surpresa fenomenal do melhor amigo e acabou se esquecendo de que o irmão mais novo chegaria à casa no dia seguinte.

Kim Jungwoo é o seu irmão mais novo de dezesseis anos. Quando Jungwoo nasceu, Taehyung tinha seus sete anos de idade, desde então o mais novo se tornou o xodó do irmão. Um mês atrás os pais haviam notificado que o Kim mais novo insistiu muito para morar com o irmão mais velho e seu melhor amigo, afirmando que se focaria apenas nos estudos. Senhor e senhora Kim não negaram, visto que Taehyung sempre foi o maior exemplo e referência para Jungwoo, mas avisaram que no primeiro deslize, ele seria mandado de volta para casa.

O tão esperado dia chegou para Jungwoo, estava louco para ver o irmão depois de três longos anos apenas se falando por mensagens. Direto do aeroporto pegou um táxi para o endereço que lhe foi passado, com a esperança de ser recebido com o abraço caloroso que só o seu irmão sabia dar. Mas muito pelo contrário, a primeira coisa que se deparou ao ter a porta branca aberta foi o irmão com olheiras, uma cara meio abatida e um bebê sonolento em seu colo.

A primeira coisa que pensou em fazer foi bancar a vizinha fofoqueira e ligar para seus pais, contando como o filho exemplar deles estava escondendo um filho.

A segunda foi ligar para uma clínica de reabilitação urgente e usar sua mesada para bancar a internação de Taehyung. Que idéia mais absurda, como Jeongguk poderia ter se tornando um bebê da noite para o dia?!

— Tem certeza de que essa c-... — Calou-se quando percebeu a mão do moreno se levantar de novo. — Esse garoto — Se corrigiu. — não é seu filho?

— Olha bem pra' minha cara e diz se eu tenho cara de quem seria pai antes dos 30. — Olhou com tédio para o ruivo.

— Na verdade, você tem cara de quem chora no banho todos os dias por ter um amor não correspondido. — Alfinetou.

Sabia dos sentimentos de Taehyung pelo rapaz com quem ele dividia a casa, não era de hoje que ele era um bobo apaixonado.

Conhecia seu irmão como a palma de sua própria mão, é uma das poucas pessoas que notaram aquele olhar com sentimentos a mais que ele sempre lançava para o mais novo dos Jeon. Também sabia do motivo pelo qual ele nunca havia se declarado; sua insegurança.

Apesar de ser sempre muito elogiado, tanto por sua aparência quanto por sua mente brilhante para negócios, nenhum daqueles elogios pareciam concretos o bastante quando Jeongguk mal o parecia notar.

Perdeu se as contas de quantas noites passou em claro aguardando pela chegada dele de uma festa ou esperando por uma mensagem avisando sobre seu bem estar, e preocupado com o fato de nunca responder suas mensagens. Percebeu o afastamento repentino que tiveram, mas entendeu aquilo como a empolgação do outro moreno ao estar em uma cidade tão populosa como Seoul. Só que não era.

Jeongguk... Pocket?!Onde histórias criam vida. Descubra agora