Capítulo 31. Olhos

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Korrok caminhou até mim e me rodeou, enquanto sibilava entre os dentes de seu sorriso ardiloso:

– Essa humana quer se juntar à nossa causa... O que vocês acham disso?

– Acho que suas piadas estão perdendo a qualidade, Korrok. – Um dos seres respondeu. Ele se parecia com um imenso lobo, coberto de escamas prateadas que tomavam o lugar dos pelos, sem olhos em lugar nenhum. Era um canouro, uma criatura que não precisava enxergar para descobrir qualquer coisa através de meras partículas no ar. – Já sabemos que não podemos confiar em humanos, quando Arkadi é o exemplo que temos. – Ele implicou e Kadi soltou um grunhido audível.

– Você pode não ver a luz que eu trago, Lupan, mas sei que consegue sentir a velocidade das naves que eu abasteço. – Kadi retrucou com um sorriso e o canouro mostrou a escuridão da sua boca, um buraco negro rodeado de dentes.

– Isso não é sobre Phaga! – Korrok rosnou. – É sobre Donecea Gaxy.

Meu nome foi um fósforo aceso na pilha de palha que eram aquelas criaturas; uma sentença de morte que Korrok adorou ver no medo sobre meu rosto.

– Gaxy está morta. – Rosnou um ser que tinha a pele negra como a noite e espinhos cor de rubi despontando desde a cabeça até a ponta da cauda. Seu corpo parecia pré-histórico, como um dinossauro que fugira da Terra e acumulara conhecimentos por milênios, mas tinha patas demais para ser um. Era um espinero.

– Gaxy está... Mas essa é a filha dela.

– E por que você já não a matou?

Os seres explodiram em rugidos, preparados para pular no meu pescoço assim que Korrok deixasse e eu me preparei para fazer bom uso das minhas pernas... Quando, subitamente, todos se calaram.

– Porque nós precisamos dela, Deinos... – A voz surgiu às minhas costas e senti aquela presença que me intimidava sem que eu nem precisasse encará-lo, crescendo sobre mim como névoa... O metriona. Quando me virei para a sua colossal estatura dourada, meu corpo se encolheu ainda mais, diante daquela criatura tão intimidante, mesmo com o chifre quebrado. – Viva.

Até certo ponto, eu imaginava.

Todos os seres ao redor se esquivaram para longe.

– Não deveríamos abrir as portas para um humano tão ligado aos Áulicos. – O ser quase-dinossauro, Deinos, retrucou com bastante cautela.

– Ele tem um ponto válido. – Korrok se manifestou, a única criatura naquele salão que não tinha se encolhido na presença do metriona. – Nós não precisamos dela ao ponto de fazermos esse esforço. Por que você precisa?

O metriona se aproximou do vorrampe com o andar de alguém que acreditava que só vitória aguardava adiante. Não ousei encará-lo nos olhos, ainda que não conseguisse desviar do poder da sua estatura metálica. Quando ele estava próximo, jurei ver Korrok estremecer... Se até ele o temia, o que eu poderia fazer?

Quando o metriona abriu a boca, sua voz soou como os trovões de uma tempestade que se aproximava, e eu já conseguia sentir as gotas sobre a minha pele:

– Porque, se quiser chegar vivo ao final da guerra, você precisa de mim.

Korrok engoliu em seco e recuou, abrindo um sorriso trêmulo que fingia não temer a nada e então tentando soar cordial:

– Vamos fazer um teste de lealdade, então! Se ela passar, nós não a matamos... Por enquanto. – Ele me enviou um olhar perigoso; e então enviou um para o metriona, que não desaprovou sua escolha. – Essa noite um aliado dos Áulicos fará uma festa na sua mansão. – Então ele lentamente se aproximou de mim. – E você vai roubar uma chave que ele guarda...

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